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      13/04/2012 | ABAL atinge 30 anos dia 16 de abril

      ABAL atinge 30 anos em defesa das tradições líricas de Campinas

       

      Defendendo que Campinas, berço do compositor de óperas, Antonio Carlos Gomes, deve assumir e se conscientizar de sua vocação para a música lírica, a ABAL, entidade fundada há 30 anos por cantores líricos acredita que esta cidade é predestinada ao cultivo da música de ópera desde os primeiros anos do século XIX, com a chegada de Manoel José Gomes, pai de Sant’Anna Gomes e Carlos Gomes. Foi aí que teve início na “Vila de São Carlos” da época, a tradição lírica. Uma das principais motivações da ABAL Campinas – segundo seu presidente, o tenor Alcides Acosta – é conservar e zelar por esse aspecto histórico que, uma vez estabelecido pelos geniais Gomes - Maneco, Carlos e Sant’Anna Gomes - integra os valores culturais da cidade. E declara que, “mais que as conquistas econômicas dos barões do Café, de sua intelectualidade, artistas e inventores, como Hercules Florence e Santos Dumont, a música sacra escrita por Maneco Gomes e as páginas operísticas de Carlos Gomes e de Sant’Anna Gomes foi que projetaram o nome de Campinas no mundo no século XIX. Tal patrimônio artístico está preservado hoje nos museus, mas continua a ser pouco valorizado e restaurado no País e, especialmente, em Campinas”.

       

      A ABAL – Associação Brasileira Carlos Gomes de Artistas Líricos A ABAL Campinas foi fundada, como entidade jurídica, em 16 de abril de 1982, em assembleia solene que aconteceu no salão social do Clube Semanal de Cultura Artística. Antes disso, em reunião efetivada em outubro de 1981, na sede da Associação Campineira de Imprensa (ACI), os artistas lançaram o movimento “Para Nossa Voz Queremos Vez”. A primeira decisão do movimento foi criar a atividade semanal de recitais com cantores líricos, conjuntos de câmera, corais, poetas e declamadores e recuperar o ambiente lírico que estava decadente na cidade.

      A partir da criação da entidade, esta empenhou-se anualmente em estimular a melhoria das Semanas de Carlos Gomes, tornadas depois em Mês de Carlos Gomes, sempre em setembro. Lutou também para que fossem montadas as óperas do Maestro e executadas suas modinhas e canções.


      Para poder concretizar a série de recitais “Encontros Musicais”, a ABAL Campinas reivindicou e obteve da Secretaria de Cultura o uso do espaço desocupado à época, existente no Centro de Convivência Cultural Carlos Gomes. Em 1982, ali foi inaugurado o espaço para concertos “SALA CARLOS GOMES”. A série de música lírica “Encontros Musicais” é a atividade que tornou a Associação Brasileira Carlos Gomes de Artistas Líricos mais conhecida pelo público. A importância da ABAL para as tradições musicais da cidade foi reconhecida duas vezes, com Diplomas de Honra ao Mérito, pela Câmara Municipal de Campinas. Em janeiro de 2012 mereceu nova menção por iniciativa do Vereador Arly de Lara Romeo, pelos 30 anos em que vem realizando recitais gratuitos para a população. Hoje esses concertos, devido à interdição do Centro de Convivência, onde está a Sala Carlos Gomes, foram transferidos provisoriamente para o auditório Carlos Tontoli, da ACI.

      Campinas possui pelo menos dois grandes Conservatórios musicais que formam vozes para o gênero lírico, que são o Conservatório Carlos Gomes e o Conservatório Pró-Música, bem como o curso superior de Canto, da Universidade de Campinas, (UNICAMP). A ABAL Campinas mantém relacionamento com todas as escolas particulares de Canto de Campinas e, também, com o Centro de Ciências, Letras e Artes (CCLA), a Banda Carlos Gomes, a Academia Campinense de Letras, a Academia de Ciências, Artes e Letras das Forças Armadas, a Academia Campineira de Ciências, Letras e Artes, o Centro de Poesia e Artes de Campinas (CPAC), Clube dos Poetas e instituições culturais e cívicas variadas. Desde sua fundação, a ABAL Campinas tem integrado todas as Comissões Organizadoras das Festividades a Carlos Gomes (Semanas de Carlos Gomes e o Mês Carlos Gomes.


