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O procurador regional eleitoral, Pedro Barbosa Pereira Neto, pediu nesta sexta-feira (12) à Polícia Federal (PF) a instauração de inquérito policial para investigar eventual prática do crime de caixa 2 pelos deputados estaduais Gerson Luis Bittencourt (PT), ex-secretário de Transportes de Campinas, e Rafael Antônio da Silva (PDT).
O pedido é resultado da documentação que a Procuradoria Regional Eleitoral em São Paulo (PRE-SP) recebeu do juiz da 3ª Vara Criminal de Campinas, Nelson Augusto Bernardes, onde tramita ação sobre fraudes em licitações na Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A. (Sanasa).
Em ação relacionada às investigações do Caso Sanasa, os integrantes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) encontraram na casa do ex-secretário de Cooperação em Assuntos de Segurança Pública de Campinas Carlos Henrique Pinto, uma planilha que apontou um suposto esquema de caixa 2 na campanha eleitoral do ano passado.
Nesta lista, foram identificados vários nomes de políticos da cidade e de municípios vizinhos, divididos entre as situações “com notas” e “sem notas”. Tratam-se de contas relacionadas a pagamentos de material de campanha, produzido pela empresa identificada como Artes Brasil.
A apreensão do material foi feita no dia 20 de maio deste ano. Entre os que integram o grupo que supostamente comprou serviços sem notas estão também os vereadores de Campinas Leonice da Paz (PDT) e Thiago Ferrari (PDT), o secretário de Urbanismo. Luis Yabiku (PDT) e o secretário de Trabalho e Renda, Sebastião Arcanjo. Na região, também integram a planilha o ex-vice-prefeito de Bragança Paulista, João Carlos Vasconcelos (PDT) e coordenador do Departamento de Obras e Habitação de Mogi Mirim, Rogério Antonio Esperança (PDT). Todos negam prática de caixa 2.
Bittencourt disse nesta sexta (12), por meio de nota oficial, que não teve acesso aos documentos apresentados pelo MP. No entanto, o deputado afirma que rechaça qualquer possibilidade de ter ocorrido caixa dois em sua campanha a deputado estadual. “A Artes Brasil prestou serviço de Campanha no valor de R$ 242.433,00 distribuídos em 18 notas fiscais e as informações são públicas e constam do site do Tribunal Regional Eleitoral”, descreve na nota. O deputado também afirma que suas contas foram aprovadas e que todo o material de campanha utilizado no ano passado foi adquirido com notas fiscais.
“Não tenho nada com caixa 2, fiquei devendo na campanha”, disse o deputado Rafael Silva. “Fiz dobrada com o Carlos Henrique , mas não tenho nada com esse povo.” O pedido da procuradoria foi específico para os dois deputados eleitos, por se tratar de crime previsto na legislação eleitoral e em razão do foro por prerrogativa de função dos parlamentares da Assembleia Legislativa.
Fonte: RAC.COM