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A série “Encontros Musicais”, da ABAL Campinas (Associação Brasileira Carlos Gomes de Artistas Líricos) apresenta no próximo dia 18/11, (sexta-feira), 20 h, no auditório do Centro de Ciências, Letras e Artes – CCLA (rua Bernardino de Campos, 989, Centro, tel. 3231-2567), o recital do tenor Roberto Tortorelli, com acompanhamento de Chiquinho Costa, ao piano, e Eurico Ferreira Leite, o “Silas”, ao violão.
Com um estilo pessoal de interpretar canções italianas e internacionais, bem como árias de ópera, Tortorelli realiza neste concerto da ABAL uma eclética seleção musical onde figuram mestres da música, como Schubert, Fibich, Puccini, Di Lazzaro, Catulo da Paixão Cearense, Paulinho Tapajós, F. Liszt, F. Lehàr, Giovanni Martini, Ernesto de Curtis e Pedro de Sá Pereira. Em páginas musicais consagradas pelo público ao longo dos anos, Tortorelli irá recriar melodias como a famosa Serenata, de Schubert, Poema, de Fibich, o árioso da Tosca, Ó dolci mani; a canção italiana Chitarra Romana, além de sucessos da música brasileira como Ontem ao Luar e Cantiga por Luciana. Outras peças que merecem destaque são Sonho de Amor, de Franz Liszt, a valsa da opereta A Viúva Alegre, Canção de Vilja, Plaisir d’ amour, de Giovanni Martini, a ária “O mio babbino caro”, da ópera Gianni Schichi, de Puccini; Ti voglio tanto bene, de Ernesto de Curtis e, finalizando, com o coral formado pelo auditório presente, Chuá, Chuá.
O tenor ROBERTO TORTORELLI descobriu sua vocação de cantor lírico ainda menino, na pequena Viradouro, SP, sua cidade natal. Roberto morava na proximidade da igreja principal do povoado e tinha então seus 10 anos. Nos finais de tarde, na hora do Ângelus, ou às 6 horas da tarde, o padre da paróquia costumava reverenciar o místico cair da noite com Ave Marias interpretadas pelos grandes tenores Beniamino Gigli, Tito Schipa ou Giuseppe Di Stefano. Roberto Tortorelli lembra-se que ouvia o Panis Angelicus, de Cesar Franck, e se enchia de emoção. Também o Agnus Dei, de Bizet. Não demorou para que procurasse imitar principalmente o tenor Gigli, de voz timbrada, muito afinada e vibrante. A professora Nélia Azambuja da Cunha, que gostava muito de música como grande pianista que era, ouviu o pequeno Roberto e sentenciou que sua voz era própria de um cantor de ópera. Incentivado, Roberto Tortorelli educou sua voz em Campinas, com a saudosa Profa. Tiana Amarante. Convidado pela profa. Olga Rizzardo Normanha apresentou-se em inúmeros recitais em Campinas, cidades do interior e até em outros Estados. Eram seus inesquecíveis companheiros de concertos os saudosos: baixo Alberto Medaljon, o tenor Henrique Rocha e, atualmente, Marcellino José do Carmo, Aluísio E. Buratto, Milton Vida da Silva, Alcides Acosta, entre outros. Mas, foi como cantor em casamentos, vibrante nas Ave Marias e Panis Angelicus, que Roberto Tortorelli se tornou mais conhecido. Perdeu a conta das cerimônias religiosas que abrilhantou com sua voz personalíssima, de timbre cristalino e nobre, com extrema facilidade para os supra-agudos. Roberto Tortorelli canta todos os estilos musicais com a mesma facilidade, da seresta à MPB, da música internacional às canções dos musicais hollywoodianos.
O violonista Silas nasceu em Bauru e sua vocação para o violão se manifestou aos sete anos de idade. Estudou violão com o professor Carmelo, operário e bom violonista. Estudou música e harmonia com o maestro Brito e com o professor Adão Zanolli. Pelo método de estudo de violão de Tárrega aprimorou-se e, desde então, quer como solista clássico, quer como acompanhador de cantores, sempre teve desenvoltura e acompanhou muitos artistas famosos, por exemplo, o Noite Ilustrada em apresentação em Campinas. Com o saudoso violonista Nelo trabalhou na rádio Brasil e na Educadora de Campinas, por muitos anos. Ernesto do bandolim, que antes figurou no regional de Jacó do Bandolim, também foi seu companheiro na música. Silas lecionou por aproximadamente quatro anos no então Conservatório Gomes Cardim. Também lecionou para os Tenentes, na associação de classe dos mesmos. Silas perdeu a conta de em quantos Regionais já tocou. Com o famoso violonista José Rastelli manteve uma parceria que perdurou por cerca de quarenta anos. Hoje é comum muitos jovens estudantes do violão se aproximarem de Silas, no afã de aprenderem um pouco de sua virtuose como violonista. O tenor Roberto Tortorelli há mais de dez anos se faz acompanhar ao violão por Silas, quando canta MPB. Para o Tortorelli, “Silas acostumou mal aos cantores que acompanha. Toca tanto, que tornou difícil serem acompanhados por outro violonista”.
José Francisco da Costa é Bacharel em Piano e Mestre em Música pela UNICAMP. Tem se especializado na área da colaboração pianística, especialmente no acompanhamento de cantores líricos. Participou de cinco edições do Festival Nacional de Canto, em Piracicaba (2002 a 2005 e 2007) e do 25o ao 31º Festival de Música de Londrina (2005-11), na classe de Opera Studio, tendo sido pianista assistente dos profs. Niza de Castro Tank, Neyde Thomas, Inácio de Nonno, Denise Sartori, Francisco Frias e Lenine Santos, entre outros. Apresentou-se, como pianista convidado, em concertos oficiais da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, Orquestra Sinfônica de São José dos Campos e da Orquestra Jovem de Campinas-Unicamp. Tem participação no DVD “Acordes de uma vida”, produzido pela EPTV Campinas, sobre a vida e a obra do compositor Antônio Carlos Gomes. Em 2010, fez sua estreia no circuito internacional apresentando-se em Osaka-Japão, acompanhando o tenor japonês Kohdo Tanaka, no recital comemorativo aos seus cinquenta anos de carreira. Atualmente cursa Doutorado em Música, tendo como orientadores os profs. Drs. Ricardo Goldemberg (Unicamp) e Ricardo Ballestero (Usp). Cumpriu estágio ao longo dos últimos anos no Departamento de Música da Unicamp, como parte do Programa de Estágio Docente (PED), sob orientação da Profa. Dra. Adriana Giarola Kayama.
Entrada franca.
