Gastronomia
Manuela Camargo, 7 anos, com a mãe, Roseli
Crianças tornam-se fãs da culinária japonesa
Os restaurantes orientais atraem cada vez mais clientes mirins, que se encantaram com os sushis e sashimis. Influenciadas pela comida saborosa e colorida, pelos pais e até pelos professores, hoje preocupados em incluir a qualidade de vida na temática das aulas, as crianças já representam um importante público no segmento. E nem é preciso um cardápio especial: elas gostam mesmo é do peixe cru.
Engana-se quem ainda acredita que criança torce o nariz para a comida saudável. É cada vez maior o numero de crianças fãs da culinária japonesa e que pedem aos pais que optem pelos restaurantes orientais nos passeios em família. Jasmim e Jade Martins Bisco (6 e 10 anos de idade, respectivamente), Murilo e Maria Antônia Gregório (7 e 3 anos) e Manuela Camargo (7 anos), não passam uma semana sem sushis e sashimis. Frequentar restaurantes japoneses já virou um hábito na vida delas.
Kend Matuzita, proprietário do Daitan Restaurante Japonês há 11 anos, hoje com unidades no Galleria Shopping, em Campinas, e na Quinta da Baronesa, em Atibaia, avalia que o aumento do número de fregueses mirins venha ocorrendo nos últimos 5 ou 6 anos.
Ele credita a três principais fatores essa “invasão” de crianças fãs de sushis e sashimis: a apresentação dos pratos, sempre coloridos e a influência que recebem dos pais e nas escolas. “A culinária japonesa agrada aos olhos e é muito saborosa. Segundo, os pais sempre são exemplos para os filhos e os seus hábitos acabam sendo copiados. Quanto às escolas, hoje, a melhoria da qualidade de vida já é tema recorrente em todas as áreas, da sustentabilidade do planeta à alimentação saudável”, diz.
Nos dias úteis, é comum presenciar crianças usando uniformes escolares no buffet do almoço e, nos fins de semana, os salões estão sempre ocupados por famílias com crianças. “São inúmeros os casos de que os pais vieram conhecer o restaurante e a culinária japonesa por insistência dos filhos, que ouviram do amiguinho, na escola, que era uma delícia comer sushi”, conta.
Kendi diz que mantem um prato infantil no cardápio, à base de frango grelhado, arroz. branco e batata frita. Mas a saída é pequena. As crianças não querem um cardápio especial: elas gostam mesmo é do peixe cru. O prato preferido delas é o salmão, seja na forma de sashimi ou de sushi. Outro atrativo para as crianças são os hashis (talheres japoneses). Para elas é um desafio aprender a dominar os alimentos, prendendo-os entre os dois pauzinhos.
Influência dos pais
Muitos pais reconhecem que influenciaram os filhos na preferência pela culinária japonesa. Em comum, Felipe e Alessandra Bisco, Ernesto e Ana Paula e Paulo Henrique da Silveira Camargo e Roseli, contam que levavam os filhos ainda bebês aos almoços e jantares em restaurantes japoneses. Conforme eles foram crescendo, passaram a permitir que escolhessem a comida no menu. Mas a preferência sempre recai para os enroladinhos de arroz e para o peixe cru.
Paulo Henrique e Roseli frequentam restaurantes japoneses há pelo menos 25 anos. Para a filha Manuela (7 anos), pediam sempre teppanyaki ou outros pratos quentes. “De um ano para cá, a Manu não quer mais o cardápio infantil e virou adepta do peixe cru. Senta-se ao nosso lado e devora os sashimis com a gente”, diz.
Manuela já tem até cadeira cativa no restaurante Daitan do Galleria Shopping, onde janta com os pais impreterivelmente todas as sextas-feiras. A mesa que ela escolheu fica bem em frente ao sushibar. “Ela aguarda que eu chegue do trabalho já pronta para ir ao Daitan”, diz Paulo Henrique. “E não adianta tentar leva-la a outro lugar”, comenta.
Felipe leva as filhas a restaurantes japoneses desde que elas usavam o caldeirão. No começo, pedia peixe grelhado para as crianças e cru para ele e a esposa. “Mas elas queriam o que estávamos comendo e, hoje, temos que pedir um combinado (prato que reúne sushis e sashimis) extra para atendê-las”, diz. A Jasmim ainda usa o hashi com elástico, mas a Jade já os domina bem. A preferência delas é pelo peixe branco e pelo salmão. “Pelo menos de duas a três vezes por mês temos que ir a um restaurante japonês, ou as crianças reclamam”, afirma.
Já Ernesto e Ana Paula Gregório também sempre incentivaram o filhos Murilo (7 anos) e Maria Antônia (3 anos) a experimentarem a culinária japonesa. Nem foi preciso muito esforço. O Murilo já é viciado em niguiri de salmão e, a Maria Antônia, adora sunomono (sala de pepino) e sashimi.