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      10/05/2012 | Liberdade de Imprensa X PT

      Líderes tucanos condenam ataques do PT contra liberdade de imprensa

      Os líderes do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE), e da Minoria, Antonio Carlos Mendes Thame (SP), condenaram nesta quarta-feira (9) os ataques do PT contra a liberdade de imprensa. Ao reprovarem a tentativa petista de transformar a CPI do Cachoeira em uma investigação sobre jornalistas e meios de comunicação, os tucanos destacaram a relevância da imprensa livre para um país democrático.

      Na avaliação de Araújo, a postura é preocupante e contrária à democracia. “Quando alguns não gostam do que leem nos meios de comunicação, o que acontece é isso. Um governo que está à beira de mandar uma lei de marco regulatório da imprensa. É algo que não condiz com a história do processo de redemocratização”, criticou. De acordo com o líder, o Brasil não quer um sistema de censura semelhante aos da Argentina e da Venezuela.

      O tucano destacou o depoimento secreto do delegado da Polícia Federal Raul de Sousa, ouvido ontem pela CPI e que foi publicado pela “Folha de S.Paulo”. O delegado disse que as conversas entre os jornalistas citados tratavam especificamente da relação de conduta entre repórter e fonte, conforme destacou o líder. “O que estamos assistindo é algo grave, que fere de forma muito consistente o compromisso desse Congresso com o exercício da liberdade de imprensa.”

      Araújo lembrou que o PSDB protocolou nesta quarta no Supremo Tribunal Federal (STF) requerimento para suspender o sigilo do inquérito da Operação Vegas. O requerimento é endereçado ao ministro Ricardo Lewandowski, relator do processo. “Fomos ao STF para que haja o bom senso. Não há mais sentido algum na prerrogativa do segredo de Justiça em um inquérito que o Brasil inteiro conhece. Uma sessão secreta que é faz de conta, conto da carochinha, onde só quem perde é a sociedade, que não pode ver de forma clara o que está acontecendo e prejudica de forma objetiva as investigações.”

      Mendes Thame, por sua vez, condenou a declaração do presidente do PT, Rui Falcão, de que a CPI do Cachoeira vai desvendar a ligação de contraventores nos setores da mídia brasileira. O deputado leu, em plenário, a coluna Painel, da “Folha”, de hoje, assinada por Vera Magalhães. O texto diz que o Partido dos Trabalhadores decidiu transformar a comissão em uma “investigação sobre a imprensa”.

      Para o líder da Minoria, o ato demonstra o projeto petista de controlar a liberdade de imprensa.
      Segundo ele, esse tipo de discurso afronta a Constituição. “Chega a ser assombroso convivermos com esses discursos precursores que, na verdade, dizem, com outras palavras, aquele velho chavão: abaixo a imprensa burguesa. Todos sabem os malefícios da censura à imprensa, que ainda ecoam no esforço que empreendemos para consolidar a democracia no Brasil”, reprovou ao destacar que os brasileiros ainda têm na memória os duros períodos da ditadura militar.

      O deputado ressaltou trecho do discurso de posse de Dilma Rousseff no Congresso. “A presidente da República, durante sua posse nesta Casa, lançou uma frase memorável: Prefiro o barulho da imprensa livre ao silêncio das ditaduras. O que vemos hoje não bate com essas palavras. Ou nós temos um governo que não fala o que pensa e não faz aquilo que falou, ou nós temos um governo que não segue a orientação da presidente”, concluiu.

      De acordo com Mendes Thame, outro objetivo do PT com a CPI é se vingar do governador de Goiás, Marconi Perillo e do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por causa do mensalão. Perillo alertou o ex-presidente Lula sobre o esquema. Já o procurador-geral descreveu o mensalão como uma sofisticada organização criminosa, que se estruturou profissionalmente para a prática de diversos crimes. “Os passos seguintes fazem parte da história recente. A CPMI dos Correios provou cabalmente a existência do mensalão, o seu relatório indicou responsabilidades, o Ministério Público as considerou procedentes e ofereceu denúncia ao Supremo Tribunal Federal”, explicou. “Não é preciso dizer que essa CPI também quer dar o troco a esse procurador-geral que teve essa desfaçatez de pronunciar os indiciados do mensalão.”





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