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      15/10/2014 | A Seca Inclemente

      A seca inclemente

      Boa água esta faltando,
      Os filhos estão chorando,
      A mulher triste e chorosa,
      Sem vigor e lamentosa,
      Dasanimada da vida!

      Em volta há devastação,
      Já não há vegetação,
      Sumiu o verde do prado...
      As chuvas se dissiparam,
      Na região só restaram
      A tristeza e o desagrado.

      O rebanho sem comida
      Reclama, triste da vida,
      Em mugido, tão dolente!
      Água desapareceu,
      O riacho emudeceu,
      Ainda calado, silente!

      Foi embora a passarada,
      Que alegre e tão animada,
      Trazia sons ao sertão!
      O ar é pesado e quente,
      O sol brilha forte e ardente
      E faz estrias no chão!

      Sertanejo olha o céu,
      À procura de um léu,
      Um fio de esperança!
      Uma nuvem mais escura,
      É lá, que logo procura
      A chuva que traz bonança!

      Mas é o azul que domina,
      E nuvens brancas em cima,
      Nada prometem, afinal!
      Tem que procurar a água
      E a esperança deságua
      Em tristeza sem igual!

      Com a lata na cabeça,
      Quer um local que forneça
      A água indispensável
      Que em algum lugar distante,
      O desperdício é constante,
      Entre gente irresponsável!

      E anda légua e mais légua,
      Nessa tristeza sem trégua,
      Na secura, no chão quente...
      Quer o liquido importante,
      Para alguns tão abundante,
      Mas escasso pr'essa gente!


      De: Ivanilde Baracho de Alencar



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