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A seca inclemente
Boa água esta faltando,
Os filhos estão chorando,
A mulher triste e chorosa,
Sem vigor e lamentosa,
Dasanimada da vida!
Em volta há devastação,
Já não há vegetação,
Sumiu o verde do prado...
As chuvas se dissiparam,
Na região só restaram
A tristeza e o desagrado.
O rebanho sem comida
Reclama, triste da vida,
Em mugido, tão dolente!
Água desapareceu,
O riacho emudeceu,
Ainda calado, silente!
Foi embora a passarada,
Que alegre e tão animada,
Trazia sons ao sertão!
O ar é pesado e quente,
O sol brilha forte e ardente
E faz estrias no chão!
Sertanejo olha o céu,
À procura de um léu,
Um fio de esperança!
Uma nuvem mais escura,
É lá, que logo procura
A chuva que traz bonança!
Mas é o azul que domina,
E nuvens brancas em cima,
Nada prometem, afinal!
Tem que procurar a água
E a esperança deságua
Em tristeza sem igual!
Com a lata na cabeça,
Quer um local que forneça
A água indispensável
Que em algum lugar distante,
O desperdício é constante,
Entre gente irresponsável!
E anda légua e mais légua,
Nessa tristeza sem trégua,
Na secura, no chão quente...
Quer o liquido importante,
Para alguns tão abundante,
Mas escasso pr'essa gente!
De: Ivanilde Baracho de Alencar