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      16/06/2011 | Luiz Aquino rebate acusações de Hélio

      Ex-presidente da Sanasa, em artigo, pede desculpas e diz que Hélio vendeu a alma ao diabo para se eleger prefeito de Campinas

      O ex-presidente da Sanasa Luiz Augusto Castrillion de Aquino, delator do suposto esquema de corrupção envolvendo a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A (Sanasa), rebate as acusações do prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos (PDT), que o chamou de criminoso em artigo publicado no Correio Popular no dia 14/06. Aquino, também através de artigo, admite que cometeu irregularidades enquanto estava à frente da Sanasa e pede desculpas para a população. 'O grande ato de luxúria não foi cometido por mim, mas por você (prefeito, ao vender a própria alma ao diabo para se eleger prefeito no primeiro mandato. Pagar essa dívida até hoje tem sido difícil', cita no texto.

      Confira abaixo a íntegra do artigo:

      Ao ler o Correio do dia 14/6/2011, na página A2, deparei-me com dois artigos realmente interessantes. “Cinismo”, do Manuel Carlos, e “A mascara da infâmia”, do senhor prefeito. Parabéns ao senhor Manoel Carlos pela contextualização apresentada; quanto ao artigo do senhor prefeito, faço os comentários a seguir, malgrado tenha até agora me imposto o silêncio, limitando a minha fala, como convém, aos autos do processo, sem alarido.

      Inicialmente quero pedir desculpas para a população campineira. Cometi, sim, atitudes equivocadas, porém, optei por corrigir meus atos e trilhar novamente por caminhos corretos, dignos e verdadeiros.

      O pecado, senhor prefeito, não se torna pecado somente quando é descoberto, mas quando praticado. Assumo meus erros e vou responder por eles.

      Tive a coragem de assumir o que fiz, de não me esconder da população e da Justiça. Solitariamente, após muito refletir, de maneira espontânea e serena, procurei o Ministério Público - não os inquisidores como o prefeito denomina os representantes do Ministério Público - e relatei ou delatei, como queiram, todo o processo instalado na Sanasa do qual participei. Se fui o único a cometer tais atos, resta explicável que todas as empresas envolvidas tenham continuado e que muitas ainda continuem até hoje prestando serviços na Sanasa.

      Ora, senhor prefeito, conhecendo todas as empresas e as situações em 2008, e o senhor sabia, como relatou o próprio vice-prefeito, não só eu teria sido desligado da Sanasa, mas também todas as empresas envolvidas, houvesse o mínimo de decência na Administração.

      Se falarmos de biografia, senhor prefeito, as nossas são parecidas. Excelentes alunos nos 1º e 2º graus, frequentamos a mesma Universidade, fizemos sucesso nas nossas profissões e nos perdemos na administração pública, portanto, deixemos de lado o cinismo ao falar de biografias.

      Quando o senhor falou de falta de caráter, René Le Senne deve ter ficado furioso, pois caráter refere-se ao conjunto de disposições congênitas que o individuo possui desde seu nascimento e compõe, assim, o esqueleto mental do individuo. Talvez o senhor devesse dizer mau-caráter, aquele que não tem misericórdia e nem compaixão de ninguém, pessoa egoísta e mesquinha, que só olha para o seu próprio umbigo e pensa no seu bolso. Sinceramente, esse figurino lhe cai muito melhor do que em mim. Como pensar em meu próprio bolso?

      Lembra-se, senhor prefeito, que em novembro de 1997, quando estávamos no Giovanetti da Rua Thomas Alves, o senhor pediu-me ajuda financeira ? Naquela época, o senhor não tinha cargo político e, assim, durante o ano de 1998, ajudei-lhe a manter sua família, para que o senhor só se dedicasse à política.

      Lembra-se, senhor prefeito, o quanto eu lhe ajudei durante sua primeira campanha para deputado federal, em 1998, ou já se esqueceu?

      Lembra-se, que após a sua vitoria à Câmara Federal, você vivia dizendo como era difícil movimentar-se em Brasília sem automóvel? Lembra-se quem lhe deu um Ômega escuro para essa finalidade? Sempre estive ao seu lado, Dr. Hélio, até por admiração. Mas tudo tem limites. O senhor sabe muito bem que não menti ao Ministério Público sequer numa vírgula.

      O grande ato de luxúria não foi cometido por mim, mas por você, ao vender a própria alma ao diabo para se eleger prefeito no primeiro mandato. Pagar essa dívida até hoje tem sido difícil. Lembra-se das incontáveis reuniões com os “credores” realizadas em hotéis na cidade de São Paulo até altas horas da noite? Desde antes do primeiro dia do seu primeiro mandato de prefeito municipal de Campinas, você já começava a pagar essa dívida, nomeando pessoas desqualificadas para o alto escalão, que Campinas não conhecia e que não conheciam Campinas. Já se esqueceu? Acho que não, o senhor tem boa memória!

      Discordo também quando o você diz que não tenho credibilidade para fazer acusações. Não fiz acusações, mas reconheci meus atos, tal como se deram e vou responder por eles, como já disse. Aliás, o senhor falando de credibilidade? Não posso acreditar que tenha se esquecido de tudo o que se passou em sua Administração, no entanto, a julgar-se pelos “pequenos” esquecimentos relativos a propriedades de empresas e de imóveis não declarados, fica fácil perceber como o senhor busca deliberadamente esquecer-se celeremente das coisas, quando lhe convém. O senhor tem saído atualmente nas ruas? Será que a população campineira realmente ainda acredita na sua credibilidade? O senhor desceria a 13 de Maio hoje sem escolta?

      Como escreveu Saramago, em a Jangada de Pedra, “a verdade está sempre à nossa espera, chega o dia em que não podemos fugir-lhe”.

      Seria mais útil que o senhor, ao invés de atacar-me pela imprensa, de forma rasteira, própria dos viperinos, direcionasse todas as suas energias para tentar explicar-se para a população de Campinas. Mas isso o senhor não faz.

      Quanto a mim, posso dizer que hoje durmo em paz comigo mesmo, não tenho nada a esconder da minha família, dos amigos e da população. Sei onde está minha ex-mulher e mãe dos meus filhos, e durmo todas as noites.

      16/06/2011 - 07h29
      Portal RAC



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