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      13/06/2010 | Marina Gabetta "Todas em uma"

      Versátil: Marina Gabetta já foi caloura premiada do Chacrinha, Miss Campinas, atriz e modelo; como cantora, atuou em Evita e hoje faz parte da diretoria da Abal

      Ela já foi loira, morena e agora está com o cabelo castanho. Todas em uma, a soprano Marina Gabetta, eleita Miss Campinas e Miss Imprensa em 1984, protagonizou o musical Evita durante um ano, quando sua carreira de modelo e atriz estava em ascensão. Separada do marido, ela tem três filhos: João Aldo, de 19 anos, Pedro Henrique, de 16, e Matheus Miguel, de 14.

      Em 2009, ganhou o troféu Staff de Ouro como melhor cantora erudita do ano. Sua primeira aparição foi no Teatro Municipal de São Paulo, aos 7 anos, como integrante do coro infantil da cantata Carmina Burana, de Carl Off, sob a regência do maestro Benito Juarez.

      Faz parte, como conselheira, da nova diretoria da Associação Brasileira Carlos Gomes de Artistas Líricos de Campinas (Abal). Para o segundo semestre, ela tem planos de participar do projeto de apresentações de cortinas líricas das principais óperas de Mozart.

      Metrópole - Qual foi sua primeira aparição em público como cantora?

      Marina Gabetta - Foi no Teatro Municipal de São Paulo, quando eu tinha 7 anos. Fazia parte do coro infantil da cantata Carmina Burana, de Carl Off, sob a regência do maestro Benito Juarez.

      Você já participou de vários espetáculos importantes, entre eles Evita. Como foi?

      Protagonizar durante um ano um espetáculo do calibre do musical Evita, de Andrew Lloyd Webber, foi no mínimo uma enorme experiência tanto de vida como artística. Fiquei surpresa ao receber a notícia de que havia sido selecionada para integrar o elenco, no coro. Mudei-me para São Paulo e os exaustivos ensaios diários começaram. Depois de algumas semanas, o diretor Victor Berbara me lançou um verdadeiro desafio com o convite para que eu interpretasse a personagem Evita e revezasse as apresentações com a cantora Claudia. Como os ensaios já estavam em andamento há um bom tempo, minha dedicação teve que ser intensificada com horas extras de trabalho. Tanto os ensaios técnicos como as aulas de laboratório, com preparativos psicológicos para que eu fizesse o papel dessa mulher de personalidade forte, com uma trajetória de vida marcante e historicamente importante, foram me adicionando autoconfiança e propriedades para cumprir tal desafio.

      Você se arrepende de não ter seguido a carreira de atriz?

      A interrupção foi consequência da minha opção. Retomar a carreira de atriz não é absolutamente um desejo que deixei de almejar. É somente questão de surgir uma oportunidade ou um convite que façam valer a pena o investimento em tempo e dedicação.

      Como mulher bonita, foi eleita Miss Campinas e depois se casou. Esse período foi importante na sua vida?

      Fui eleita Miss Campinas em 1984 e, na mesma noite, fotógrafos e jornalistas presentes me elegeram Miss Imprensa. Ter sido Miss Campinas concedeu-me a enorme honra e a responsabilidade de representar e carregar o nome da minha cidade no peito. Além disso, me foram dadas novas oportunidades de trabalho como cantora e também como manequim e modelo fotográfico.

      Como conselheira da Abal, como define o papel da entidade?

      A Abal tem um importante e fundamental papel cultural na nossa cidade. Primeiramente, o de promover e perpetuar o nome e a música do compositor Carlos Gomes, este que é, sem dúvida, o filho mais ilustre de Campinas, sendo reconhecido mundialmente por seu talento e competência musical. Segundo, pelo fato de a Abal ser grande incentivadora de talentos, abrindo portas e ampliando fronteiras para o cantor e a música erudita.

      Qual a rotina de uma soprano? Você cuida bastante da voz?

