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Acic inaugura projeto de restauro e iluminação da fachada de seu edifício-sede e marca a comemoração dos 91 anos da entidade.
A Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), em comemoração aos 91 anos da entidade completados no dia 21 de novembro, inaugura no próximo dia 28, às 19 horas, a fachada restaurada e iluminada de seu edifício-sede, localizado na Rua José Paulino, 1.111, no Centro de Campinas. Foram investidos R$ 120 mil nessa segunda fase do processo de recuperação do prédio da Acic, tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc) em novembro de 2010.
Na primeira etapa, realizada no final do ano passado, a fachada voltou a ostentar as cores originais de sua pintura – tom amarelo escuro, próximo à cor do mel, muito usado em Campinas no século XIX durante os áureos tempos do ciclo do café. Na ocasião, as 114 janelas receberam esmalte sintético em tom de marfim, também resgatando a tonalidade da primeira pintura. A parte interna dos três últimos andares - quinto, sexto e sétimo – também foi contemplada.
O projeto luminotécnico, assinado pela arquiteta e lighting designer Neide Senzi, vai destacar as linhas Art Déco da edificação e segue cunho de eficiência energética, com a utilização de LED (Diodo Emissor de Luz), que possibilita uma redução de até 80% no consumo de energia, em relação às tradicionais lâmpadas incandescentes, além de apresentar durabilidade seis vezes maior.
Projetores de LED RGB com comando de acendimento programável para troca de cores (vermelho, verde e azul) permitirá criar uma cena por dia, com mais de mil cores. Na parte superior do prédio, fitas de LED branco na horizontal valorizarão a construção e acentuam a verticalidade da construção. Na marcação dos pilares serão utilizadas lâmpadas na cor branco frio e, lâmpadas de vapor metálico em luminárias embutidas no piso emitirão feixes de luz em direção ao prédio.
A iniciativa visa não somente destacar a arquitetura do edifício, mas, também aumentar a iluminação do local, contribuindo para a segurança da população. “Nosso objetivo é que o prédio seja um marco da revitalização e valorização da região central de Campinas, juntamente de outras edificações de grande valor arquitetônico e histórico, como o Palácio dos Azulejos e Palácio da Mogiana. A população merece e apoia iniciativas como essas, que representam benfeitorias para a cidade e constituem um legado para as futuras gerações”, diz Adriana Flosi, presidente da Acic e Câmara de Dirigentes Lojistas de Campinas (CDL).
O hall de entrada do edifício também passará por um processo de restauro. A área tem piso e revestimento das paredes em mármore com moldura de granito, e na sua parte superior, revestimento de argamassa com mica e pintura mineral com resgate da cor original em tom azul. O espelho e piso da escada são em granilite claro (composto de minerais, cimento, areia e água). “O espaço seguirá a linha dos ambientes internos do prédio, que já foram reformados e redecorados no ano passado”, completa ela. Um grande lustre de cristais vai conferir ainda mais imponência ao espaço.
De acordo com a presidente, o projeto arquitetônico prevê, ainda, a remodelação do escritório do SCPC, no andar térreo do edifício, com a otimização do espaço para garantir mais conforto aos usuários do serviço e, futuramente, a implantação de um café, também no mesmo andar. A calçada em frente ao prédio será ampliada e remodelada, ganhando uma rampa de acesso para as pessoas com deficiência ou dificuldade de locomoção. “Visamos também outras melhorias futuras como a implantação de um projeto paisagístico em um espaço interno”, acrescenta a presidente.
O prédio, inaugurado na década de 50, foi projetado em estilo Art Déco com tendência predominante streamline, linguagem aerodinâmica, moderna. O coroamento e a fachada com escalonamento (formato de escada) acentuam a verticalidade da edificação. A base, até a altura da marquise, é revestida de granito paulista e um gradil com desenhos geométricos ornamenta o portal de entrada.
A construção de 1.974 metros quadrados é do início da década de 1940, quando a entidade era presidida por Gustavo Doria. O lançamento da pedra fundamental foi em maio de 1941, na gestão de José Gerin Neto, e contou com a presença de Adhemar de Barros, interventor no governo de São Paulo na época. Construído com tijolos maciços, exceto nas áreas de vedação dos sanitários (onde há tijolos ocos), a estrutura é de concreto armado com áreas de ventilação e iluminação naturais. O acabamento dos batentes e portas é de jacarandá ou imbuia e, nas portas dos elevadores em todos os andares há uma moldura de granito. Internamente o piso é de tacos de ipê muito bem assentados.