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      06/04/2011 | P.A.R.T.Y

      Prevent Alcohol and Risk-Related Trauma in Youth

       

      A palavra “party”, traduzida para o português, significa “festa”. Mas o Hospital de Clínicas da Unicamp não promoveu exatamente uma balada quando recebeu 80 alunos da Escola Estadual Professora Laís Bertoni Pereira na terça-feira, dia 5. Era dia de P.A.R.T.Y (“Prevent Alcohol and Risk-Related Trauma in Youth” - “Prevenir traumas relacionados a risco e álcool na juventude”).

      Os adolescentes visitaram UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) e enfermarias de ortopedia e trauma do hospital. Puderam conversar com pacientes vítimas de acidentes (traumas) de trânsito. Assistiram, também, a palestras educativas dos apoiadores do projeto.

      Desenvolvido no Canadá, o programa é realizado em Campinas pelo HC da Unicamp, apoiado por Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (EMDEC), Centro de Referência em Reabilitação da Prefeitura, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar (PM), Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Núcleo de Prevenção de Violências e Acidentes, e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

      “Trauma é uma doença e, muitas vezes, pode ser evitada”, define o cirurgião Gustavo Fraga, coordenador da disciplina Cirurgia do Trauma da Unicamp. Por isso, a Comissão de Prevenção e Educação da Liga do Trauma (CoPELT), criada por alunos de Medicina da universidade, investe em ações para diminuir tais ocorrências.

      A Liga do Trauma é uma associação de universitários que desenvolve atividades extra-curriculares de aprendizado, capacitação e extensão junto à disciplina Cirurgia do Trauma.

      “A prevenção é mais barata e mais efetiva”, constata o cirurgião do trauma Rodrigo Barros de Carvalho, um dos coordenadores do P.A.R.T.Y. A noção de acidente enquanto acaso ou destino traz, segundo ele, “consequências gravíssimas”.

      Ainda segundo o cirurgião, aprender a fazer escolhas seguras e evitar fatores de risco seria determinante para o futuro do público-alvo do P.A.R.T.Y, cuja faixa etária sugere ilusões de inviolabilidade, de “superpoderes”. O programa atinge jovens do 2º e 3º anos do Ensino Médio.

      “Quando eles passam por aqui, sentem o cheiro do hospital”, destaca Rodrigo. Ele remete à palavra, no sentido de choque de realidade, fomentando e incentivando atitudes conscientes no trânsito.

      Transformação

      Faz 16 anos que Washington Conceição Moura, com 34 agora, fraturou o pescoço durante a manutenção de uma piscina. A tetraplegia o transformou em bicampeão brasileiro de rúgbi adaptado. Hoje orientador do Centro de Reabilitação de Sousas, ele debateu sua história com os estudantes. Seu trauma é semelhante aos sofridos nas ruas.

      “Na verdade, eu não me revoltei. Fiquei cinco anos em fase de luto, que é o tempo que você leva para cair a ficha”, recorda Washington. Após o acidente, voltou a estudar. Atua em ONGs (Organizações Não-Governamentais) e trabalha como orientador para temas de acessibilidade.

      “O impacto do P.A.R.T.Y foi grande”, avalia Michael Henrique Santos Lima, 17 anos, do 3º ano. “Baseado em tudo o que eu vi hoje, vou ser mais prudente quando dirigir”, promete.

      O silêncio de Débora Braga, 16 anos, do 2º ano, ecoa a assimilação da experiência. “Nossa, ver esse pessoal nos quartos permitiu hoje aprendemos sobre a importância da vida!”.

      Além das palestras e do tour pelas enfermarias, houve dinâmicas instrutivas e bem-humoradas. Uma bola simulou um cérebro; com uma tesoura, foi cortada a fita que simbolizava a medula espinhal. Lesões medulares, decorrentes de fraturas da coluna, resultam em paraplegia e tetraplegia.

      Atrás de um carro de papelão, adolescentes encenaram o perigo da combinação entre álcool e trânsito. “Em países onde a exigência do cumprimento da Lei Seca é mais rigorosa, a redução das taxas de óbito é mais relevante”, analisa o cirurgião Gustavo Fraga.

      Mas antes do bafômetro, o “desconfiômetro”. “As regras vieram para trazer qualidade de vida”, ressalta Maria Cristina Ferrari Maciel, analista de Educação da Mobilidade da EMDEC. “Neste sentido, crianças e jovens são os grandes multiplicadores das campanhas educativas”.

      Próximas escolas

      O P.A.R.T.Y. já tem agendadas outras cinco visitas ao HC da Unicamp:

       

      03/05 – EE Profª. Hercy Moraes – 80 alunos

      17/05 – EE Júlio Mesquita – 80 alunos

      31/05 – EE Dr. Mário Natividade – 80 alunos

      07/06 – EE Nexton Oppermann – 80 alunos

      21/06 – EE Vitor Meirelles – 80 alunos



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