NOTICIAS
Na próxima sexta-feira, dia 9 de setembro, às 20 horas, na Sala Carlos Gomes (Praça Imprensa Fluminense, S/N, Cambuí, tel. (19) 3232-4168), a ABAL Campinas realiza um recital abordando as modinhas e canções do maestro Antônio Carlos Gomes (1836-1896), como parte da programação do Mês de Carlos Gomes. Participam solistas líricos, como o soprano Vanessa Spíndola; a mezzosoprano Karine Martimbianco; e os tenores Alcides Acosta, Christian Dayner, Marcellino José do Carmo e Vicente Montero. Os acompanhamentos ao piano serão feitos por Ana Carolina Sacco. No repertório se encontram as canções “Lontana”, “Io ti vidi”, “Tu m’ami”, “Sul Lago di Como”, “Realtà”, “La Preghiera dell’ orfano”, “Fra Cari Genitor”, “Addio”, “Conselhos”, “Mon bonheur”, “Sempre Teco” e “Quem sabe?!”, entre outras.
Antônio Carlos Gomes nasceu em 11 de julho de 1836, na pequena Vila Real de São Carlos, atual Campinas. O pequeno Tonico, como era chamado pelos familiares, era filho de Manoel José Gomes, mestre de música e banda e Fabiana Maria Jaguary Cardoso. Aos dez anos, com o auxílio do pai, aprendeu a tocar diversos instrumentos. “Tonico” era uma espécie de "coringa" da banda de seu pai. Como tocava vários instrumentos, assumia qualquer posição no grupo. Na adolescência Carlos Gomes trabalhou em uma alfaiataria costurando paletós e calças. No tempo livre, dedicava-se aos estudos musicais. Já nessa época, apresentava-se com o pai e o irmão mais velho, José Pedro de Sant'Anna Gomes, nos bailes e pequenos concertos realizados na Vila e fazendas da região.
Em 1854, compôs a sua primeira missa, a de São Sebastião. Depois escreveu o "Hino Acadêmico", a modinha "Quem sabe?" ("Tão longe de mim distante") e a "Missa de Nossa Senhora da Conceição". Em 1860, mudou-se para o Rio de Janeiro e continuou os seus estudos no Imperial Conservatório de Música. Apresentou suas primeiras óperas: "A Noite do Castelo" (1861), com libreto de Fernando Reis e "Joana de Flandres" (1863), com libreto de Salvador de Mendonça. Com incentivos do imperador Pedro II, viajou para a Itália, onde, depois de ter aulas com o maestro Lauro Rossi, recebeu o título de Maestro no Conservatório de Milão, em 1866.
Em 19 de março de 1870, estreou no Teatro Scala de Milão sua ópera mais conhecida, "O Guarani", com libreto de Antônio Scalvini e baseada no romance homônimo de José de Alencar. Encenada depois nas principais capitais europeias, essa ópera deu-lhe a reputação de um dos maiores compositores líricos da época. Em razão das comemorações do aniversário de D. Pedro II, a ópera foi encenada no Rio de Janeiro e Carlos Gomes permaneceu alguns meses no Brasil, antes de retornar a Milão, com uma bolsa do Imperador, para iniciar a composição da "Fosca", que estreou em 1873, no Scala. Mal recebida pela crítica, mais tarde viria a ser considerada como a mais importante de suas obras.
Depois de compor "Salvador Rosa" (1874) e "Maria Tudor" (1879), Carlos Gomes retornou ao Brasil e fez uma temporada triunfante. Na Bahia e no Rio de Janeiro, dirigiu a montagem de "O Guarani" e de "Salvador Rosa". Ainda na Bahia, apresentou "Hino a Camões" e em São Paulo realizou, no Teatro São José, a montagem de "O Guarani". A partir de então, Carlos Gomes passou a dividir seu tempo entre o Brasil e a Europa. No Teatro Lírico do Rio de Janeiro apresentou "O escravo" (1889), em homenagem à Princesa Isabel e à Lei Áurea. Com a proclamação da república, perdeu o apoio oficial e a esperança de ser nomeado diretor da Escola de Música do Rio de Janeiro. Retornou a Milão, onde estreou "O condor" (1891), no Scala. Doente, deprimido e em dificuldades financeiras, compôs seu último trabalho para vozes e orquestra, o poema vocal sinfônico "Colombo", que dedicou ao quarto centenário do descobrimento da América. A obra foi encenada em 1892 no Teatro Lírico do Rio de Janeiro.
Em 1895, Carlos Gomes dirigiu "O Guarani" no Teatro São Carlos, de Lisboa, cidade em que foi condecorado pelo rei Carlos I. No mesmo ano, chegou ao Pará, já bastante doente, para ocupar a diretoria do Conservatório de Música de Belém, cargo criado pelo governador Lauro Sodré para ajudá-lo. Morreu em Belém, em 16 de setembro de 1896.
Entrada franca.