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A cada ano a história se repete. Jesus caminha entre a multidão. Delirantemente o aplaudem com ramos de palma, exclamando: Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor, Rei de Israel. Acompanham-no os discípulos, que é preciso testemunhar um Cristo que cura os cegos, levanta os coxos, perdoa as Madalenas e faz ressuscitar Lázaro, de quem todos fugiam pelo seu aspecto de ser contaminado pela lepra. E Jesus vai passando pelas criaturas, deixando marcas de milagre, presença de mistério, perguntas sem respostas: Quem é esse homem que o fazem rei do mundo e não mora em castelos e não se senta em tronos e para nascer haveria de ter uma manjedoura como berço, e humildes pastores como primeiros visitantes? Quem é esse que multiplica pães, que transforma água em vinho, que anda sobre as ondas, a quem os peixes ouvem, que represa o mar para dar passagem ao povo seu?
E a lição de vida se concretiza com sua morte no madeiro. Jesus na Cruz entre dois ladrões. O último suspiro. Uma mulher que chora em lúgubre silêncio. E uma palavra a João, o discípulo mais amado, quando o vê junto a Sua mãe: “Mulher, eis aí teu filho”. E contam as Escrituras que, desta hora em diante, Maria haveria de morar em sua casa.
Panos aromatizados cobrem agora o corpo de Jesus, sem ter qualquer um de seus ossos quebrados. José de Arimatéia e Nicodemos, mais uma vez, se fazem presentes nos últimos instantes do seu calvário para enterrar, em lugar desconhecido, o Divino Mestre que, negado 3 vezes por Pedro, traído por Judas, ainda, entre dores cruciantes, conversa com o Pai diante da turba, que lhe cuspia no rosto, que lhe mitigava a sede com esponja de vinagre, que lhe cravava uma coroa de espinhos: “Perdoa-lhes, Pai, eles não sabem o que fazem”!
E Jesus ressurge das pedras do sepulcro para abrigar-se, por inteiro, na dimensão do infinito. E passou a morar dentro de cada um de nós, a nos dar, vez ou outra, os Pilatos da vida, lavando as mãos do sangue inocente ou nos trocando por Barrabás, quando os interesses de uns são maiores que a dignidade de outrem. Mas se, convictos da sua passagem pelo mundo, certos de que sua história há de ser o acalanto de todos os corações sofridos, fizermos desta Páscoa um renovar de esperanças, por certo transformaremos nossa via crucis na estrada de Jericó, onde teremos o Cristo sempre à frente, não só como o Salvador de nossas almas, mas, acima de tudo, como o Senhor de nossas vidas!
Arita Damasceno Pettená
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