      Até hoje mais de 400 diferentes cantores líricos, brasileiros e internacionais, e cerca de 20 conjuntos corais diversos se apresentaram no palco dos “Encontros”. Muitos pianistas co-repetidores, como Fausto Massaini, Hely Rodrigues, Joaquim Paulo do Espírito Santo, Rafael Casalânguida, Alexsander Amaral, Antenor Arruda de Moraes Camargo, Carlos Wiik, Chiquinho Costa, Gabriel Rebolla, Ana Carolina Sacco, Alex Magno dos Reis, Katia Cavaggioni, Gabriel Longuinhos, entre outros, acompanharam centenas de recitais feitos, segundo registros existentes na entidade.

      Realizando recitais dedicados às canções e árias gomesianas, os cantores da ABAL  homenagearam com uma cortina lírica, em 2011, os 150 anos de estreia da primeira opera do Tonico de Campinas, “A Noite do Castelo”.

       

      Jovens para a Ópera

      A ABAL Campinas visou sempre proporcionar um palco para as vozes de estudantes de canto lírico. “A intenção era, é e sempre será estimular e revelar novos valores, vozes jovens, para a ópera e para as obras de Carlos Gomes”, garantem os diretores da entidade. Surgem jovens e talentosos tenores, como Christian Dayner, Nunno Dellalio, Cesar Kalau, André Minutti, Tareek Chahin, entre outros; barítonos como José Luiz Águedo-Silva, Fabio Bandeira, Marcelo Santos, Rafael Novello e, no universo feminino, sopranos e “mezzos” talentosas como Marina Gabetta, Laura Duarte, Nadia Zanotello,Thamy Quintanilha, Vanessa Spíndola, Tatiana Beffa, Carolina Galdames, Karine Martimbianco, Gilzane Castellan, etc. para integrar a galeria dos artistas líricos campineiros, que gradativamente se destacam no Brasil. Todos esses jovens já foram ouvidos pelos frequentadores dos “Encontros Musicais”, com bastante êxito e impressionaram. O tenor Christian Dayner, por exemplo, foi convidado para o festival de Curitiba e participou da ópera “Il Barbiere di Siviglia”, de Rossini.

      A diretoria de ABAL Campinas é formada por Alcides Acosta, Vera Pessagno Bréscia, Vicente Montero, Cida Buccini, José Eduardo G. Florence Teixeira, João Gabriel Bertolini e Willy Roosevelt. A entidade foi declarada de Utilidade Pública pela Câmara Municipal de Campinas pela Lei n°. 5844, de 16/10/1987.

      No ano de 2009, a ABAL Campinas festejou diversos marcos históricos, inclusive, em 4 de setembro, levou ao palco o Milésimo recital da série “Encontros Musicais”, dentro da programação oficial do Mês de Carlos Gomes 2009. Constou de verdadeira maratona lírica com participação de cantores de Campinas e da Capital, especialmente convidados e, ainda, o Brasileto Ensemble, de São Carlos, e a Orquestra de Câmera Ars Musicalis, regida pelo Maestro Hermes Coelho. Esse terá sido o concerto de mais longa duração realizado até hoje em Campinas, com mais de 180 minutos de música lírica, e com o maior número de cantores líricos solistas jamais congregados na cidade. Deve-se salientar a participação do tenor japonês Kohdo Tanaka, de renome internacional, e ainda, de cantores de São Paulo, como a maestrina e mezzosoprano Vânia Pajares e o tenor João de Braz.

       



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