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      20/06/2012 | As Coéforas e As Eumênides

      Rotunda apresenta As Coéforas, da trilogia de Ésquilo, no Teatro de Arte e Ofício, de quinta a domingo próximo

      Pela primeira vez apresentada no Brasil, a montagem tem direção de Teresa Aguiar; ingressos a preços populares

      Depois da estreia de Agamêmnon, no último final de semana, o grupo Rotunda dá sequência à trilogia Oréstia, de Esquilo, com As Coéforas, de quinta-feira a domingo próximo, no Teatro de Arte e Ofício (TAO), em Campinas.

       A trilogia, pela primeira vez encenada no Brasil, marca os 45 anos do Rotunda –  primeiro grupo de teatro profissional do interior do Estado de São Paulo.

      O público já pode anotar na agenda: a última montagem da trilogia, As Eumênides, será encenada de 28 de junho a 1º de julho, também no TAO.

       As Coéforas mostra a vingança de Orestes e Electra pelo assassinato do pai e As Eumênides trata da perseguição de Orestes pelas fúrias vingadoras, divindades poderosas que punem os crimes dos mortais, especialmente os consanguíneos.

      "O Rotunda nasceu sob o signo das origens do teatro - a tragédia grega - com a peça Electra, de Sófocles. Para marcar os 45 anos do grupo voltamos ao gênero, só que dessa vez com mais força", diz a diretora do espetáculo, Teresa Aguiar, lembrando o ineditismo da montagem simultânea, no Brasil.

      "Vemos uma volta grande das tragédias gregas para os palcos. Temos cada vez mais montagens. É um espelho do mundo que vivemos, com suas grandes tragédias e desmandos. Além de representarem a origem do teatro ocidental, elas funcionam como uma forma de purificação para o público", diz Márcio Tadeu, professor do curso de Artes Cênicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e especialista em mitologia grega.

      Tadeu explica que Ésquilo foi o primeiro grande trágico grego. "É muito importante fazer a trilogia completa. É um ato corajoso montar as três peças ao mesmo tempo, Uma tarefa que não é fácil", afirma. Segundo Tadeu, isoladamente as peças já foram apresentadas, mas juntas houve apenas uma montagem do grupo paulistano Folias de Arte, mas adaptada para os dias atuais. "Na forma original, mantendo a poesia de Ésquilo, é a primeira vez no Brasil".

      Montar uma tragédia grega, para Teresa, é beber da fonte primeira da dramaturgia ocidental. "Trata-se de um dos mais importantes gêneros literários legados pela Grécia Antiga", afirma. Ela lembra ainda, que a terceira peça da trilogia apresenta a criação do primeiro tribunal do júri, instituído pela deusa Atena (Minerva, na mitologia romana) para julgar o crime de Orestes.

       

      Tragédia

      Surgida na segunda metade do século 6 a.C, o gênero trágico atingiu o apogeu em Atenas entre 480 e 400 a.C., aproximadamente. Do século 4 a.C. em diante a tragédia entrou em franco declínio e só iria recuperar parte de seu antigo esplendor dois milênios depois. Mas as obras de Shakespeare (1564/1616), de Racine (1639/1699) e de outros autores são, na realidade, formas evoluídas da tragédia. Das 80 tragédias compostas por Ésquilo restam atualmente apenas sete; mesmo número que ficou das 120 de Sófocles. Das 80 obras dramáticas de Eurípedes, somente 17 tragédias e um drama satírico sobreviveram.

      "Não se justifica Oréstia nunca ter sido montada no Brasil. A tragédia grega deve ser oferecida para que as novas gerações possam não apenas conhecer o gênero, mas também se aproximar da cultura helênica, fundamental para a formação da sociedade ocidental", reforça Teresa.

      Oréstia tem direção geral de Teresa Aguiar; direção de elenco, cenários, figurinos e assessoria histórica do professor de artes cênicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Márcio Tadeu; trilha sonora original de Mário Manga, preparação corporal da coreógrafa espanhola radicada em Londres, Carmen Vilches, e produção executiva de Ariane Porto. Considerando as três peças, 26 atores ocupam o palco.

       

      Serviço

       

      As Coéforas - 21 a 24/6 (quinta-feira a domingo), às 20h30

      As Eumênides - 28 a 30/6 e 1/7 (quinta-feira a domingo), às 20h30 

      Local: TAO - Teatro de Arte e Ofício (Rua Conselheiro Antonio Prado, 529, Vila Nova, fone: 3241-7217).

      Ingressos: Preços populares: quinta feira e domingo, R$7,00 e R$3,50; sexta-feira e sábado, R$10,00 e R$5,00.

      Instituições e escolas, preços especiais.



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