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Relacionamentos ajudam manter negócios de micro e pequenos empresários na crise
Indicações de contatos geraram até 70% das vendas nos últimos 30 dias
A retração do mercado e a consequente queda das vendas e faturamento tem levando muitas empresas a encerrarem as atividades. Neste cenário, o relacionamento estabelecido entre empreendedores através do networking tem se mostrado uma ferramenta eficaz para a geração de negócios. Desde o inicio da Quarentena, no dia 16 de maio, as referências de pessoas das redes de contato já representaram até 50% dos novos contratos fechados.
De acordo com um levantamento realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), mais de 600 mil micro e pequenas empresas brasileira fecharam as portas por falta de serviços e dívidas e 9 milhões de funcionários foram demitidos em razão dos efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus.
Este quadro vivenciado no mundo todo poderia estar sendo ainda pior. Mas muitos empresários estão buscando saídas para sobreviver. Desde o inicio da Quarentena, o empresário Gustavo Agiessi, da Utacar Oficina Mecânica, em Campinas, viu o seu negócio sofrer forte queda. Mesmo fora da lista de empresas proibidas de funcionar, seu faturamento atual é de 40% se comparado a períodos normais.
“Dos 40% que faturamos agora, metade veio de indicações de empresários do grupo de relacionamento que participo ou de ex-membros”, conta. Segundo Agiessi, sem esta rede de contatos ao seu redor a situação estaria muito pior. “Estaríamos hoje com as portas fechadas, teríamos que dispensar funcionários e até mesmo ter encerrado nossas atividades por falta de serviço”, explica.
Outro exemplo que vem da força dos contatos neste período é do empresário Milton Gadioli, diretor da Tokstil Móveis Planejados, também de Campinas. Com mais de 16 anos no mercado, atendendo empresas nacionais e multinacionais, ele viu o faturamento sofrer forte queda com a Quarentena.
Na segunda quinzena de março a empresa registrou um faturamento de R$ 74 mil. Em abril, até o dia 15, foram somente R$ 27 mil. “Cerca de 70% desse volume veio através de referências de pessoas do grupo de networking que participo há mais de cinco anos, que indicam pela confiança e conhecem nossa qualidade e comprometimento dom prazo e qualidade”, afirma Gadioli.
O segmento de publicidade também sofre grande impacto em períodos de crises financeiras. De uma hora para outra, muitas agências se vêm vazias e queda de trabalhos. Isso porque existe uma tendência do mercado de cortar este tipo de serviço, visto como um gasto e não investimento para manter a marca e produtos em evidência.
Segundo Fábio Carvalhaes, diretor da agência de publicidade Moka, o marketing de relacionamento, ou networking, tem ajudado muito neste período, trazendo novos negócios em um momento em que o mercado está praticamente parado. “Hoje as referências representam entre 50 e 60% de nossos projetos, mas já chegaram a compor quase 90% do faturamento da agência, quando iniciamos atividades de networking, há cerca de quatro anos”, garante o publicitário.
CONSTRUÇÃO
Outro setor não atingido pelo decreto estadual da Quarentena é o da construção civil. A Sancometal Estruturas Metálicas, de Santa Bárbara D’Oeste, retomou suas atividades no inicio da semana, por conta da alta demanda do setor. “Em três semanas, fechamos o equivalente a dois meses do que prevíamos sem crise. Do total de negócios fechados neste período, mais de 20% dos negócios foram gerados por intermédio da rede de contatos”, afirma Felipe Sanson, diretor comercial.
“É uma ferramenta muito importante e eficaz que precisa ser trabalhada ao longo dos anos, não somente em momentos de dificuldades. Você precisa ganhar a confiança de seus contatos e também ajudar nos negócios deles”, explica Sanson.