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      20/01/2011 | Marco Padilha Chefe do Cerimonial da Câmara

       Sérgio Galvão Caponi Presidente da ACLA - Academia Campineira de Letras e Artes protocolou nesta quarta feira  dia 19/01/11 as 17:08 no Gabinete do Presidente da Câmara de Campinas Vereador Pedro Serafim Júnior um Ofício
      discordando da demissão do Chefe do Cerimonial da Câmara de Campinas Marco César Padilha.

       

      Ex.mo Dr.  Pedro Serafim Júnior

      DD. presidente da Câmara Municipal de Campinas

       

       

       

       

      No afã de saudá-lo e parabenizá-lo pela assunção ao nobilíssimo cargo de presidente da Câmara Municipal de Campinas, quero, de antemão, estender nosso abraço acompanhado dos melhores votos de sucesso nesta importante empreitada.

      Sabidamente, como vem ocorrendo há consecutivas gestões, a Câmara Municipal de Campinas, tanto pela sua presidência como pela maioria de seus componentes, tem sido um esteio à nossa comunidade  cultural e artística, pelo que faço questão de expressar, no que nos toca, nossa sincera gratidão.

      Campinas destaca-se hoje neste cenário, senão como a referência de outrora, ao menos como uma terra de gente culta e interessada, onde o poder público, historicamente, pontua por muito ter deixado a desejar como promotor dessas virtudes. Dispensável, tanto aos naturais como aos filhos adotivos desta princesa,  esclarecer a origem nefasta dessas mágoas. Basta vislumbrar a ausência de um teatro de ópera no berço daquele que se configura o maior compositor lírico das  Américas, ou, em tétrica alternativa, se vislumbrar a deficiência e a insuficiência  crônicas de nossas casas de espetáculo para se calar qualquer outra consideração.

      Inegável que a  Câmara tenha, mesmo, a despeito das limitações de sua jurisdição, desempenhado importante papel no que tange ao estímulo e promoção da área cultural. Prova disso as diversas gravações em DVD da obra do nosso Tônico e os prêmios e comendas com que anualmente vem honrando a intelectualidade e os artistas campineiros

      Lamentável, porém, que nossas tão veementes congratulações  se vejam, inesperada e impropriamente, impregnadas  da mais constrangedora e igualmente veemente  consternação.

      Atentos aos meandros que, por certo, contorcem e distorcem as mais bem intencionadas atitudes na política, ousamos imaginar que a demissão do compositor Marco César Padilha do cargo de  Chefe do Cerimonial da casa deva-se ao mais lamentável dos equívocos. Inimagináveis as razões que se aninham em tal decisão, posto que o referido funcionário se constituísse, sabidamente, no que de melhor se poderia encontrar para o cargo. A sobriedade natural,  a voz grave e respeitosa, a locução e dicção invejáveis, o expressivo cabedal  intelectivo e cultural, a retidão moral, e, principalmente sua  prestigiosa simpatia e respeitabilidade fazem dele o que de melhor se poderia esperar como fachada formal da instituição. Há, pois de se estranhar a infelicidade da decisão e dela, temos a certeza, V. Ex.a há de tomar novas vistas, mesmo porque  qualquer vantagem política advinda de tão nefasta iniciativa há de respingar maiores prejuízos não só ao funcionário, mas sem dúvida à imagem da Câmara e de sua presidência.

      Mas não este é o viés que mais nos importa. Vemos na desafinada  demissão o soar inarmônico de uma nota de desconsideração para com um dos maiores compositores da nossa história, cuja obra vem se destacando como uma embaixada de nossa terra nos mais importantes palcos do planeta. Sua demissão acarreta-lhe não só graves perdas financeiras como inequívoca indisponibilidade de tempo livre para compor, ônus este que, temos a certeza, não condiz com a tradição  da CMC e do qual não nos parece justo vê-la revestir-se quando, no futuro, se lavrar a biografia deste grande homem.

      Desnecessário lembrar que esta manifestação se fará acompanhar, certamente, de outras tantas, advindas das mais variadas fontes bem como de abaixo assinados e das mais prejudiciais repercussões e veiculações pelos meios de divulgação, do que, infelizmente, não imaginamos meios de evitar.

      Certo da compreensão, por parte de V. Ex.a, de que esta nossa ousadia nada mais representa do que uma afirmação a mais do nosso maior apreço e consideração, aproveitamos para enviar nossas cordiais saudações.  

        

      Sérgio Galvão Caponi

      Presidente da ACLA





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