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CCLA QUER JOVENS NA BUSCA POR MODERNIDADE
O CENTRO DE CIÊNCIAS, LETRAS E ARTES (CCLA), fundado em 31 de outubro de 1901, há 120 anos vem exercendo, continuamente, as mais diversas atividades culturais, destacando-se, em especial, a guarda e conservação de preciosos acervos reunidos no Museu Carlos Gomes e no Museu Campos Salles. Mantém ainda uma biblioteca com mais de 140 mil volumes e pinacoteca, que conservam obras de renomados artistas plásticos brasileiros, inclusive e especialmente, de Campinas. Galeria de Artes e um Auditório, de 200 lugares, são espaços onde se desenvolvem, em tempos normais, exposições de artes plásticas, oficinas culturais e apresentações musicais, literárias e teatrais. Essas atividades começam a ser retomadas, a partir de agora, quando os níveis de vacinação em Campinas já se apresentam mais abrangentes.
A fundação em 31 de outubro envolveu um pugilo de homens que, no alvorecer do século XX, com raízes fincadas no século anterior, sonhou edificar uma agremiação para cultuar a Ciência e as Artes. Seus anseios frutificaram e, após um percurso 120 anos, o Centro de Ciências, Letras e Artes exibe uma história de importantes contribuições. Na verdade, os artífices dessa obra, aqueles que pugnaram por recursos para construir as sedes que a entidade teve na cidade, que perseveraram em seu projeto superando dificuldades, descréditos e até a indiferença, transformaram o CCLA em sólida realidade. Irmanados pelo ideal, os seis apóstolos nesse sonho foram - o botânico Dr. José de Campos Novaes, do Instituto Agronômico; o Prof. Francisco de Paula Magalhães Gomes, professor de História Natural (do Colégio Culto à Ciência); Henri Potel, químico, Adolpho Hempel, fitopatologista, ambos do Instituto Agronômico; o engenheiro arquiteto e cientista Edmundo Krug e o advogado e tribuno, Dr. João César Bueno Bierrenbach. Foram visionários mestres e ousados inspiradores de avanços e progresso, dentre os quais se destaca o professor Henrique Maximiano Coelho Netto e o primeiro presidente do CCLA, Leôncio de Carvalho, advogado e ex-ministro do Império. Esses fundadores glorificaram Campinas em seu tempo, ofertando mentes e braços no estabelecimento dessa iniciativa, a princípio visando o conhecimento científico, que iniciava uma marcha avassaladora e era preciso acompanhar. Depois, foram incorporadas também a Literatura e outras Artes na entidade.
São transcorridos 120 anos dessa epopéia, que empolgou os cerca de 70 mil campineiros, a população naquele momento. A entidade continua hoje enfrentando outros desafios, diferentes dificuldades e carências. Mas, se mantêm firme no cumprimento de seu ideário, valores e objetivos. No início deste século 21, o CCLA continua o seu empenho de valorizar diversas linguagens artísticas e promover reflexões permanentes em vários segmentos. Abriu, por exemplo, um Departamento de Ecologia para promover debates sobre os grandes desafios ambientais. Outro movimento para renovação é trazer jovens que ajudem na busca por temas relacionados à sustentabilidade, desafios da tecnologia e modernidade.
O acervo do CCLA foi formado ao longo do século 20 e reúne documentos datados a partir do século 16. Conta com uma biblioteca de livros considerados raros. Uma diversificada hemeroteca e histórica coleção de fotografias também integram o acervo. Com mais de 140 obras de arte, a Pinacoteca é a mais importante coleção do gênero na cidade. Já o Museu Carlos Gomes possui as coleções particulares de seu pai, José Manuel Gomes, o Maneco Músico, e de seu irmão, José Pedro de Sant´Anna Gomes, além de objetos pessoais do Maestro. Com perto de 600 partituras, é o único museu dedicado exclusivamente a Carlos Gomes, o grande nome da história cultural de Campinas e um dos maiores do Brasil. O Museu Campos Sales nasceu a partir de doações do próprio Campos Sales, segundo presidente civil do Brasil (1898-1902), que várias vezes honrou o Centro de Ciências, Letras e Artes com sua presença.
Atualmente, os diretores e conselheiros, que oferecem seu trabalho como voluntários têm ajudado a instituição a se manter no rumo, em busca de superação e novas realizações. Mesmo afetados, encurralados pela pandemia da pestilenta COVID 19, essa diretoria e conselheiros permanecem zelando pela instituição, introduzindo melhorias na sede localizada na esquina da Avenida Francisco Glicério com a Rua Bernardino de Campos, como moderno sistema de combate a incêndio e está em vias de passar pela vistoria do Corpo de Bombeiros para obtenção do AVCB.