      Meu timbre de voz é classificado como soprano lírico. Não só cantores, mas qualquer profissional da voz, devem ter hábitos diários para o cuidado da saúde vocal. Costumo não tomar nada gelado, mesmo no mais alto Verão, e, se resolver tomar um sorvete, por exemplo, logo em seguida bebo um copo de água em temperatura natural. Não gritar e estar atenta às pausas de respiração enquanto falo são conselhos sábios para garantir a qualidade da voz.

      Nunca fumou?

      Nunca. O cigarro é, com certeza, um dos grandes inimigos da voz. Ganhei, em 2009, o troféu Staff de Ouro como melhor cantora erudita do ano. Estudo diariamente com o intuito de ampliar meu repertório ou para me preparar para algum concerto ou recital. Vocalises e aquecimentos são importantes aliados para atingirmos agilidade, destreza e mobilidade vocal.

      Quais os seus planos para o segundo semestre?

      Existe um projeto em andamento para o qual fui convidada, elaborado pelo maestro Hermes Coelho. Tem por objetivo a apresentação de cortinas líricas das principais óperas de Mozart. O empenho e a vontade em realizar novos trabalhos são grandes, mas ainda esbarram, infelizmente, na falta de teatros e de salas preparadas para apresentações, com acústica adequada e na falta de patrocínios desses espetáculos.

      Você atuou com Antonio Fagundes e Flávio Rangel. Conte um pouco desse trabalho.

      Já morando em São Paulo, fiz diversos comerciais de televisão, além de cantar. Gravei uma campanha publicitária composta de três filmes para um conhecido magazine. Quando a campanha foi ao ar, fui assistida pelo ator Antonio Fagundes, que procurou pela produtora dos filmes para saber dados sobre a atriz que protagonizava os comerciais. Sem esperar, fui pega pela agradável surpresa ao receber um telefonema do ator, convidando-me para integrar o elenco de sua próxima peça teatral, o clássico francês Cyrano de Bergerac, de Edmond Rostand. Tive a honra de contracenar com Fagundes. Sob a direção de Flávio Rangel, ficamos em cartaz durante um ano, no Teatro Cultura Artística, em São Paulo.

      Que trabalhos musicais deixaram boas recordações?

      Quando, ainda garota, antes mesmo de ter sido eleita Miss Campinas, cantei no Programa do Chacrinha e ganhei o prêmio de melhor caloura. No fim de 2000, depois de um bom tempo me dedicando somente aos assuntos de casa e da família, decidi voltar a fazer aulas de canto. Minha professora, Sandra Morani, estava empenhada em montar um espetáculo idealizado por ela e intitulado 100 Anos de Broadway, utilizando como elenco o seu próprio quadro de alunos, que era extraordinariamente rico em talentos. Participei da montagem, interpretando trechos do musical O Fantasma da Ópera. Vi com isso reacender em mim a chama do prazer que tenho ao cantar e atuar. Hoje, vivencio um momento muito importante e produtivo, fazendo parte do elenco estável da Abal, onde além de artisticamente me realizar, tenho muitos amigos.

      Os seus filhos têm dons artísticos?

      Acredito que sim. João arrisca sempre um dedilhado em seu teclado. Pedro não possui dons musicais, porém sente-se inclinado a cursar artes cênicas, e Matheus vive cantarolando pela casa e, na minha opinião, possui um vozeirão.

      É vaidosa? Como se cuida?

      Gosto de ser vaidosa. Já fui um dia o ícone de beleza desta cidade e isso, queira ou não, resulta na cobrança das pessoas para que eu esteja sempre esteticamente bem cuidada. Faço exercícios físicos regularmente, drenagem linfática e me alimento de modo adequado. Sabemos que a beleza física é efêmera, por isso primo pela procura em ser uma pessoa de essência bela. A beleza interior, certamente, não sofre a fúria implacável do tempo.

       

      Publicada em 13/6/2010
      Revista Metropole

      Janete Trevisani
      janete@rac.com.br

       





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