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“ÁGUAS CORRENTES”
Cantava o rio com voz plangente,
Melodiosa... agucei os ouvidos...
A voz ressoava cheia de saudade.
Olhava as águas e na corrente
Vi meu pai, meus amigos, eu mesmo
Ainda criança, ainda feliz.
Águas que vi passar...
Eu as via, sempre ali, correntes,
Sabia que nunca iriam parar.
Não me preocupava a pressa da corrente
Formada por mim, pelos meus,
Por todos aqueles que a tinham deparado.
Águas que vi passar, carregadas
De sonhos, em busca de suas metas:
As cataratas, o lago, o mar,
Uma a uma elas as alcançava.
Das águas formava a bruma,
Que subia ao céu, transformando-se
Em chuva, a cair das alturas.
Virava regato, virava rio,
Fluía de novo as suas metas.
Outra vez repetia a jornada...
Águas que vi passar!
Águas que me banhei...
(por que não as represei?)
Seria ainda criança?
Seria de novo feliz?