• NOTICIAS

      22/05/2015 | Vera Ferra artista plástica

      Vera Ferro apresenta mostra Tratado de Vida e Sobrevida no MACC

      Exposição será realizada de 28 de maio e 28 de junho e apresenta diversas técnicas de impressão e expressão. Encontros públicos com a artista acontecerão todas as quartas-feiras de junho, das 14h às 16h30. O MACC - Museu de Arte Contemporânea de Campinas José Pancetti - fica na Rua Benjamin Constant, 1633, Cambuí.

      A artista plástica Vera Ferro vai além da exposição de seus trabalhos na mostra Tratado de Vida e Sobrevida que será aberta no dia 28 de maio, às 19h, no Museu de Arte Contemporânea de Campinas José Pancetti  (MACC). A artista interage com o público e explica sobre processos criativos de gravura em metal, linóleo-gravura, desenhos, carimbos e outras técnicas utilizadas. Esta exposição mostra diversas formas de expressão que podem ser impressas em diferentes meios de reprodução. O MAAC fica um edifício anexo ao Palácio dos Jequitibás, fica na Rua Benjamin Constant, 1633, Cambuí. Informações pelo telefone (19) 21160346.

      A exposição é formada por cinco séries temáticas: Tratado de Vida e sobrevida (gravuras em metal), Tratado de parasitologia (40 obras em linóleo-gravuras sobre páginas de livros antigos), Atmosfera Anóxia (18 páginas de um livro antigo no Nepal contando a História de Buda), Jogo de entomologia (objeto interativo em madeira e linóleo-gravura) e Corrosão (carimbos e desenhos sobre cheques e 9 desenhos de insetos sobre livro de mapas antigos) .

      Três outros livros compõe a exposição: Pressão e Reparação (livro de artista, tipo sanfona, com desenhos em grafite e aquarelas); Males e Flores do Mal (livro de poemas de Baudelaire “Fleurs du mal”, com interferência de  impressões de linóleo-gravura em montagem especial com  9 fotos das páginas internas) e um pequeno livro com desenhos.


      Vera Ferro realizará quatro encontros com o público nas quartas-feiras de junho (dias 03, 10, 17 e 24), sempre das 14h às 16h30, realizando uma visita guiada para explicar sobre as obras e sobre os processos criativos. A exposição ficará na sala do meio do MACC pelo período de um mês, até o dia 28 de junho (de terça a sexta-feira, das 9h às 17h, aos sábados, das 9h às 16h e, aos domingos e feriados, das 9h às 13h). A entrada é franca. A mostra Tratado de Vida e sobrevida faz parte do Projeto Expressão e Impressão e tem o patrocínio do FICC - Fundo de Investimentos Culturais do Município de Campinas. O FICC é um fundo pertencente à Secretaria de Cultura de Campinas destinado a apoiar projetos estritamente culturais.
       

      Simbolismo

      Em Tratado de Vida e Sobrevida Vera Ferro reflete e se expressa sobre o que considera as pragas da atualidade, como o terrorismo, a violência, a desonestidade, a intolerância, as drogas e sobre a nossa voluntária prisão total aos meios tecnológicos.

      “Como passar um dia sem o celular, e-mail,  Facebook e WhatsApp? Como educar as crianças para terem um equilíbrio no uso destes meios de comunicação maravilhosos e aterradores?  Nas minhas obras os besouros, moscas, gafanhotos e aranhas, personificam estas pragas da atualidade”, diz. Outros trabalhos remetem às reflexões sobre amor, vida e morte, tendo como foco o coração, órgão do amor, responsável pela circulação do sangue por todo o nosso corpo, nos mantendo vivos.

      “Criar é risco, viver é risco, a arte é risco. Nesta mostra Vera Ferro arrisca-se tornando visível e presente o que a comove. As pragas de nossos dias podem corroer como ácido, disseminar-se, proliferar-se no corpo, em outros corpos, nas rotinas cotidianas, nas relações entre pessoas e povos. São epidemias de  intolerância, violência e corrupção. Insetos comem o dinheiro, invadem territórios. Traças corroem tesouros antigos. É a vida e sua efemeridade”, explica a organizadora da exposição Ana Helena Grimaldi

      “O desejo de enfrentar e sobreviver às pragas, pensando suas consequências, questionando suas causas, é a força simbólica da vida sobre a morte. É a sobrevida das veias que pulsam, do sangue que irriga e revive o coração. Trata-se da preciosidade do tempo. Trata-se da resiliência. Trata-se do desejo de reparação”, acrescenta.

      Técnicas de impressão

      “Técnicas, como desenho em grafite e carimbos, por serem materiais usados pelas crianças, acabam, muitas vezes, desvalorizadas pelo público. Nesta mostra pretendo fazer com que o público veja com novos olhos estas mídias aparentemente fáceis de usar nos trabalhos de arte, mas que são bem difíceis e sofisticadas”, explica a artista.

      Vera destaca que as máquinas copiadoras usadas no cotidiano com tanta facilidade dificultam a compreensão para o público leigo, do que é a gravura em metal. Preparar a matriz com inúmeras técnicas até seu resultado final, entintar e limpar a placa, preparar o papel, molhando e secando e, depois, passar pela prensa, repetindo a operação a cada impressão, torna o processo tão longo e demorado que dificilmente se adequa aos nossos dias corridos e agitados. “Isto tudo torna a gravura um processo único que a mantem atual através dos séculos”, lembra a artista.

      No Ocidente, os ouvires e artífices em metal foram, provavelmente, os primeiros gravadores e impressores de suas placas. A gravura em metal foi usada para possibilitar a reprodução fiel de desenhos e pinturas de grandes mestres, como Dürer, Piranesi, Rembrandt, Goya e Blake, entre outros.

      Somente no século XIX a gravura em metal ganhou autonomia, desligada do simples processo de reprodução. Essa autonomia enriqueceu, inclusive, os processos e as técnicas. Desde então, a gravura em metal entrou em franco desenvolvimento, conquistando, nas artes gráficas, o seu lugar de destaque.





  • VIP IN TOUCH

  • CONTACT

  • LINKS

  • Revista Vip Virtual

  •