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      24/11/2011 | CPI da corrupção ouve Simone.

      Ex-diretora do DU revela conflitos com Jarreta e Carlos Henrique

      Ex-coordenadora de Parcelamento do Solo da Secretaria de Urbanismo, Simone Medeiros revelou nesta quarta-feira (23/11) em depoimento à CPI da Corrupção instalada na Câmara Municipal, que teve conflitos com os ex-secretários Hélio Jarreta (Urbanismo) e Carlos Henrique Pinto (Assuntos Jurídicos) por ser legalista.

      Simone contou aos vereadores que teve atritos com Jarreta. Disse que o secretário não a deixou participar do processo de aprovação de empreendimentos ligados ao “Minha Casa Minha Vida” e sugeriu que a decisão por ter sido motivada justamente pelo seu perfil técnico.

      “Meu relacionamento com ele não era muito bom, principalmente com relação a legalidades. Eu era técnica e ele era político e a gente entrava em conflito. Eu sou rigorosa. Sou legalista. Passar por mim é complicado. Comigo tem de estar tudo certinho, organizado”, disse. Ela afirmou que os projetos do “Minha Casa...” - que foram embargados por conta de irregularidades – ficou restrito ao próprio Jarreta e a uma funcionária designada por ele. Ela disse que tecnicamente não liberaria, por exemplo, empreendimentos sem desmembramento, como chegou a ser feito com obras da Goldfarb, também embargadas.

      Ela disse que Carlos Henrique promoveu alterações nos procedimentos de expedição de licenças de funcionamento de bares e restaurantes. Disse que quando foi instituído o Tolerância Zero, a prefeitura criou o Comitê Gestor de Fiscalização Integrada de Campinas (Cofisc) e que o órgão estava submetido ao ex-secretário. “Com isso, ele tinha a atribuição de lacrar, ou deslacrar os estabelecimentos”, disse. Simone disse acreditar que a mudança tivesse motivação política.

      Simone Medeiros disse desconhecer qualquer tipo de favorecimento na liberação de antenas de telefonia. Afirmou que não sabia que o ex-diretor de Controle Urbano, Ricardo Cândia seria o dono de 18 terrenos alugados para operadoras. “Os pedidos eram feitos pelas operadoras. A gente não tinha contato com os proprietários”, explicou

      O presidente da CPI, vereador Artur Orsi (PSDB), a questionou sobre escutas telefônicas gravadas com autorização da justiça em que ela conversava com Cândia sobre assuntos relacionados a procedimentos da Secretaria, mesmo depois de ele ter sido exonerado. Nas escutas ela reclama de Carlos Henrique e pede a interferência de Cândia. “Conversei com ele (Cândia) uma ou duas vezes e, assim mesmo, foi apenas uma conversa informal”, disse.

      Na conversa, Cândia diz que poderia recorrer à então primeira-dama Rosely Nassin Santos para que os atritos terminassem. Mesmo assim, Simone disse desconhecer que Cândia tivesse influência no governo. Para Artur Orsi, a interferência de Cândia no primeiro escalão do governo ficou patente.

      PRÓXIMAS AUDIÊNCIAS – O próximo a ser ouvido pela CPI será o ex-presidente da Ceasa, Nivaldo Dóro. O depoimento está previsto a sexta-feira (25/11), a partir das 9 horas. No dia 29, a partir das 14 horas, será ouvido Ricardo Cândia e no dia dois de dezembro, o empresário Washington Beneno – sócio de Cândia.



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