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Agora é para valer.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público (MP) em Campinas deu prazo de 15 dias para que os camelôs desocupem a área central da cidade. Segundo a Promotoria, essa é a última tentativa pacífica de resolver o problema do comércio ilegal e da pirataria, não solucionado pela Prefeitura.
A Associação do Comércio Informal de Campinas e o Sindicato do Comércio Informal foram notificados nesta terça-feira (30). Sobre a situação dos camelôs na cidade, o atual prefeito, Demétrio Vilagra (PT), repetiu o discurso do ex-chefe do Executivo Hélio de Oliveira Santos (PDT) e disse que vai estudar uma nova área para abrigar os informais. A Prefeitura informou que não foi notificada desta última decisão e, portanto, não se pronunciaria sobre o assunto.
Segundo uma das representantes da categoria, Maria de Fátima de Sousa, os informais foram “esclarecidos” sobre a chegada do documento do Gaeco, mas, inicialmente, não devem retirar as barracas. “Nosso posicionamento é claro. Queremos permanecer na área central”, disse. Outra representante dos informais também notificada, Maria José Salles foi procurada pelo Correio Popular, mas não retornou as ligações. A desocupação solicitada pelo MP se deve à ausência de permissões para o uso e ocupação do solo nas regiões que hoje aglutinam os camelôs.
No primeiro semestre deste ano, o Gaeco decidiu fechar o cerco contra a venda de produtos ilícitos nos camelôs depois de um levantamento e de diligências que identificaram que quase a totalidade dos informais atuam no comércio de produtos ilegais. O MP enviou uma notificação para o ex-prefeito Hélio e também para a Polícia Civil e foi solicitado que o poder público fiscalizasse as três áreas onde o comércio desses itens é mais intenso.
Os núcleos de comércio ilegal estão localizados entre a Avenida Senador Saraiva e Rua Álvares Machado, ruas Costa Aguiar e Ferreira Penteado e Rua General Osório com Avenida Campos Salles. Nessas regiões atuam hoje mais de 5 mil informais, em cerca de 500 bancas.
Motivada pelo MP, a Polícia Civil chegou a deflagrar uma operação. Mas a ação não surtiu efeito em volume de apreensão, uma vez que os informais já aguardavam a presença dos policiais e retiraram boa parte dos produtos.
O delegado responsável pela diligência, Eribelto Piva, foi afastado por suspeita de integrar um esquema de recebimento de propina envolvendo os informais. A Prefeitura anunciou que iria cadastrar os informais.
Fonte: RAC.com.br