COBERTURAS
Cidade: Campinas / SP
Cobertura por: Augusto Barretto
Recital internacional com o soprano Patrícia Caicedo e o tenor Lenine Santos com Angelo José Fernandes, ao piano
Para comemorar os 30 Anos dos Encontros Musicais e mais de 1055 recitais realizados, a ABAL Campinas (Associação Brasileira Carlos Gomes de Artistas Líricos) promoveu nesta quinta-feira, dia 15/12, o recital “MARES Y ARENAS”, com a soprano colombiana Patricia Caicedo e o tenor Lenine Santos, com Angelo José Fernandes, ao piano.
O recital “Mares y Arenas” junta esses dois artistas, que gozam de reconhecimento internacional, interpretando um repertório ibero-americano. Patricia Caicedo diz que esta sua ligação musical com Lenine Santos se deve ao “amor por esse repertório, que merece reconhecimento e divulgação. Assim, assumimos esta missão de promove-lo e assegurar sua presença nas salas de concerto de todo mundo”. Ela explica que, da península ibérica, partiram as naves que levaram ao novo mundo idiomas, cultura e a música hispânica, gerando novas possibilidades linguísticas, sociais e musicais ao encontrar os povos nativos e os escravos africanos, que também nostálgicos da terra natal que abandonaram, trouxeram para essa música seus coloridos ritmos. Todos esses elementos se fundiram em um território de grande variedade geográfica, moldado por histórias nacionais a partir do século 19, gerando um som único e diferente, embora enraizado na tradição europeia.
O repertório está assim organizado: Mares y Arenas, música de Rosendo Ruiz, de Cuba (dueto); Canción de la Infanta, de Pauline Viardot, da Espanha; Jo et pressentia con la mar, de Federico Mompou, da Catalunha; Feisteg, de Eduardo Toldrá, da Catalunha; Quadras ao Gosto Popular, de Ernst Mahle e Fernando Pessoa, de Portugal; Autopsicografia, de Achille Picchi, do Brasil; A mi ciudad Nativa, de Adolfo Mejía, da Colombia; Cartagena, de Adolfo Mejía, da Colombia; Pueblito, mi Pueblo, de Carlos Guastavino, da Argentina; Alfonsina y el Mar, de Ariel Ramirez, da Argentina, Por Qué?, de Jorge del Moral, de México; (em dueto) Maní-Maní, de Arnaldo Rebello, do Brasil; Arrazoar, Folclore do Pará, arranjo de Luciano Gallet, do Brasil e, Sertaneja, Folclore do Norte do Brasil, arranjo de Luciano Gallet, do Brasil.
A soprano colombiano-espanhola Patricia Caicedo é uma das mais ativas intérpretes da canção artística da América Latina e Espanha, na atualidade. Apresentou-se na Itália, Espanha, Russia, Portugal, Dinamarca, Estados Unidos, Canadá e em vários países latino-americanos. Cantando em espanhol, catalão, português, quéchua e nahuatl, Patricia introduz os expectadores em um mundo cálido de beleza e poesia. Comprometida com a nova música e seus compositores, Patricia lança com frequência ciclos de canções de compositores latino-americanos. Por essa atividade em concertos, é reconhecida com especialista na canção latino-americana e é convidada frequentemente a dar palestras, masterclasses e concertos em universidades dos Estados Unidos, Europa e América Latina.
Nascida na cidade de Ibagué, iniciou cedo seus estudos de solfejo e piano no Conservatório de Música de Tolima. Após terminar seus estudos de Medicina, reiniciou seus estudos de canto. Foi aluna de Roció Ríos, Alfredo Krauss, Maya Maiska e Gilberto Escobar. Fundou e dirige o Barcelona Festival Song, que é um curso de verão e ciclo de concertos dedicados ao estudo da história e interpretação da canção artística da América Latina de que participam os mais importantes intérpretes, compositores e pesquisadores do gênero, em nível internacional. Seus compromissos para a temporada 2011-2012 incluem concertos e masterclasses na Espanha, Portugal, Estados Unidos, Russia, Holanda, Brasil e Colombia.
O tenor Lenine Santos é natural de Brasília, sendo reconhecido como um dos melhores intérpretes da canção brasileira na atualidade. Em 1993 cantou no Teatro Municipal de São Paulo o papel de Arlequim, na ópera I Pagliacci, de Leoncavallo. Cantou repertório operístico e tradicional, estreando óperas contemporâneas como “Redençao pelo Sonho”, de Tim Rescala; “22”, Antes e Depois, de Tim Rescala, Arrigo Barnabé e Guto Lacaz (2002), e Sarapalha, de Harry Crowl (2010). Seu repertório inclui oratórios, missas, cantatas de Bach, Bruckner, Mozart, Haydn, Charpentier, A. Ramirez, Almeida Prato e Carlos Alberto Pinto da Fonseca. Doutorado em canto pela UNESP, atua como professor de Canto em importantes festivais nacionais e internacionais. Tem projeto de pesquisa em análise, divulgação e interpretação da música de câmera brasileira. Seus próximos compromissos na temporada 2011-2012 incluem concertos e ministração de cursos de Canto em Portugal e Espanha, além da atividade docente que realiza no Brasil.
O pianista Ângelo José Fernandes é regente de corais, cantor e pianista acompanhante, sendo docente do Departamento de Música do Instituto de Artes da UNESP. Doutorou-se em 2009 e completou seu mestrado em 2004 na UNICAMP, na especialidade de Regência Coral. Como pesquisador tem se dedicado ao repertório vocal e à prática coral, com repertório de diversos períodos históricos. É diretor de grupos corais brasileiros, como o Madrigal Musicanto de Itajubá e o Coro Contemporâneo de Campinas, com os quais desenvolve importante trabalho de divulgação da música coral, especialmente de compositores brasileiros.
No Centro de Ciências, Letras e Artes encontra-se o museu Carlos Gomes.