NOTICIAS
Simone Menezes, da Unicamp, rege a vanguarda na Osesp, dia 20 de novembro
Um trompista que toca chicote ou um regente que bate palmas no meio da obra? O que parece improvável está na partitura do repertório que será apresentado pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), dia 20 de novembro (domingo), sob o comando da jovem maestrina Simone Menezes, atual regente da Orquestra Sinfônica da Unicamp.
No repertório, cinco premiéres nacionais dos autores Thomas Adès, Toru Takemitsu, Lera Auerbach, Arvo Pärt e Michael Tippett. Obras com forte conexão entre si, e linguagens musicais completamente distintas que criam para o público um rico panorama da estética contemporânea.
Pulso firme, Simone Menezes tem marcado território na cena nacional. Formada pela Universidade Estadual de Campinas, com estudos na École de Musique de Paris, foi aluna de John Neschling e Colin Metters (Royal Academy of Music em Londres). Iniciou sua carreira como maestrina assistente da Orquestra Sinfônica da USP, e realizou especialização voltada à área de regência em música contemporânea como residente junto ao Ensemble Multilaterale em Paris. Atuou como regente convidada junto a orquestras e ensembles na França, Portugal, República Tcheca e Rússia.
À frente da Sinfônica da Unicamp desde 2010, tem voltado o olhar à vanguarda estética, com projetos de concertos na área de música sinfônica, como o Panorama da Música Brasileira (em parceria com o Sesc, homenageia renomados compositores brasileiros vivos, nascidos entre os anos de 1920 e 1940) e Projeto Performance (concertos de cunho inovador que dialogam com dança, tecnologia, teatro, entre outros).
É também autora do projeto Novos Universos Sonoros (patrocinado pela Petrobras), realizado com músicos e intérpretes de oito universidades brasileiras.
Simone Menezes & Osesp
Com a Osesp, Simone Menezes irá conduzir um repertório de cinco premiéres nacionais, de autoria dos compositores Thomas Adès, Toru Takemitsu, Lera Auerbach, Arvo Pärt e Michael Tippett.
“A música de Adès é uma explosão de energia, marcada pelo virtuosismo, complexidades rítmicas e harmônicas e sobreposição de idéias. É um retrato da frenética de nosso século visto pelo olhar de um jovem cosmopolita extremamente talentoso. No extremo oposto está Part, um homem vivendo a maturidade. Através de uma escrita com elementos minimalistas, focando a simplicidade rítmica e harmônica, a pureza dos timbres e o uso de elementos medievais”, analisa a regente.
“Diferente de Ádes e Part”, prossegue, “Toru Takemitsu e Lera Auerbach exploram a música com uma terceira visão. Para eles a música não é uma história ou uma poesia, mas um quadro. Em termos interpretativos, o tempo é um elemento extremamente flexível e ele está a serviço da construção desta imagem mental, desenhada com sensualidade através da alquimia de timbres. Não são contemporâneos, mas curiosamente Lera foi grande admiradora de Takemitsu a quem dedicou Serenade For a Melancholic Sea”.
“Por fim Tippett, como Ádes outro inglês. Sua biografia nos mostra que não foi dotado de um talento tão natural quanto Ádes e passou boa parte de sua vida se aperfeiçoando. Duas de suas principais conquistas, a melodia e o contraponto, foram tão bem apresentados no neoclássico concerto para dupla Orquestra de Cordas”.
Serviço
Série de Câmara/ Osesp
Simone Menezes, regente
Data: 20 de novembro (domingo)
Horário: 17h
Local: Sala São Paulo (Praça Júlio Prestes, 16. SP. Telefone: (11) 3367.9500)
Ingressos: R$ 49,00 a R$ 56,00
Programa:
THOMAS ADÈS
Living Toys
TORU TAKEMITSU
Rain Coming
LERA AUERBACH
Serenade for a Melancholic Sea, Op.68
ARVO PÄRT
Mein Weg
MICHAEL TIPPETT
Concerto Para Dupla Orquestra de Cordas