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“Filho, ama teu pai! Venera-lhe a presença!
Cultua-lhe a memória! Ele é o pólen que fecundou a flor da qual desabrochaste!
Num momento supremo de amor, tirou-te do nada e te legou a vida!
Transmitiu-te uma tradição de honra, de lutas e de vitórias.
Deu-te um nome que será perpetuado nas novas gerações que surgirão de ti!
Retrocede ao teu próximo passado e revê os dias de tua infância.
Verás um semideus, forte como um Hércules, protegendo-te amparando-te, conduzindo-te confiante através dos labirintos em que te perdias em tua inexperiência.
Temerário, enfrentavas as tempestades e os vendavais, pois sabias-te protegido!...
Inversamente ao teu desenvolvimento, o gigante foi se diminuindo lentamente.
Hoje és homem, sabes-te forte, autossuficiente.
Tens talentos próprios... Tua força viril dispensa ajuda.
Escolhes os teus caminhos, enfrentas as dificuldades...
És o gigante de outrora que se aniquilou para dar-te a força, a armadura e os meios de combate.
Reencarnas a invencibilidade que enxergavas nele.
Não o menosprezes agora, quando de ti só espera o amor e a ternura.
Recorda-te do homem bom que acompanhou teus dias de mãos dadas contigo ensinando-te a ser Homem.
Tem em mente, filho, que a vida se repete. Amanhã será teu filho o forte e tu, aquele que se verá refletindo na nova fortaleza.
Ama teu pai! Venera-lhe a presença, enfraquecida embora!
E quando ele se for, cultua-lhe a memória!
E te agigantarás aos olhos de ti mesmo, pois honrarás a tua própria espécie!”
Maria Conceição Arruda Toledo