Da mesma forma, assinamos contrato com uma empresa para instalação de um elevador para 8 pessoas, que deverá entrar em funcionamento até março de 2022.
Ao longo de 120 anos de história, foram muitos os cidadãos de Campinas que pertenceram e contribuíram com as administrações do CCLA. Em 2020, dois associados foram lembrados por situações bastante especiais: o centenário ex-diretor Henrique de Oliveira Júnior, que tanto colaborou com a entidade no departamento de Cinema, comemorou 100 anos de vida, atento, firme e lúcido; e o ex-presidente, que nas últimas décadas, manteve a missão e o credo do Centro de Ciências, Letras e Artes, o engenheiro Marino Ziggiatti, o decano membro do Conselho Deliberativo, presentemente nos seus bem vividos 96 anos de idade. Como parte das comemorações, ele será homenageado com a inauguração de seu retrato na galeria dos Presidentes, obra do pintor e artista plástico, Arthur Blade, nesta quinta-feira, dia 28. Na mesma solenidade, a artista Fúlvia Gonçalves terá o vernissage de quadros, que criou inspirada em textos do poeta Stéphane Mallarmé, (na tradução de Joaquim Brasil Fontes). Fúlvia Gonçalves é pintora, desenhista, gravadora e professora. Fez comunicação visual na Escola de Artes Plásticas, em Ribeirão Preto, entre 1960 e 1968; freqüentou o ateliê de Leonello Berti, Bassano Vacarini e Francisco Amendola. Atuou como professora da Universidade de Ribeirão Preto e trabalhou com cinema de animação, participando do Festival Cinema de Animação, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, MAM/SP, em 1962. Em 1966, teve aulas de ateliê em comunicação visual com Wesley Duke Lee. Durante dezesseis anos, de 1976 a 1992, participou da criação e implantação dos cursos de graduação e pós-graduação em artes plásticas da Universidade de Campinas, Unicamp, onde ocupou o cargo de chefe do Departamento de Artes Plásticas do Instituto de Artes, nas áreas de Comunicação Visual e Artes Gráficas. Nessa mesma universidade, defendeu tese de doutorado em artes em 1988.
Na sexta-feira, dia 29, no plenário da Câmara Municipal, por iniciativa do vereador Luis Rossini, a diretoria receberá o Diploma de Honra ao Mérito, pelos 120 anos de contribuição cultural a Campinas. A vice-presidente, médica Clarissa W. Mendes Nogueira será a oradora na solenidade. Por fim, o tenor César Camargo, que acaba de ser premiado como A Melhor Voz Masculina no XIV Concurso Estímulo para Cantores Líricos, da Secretaria de Cultura de Campinas e CCLA, apresentará um recital de canções internacionais.
Uma celebração como esta, obviamente, teria que contar com algo para marcá-la. Todos os anos a Diretoria vem proporcionando, gratuitamente, aos seus associados e freqüentadores em geral eventos culturais e artísticos, palestras científicas, exposições de arte e o culto à vida de importantes filhos de Campinas, como o Maestro Antônio Carlos Gomes, ao pai e irmão de Carlos Gomes, igualmente músicos e compositores, Manoel José Gomes e José Pedro de Sant'Anna Gomes; ao grande político e ex-presidente da República, Manoel Ferraz de Campos Salles, mantendo museus dedicados a eles em suas dependências. Recentemente, a fim de expor suas realizações culturais, o CCLA criou uma página na plataforma virtual Youtube, compartilhando palestras, concertos e recitais, bem como cursos educativos online.
A diretoria atual, com mandato até 2022, é presidida pelo jornalista, professor e bacharel em Direito e Relações Públicas, Alcides Ladislau Acosta e é integrada pela médica Clarissa W. Mendes Nogueira (vice-presidente); Luiz Carlos Ribeiro Borges (secretário geral); Genaro Campoy Scriptore (1º. Tesoureiro) Eng⁰. Fernando Pina de Figueiredo (2º. Tesoureiro); João Luiz P. G. Minnicelli (1º. Secretário); Profa. Marli Aparecida Marcondes (2º. Secretário); Prof. Duilio Battistoni Filho, (Dir. Social e Biblioteca) e Eng⁰. Antônio Pedroso de Carvalho Neto, (Diretor de Sede). Integram o Conselho Deliberativo o dr. Agostinho Toffoli Tavolaro, dr. Jorge Alves de Lima, Dayz Peixoto da Fonseca, Lenita W. Mendes Nogueira e o eng° Marino Ziggiatti; e o Conselho Fiscal, Augusto Scorza, José Homero Adabo, Luiz Carlos de Carvalho e Orlando Rodrigues Ferreira.
Alcides Acosta