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      23/04/2016 | Rodrigo Otávio Coelho de Souza

      CENAS DOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS

      *Rodrigo Otávio Coelho de Souza

      Engana-se quem acha que a votação do último domingo encerrou a conturbada crise política que se arrasta desde o início do segundo mandato da atual Presidente da República e que deflagrou uma das maiores (se não a maior) depressão econômica da história republicana.

      Como bem disse a jornalista Renata Lo Prete, “não é o fim da série, mas apenas o último capítulo da temporada”. Não há dúvidas que superamos uma importante etapa, externada pela vontade majoritária da população brasileira, que parece enfim ter acordado para as questões políticas nacionais, a ponto do tema despertar mais interesse do que os certames futebolísticos.

      Embora estejamos atravessando uma turbulência política e econômica sem precedentes, é inegável que as instituições do país se apresentam mais sólidas. O povo já demonstrou que não tolera a corrupção e o sangramento dos cofres públicos em detrimento da saúde, da educação, da erradicação da pobreza e da segurança.

      Quanto do dinheiro drenado pela corrupção endêmica poderia ser revertido em prol da população carente?

      É imprescindível uma profunda reforma política, pela qual a independência dos Poderes seja efetiva e não apenas um enunciado constitucional. É preciso que o governo (seja lá qual for) governe para o povo e pelo povo e não para se perpetuar no poder, através de conchavos e sórdidos arranjos políticos. Não se trata de defender este ou aquele partido. Não se trata de "eles" ou "nós". Trata-se de erradicar essa doença maligna chamada corrupção, entremeada nos poderes da República e que faz agonizar a tão combalida nação brasileira. Neste sentido, é imperativo que a nação continue vigilante e diga um sonoro não a qualquer tipo de corrupção, independentemente de partidos ou ideologias.

      Quem assistiu à votação pelo prosseguimento do impeachment na Câmara dos Deputados não pôde deixar de notar o baixíssimo nível de nossos parlamentares, os quais verbalizaram um rosário de asneiras ao proclamarem seus votos, com raríssimas e honrosas exceções. Precisamos de uma faxina geral, para que haja uma assepsia no Congresso e uma renovação da cultura política partidária!

      Não nos iludamos, pois aqueles que chegarão ao poder são tão nocivos quanto os que estão prestes a deixá-lo.

      Cabe a nós cidadãos lutar por instituições verdadeiramente fortes e independentes, como o Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Federal, pois como escreveu Montesquieu: “Não se constrói uma sociedade baseada na virtude dos homens, e sim na solidez das instituições”.

      Aguardemos atentos às cenas dos próximos capítulos.


      *Rodrigo Otávio Coelho de Souza é advogado e presidente da Rede Imobiliária Campinas.

      Foto :    Roncon&Graça Comunicações





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