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      11/07/2012 | O nascimento de Carlos Gomes 11/07/1836

       

      Em 11 de julho, em Campinas, veio a luz Antônio Carlos Gomes, filho de Manoel José Gomes e Fabiana Maria Jaguary Cardoso. Apelidado de Tonico, inicia os estudos musicais aos dez anos. Durante a adolescência apresentava-se com seus irmãos na banda do pai em bailes e concertos. Nesse período, já compunha músicas religiosas e modinhas. Em 1854 compõe sua primeira missa, a Missa de São Sebastião. Em 1857, escreve a modinha Suspiro d'Alma, sobre versos de Almeida Garret. Em 1859 cria a fantasia Alta Noite para clarinete. Apresenta-se, pela primeira vez, tocando piano, num concerto em Campinas, acompanhado de Henrique Luiz Levy. Viaja por vários lugares com o irmão violinistaPedro Sant'Anna Gomes, percorrendo as principais províncias de São Paulo e hospedando-se em repúblicas estudantis. Compõe o Hino Acadêmico, a modinha “Tão longe de mim distante” e a Missa de Nossa Senhora da Conceição. Em 1860 muda-se para o Rio de Janeiro, contra a vontade de seu pai, e inicia seus estudos musicais no Conservatório de Música. Sai em 1862 sua primeira ópera com libreto de Fernando Reis, A Noite do Castelo, no Teatro Lírico Provisório. Escreve uma carta ao pai convidando-o para a estreia. 1863, faz estrear a ópera Joana de Flandres. Em 1965, com o apoio do Imperador Pedro II viaja para Milão, Itália, berço da ópera e do belcanto, terra de Rossini, Verdi, Donizetti, Ponchielli e outros grandes mestres.
      Devido à idade adulta, sua inscrição é recusada no Conservatório local. Passa então a ter aulas particulares de composição com o maestro Lauro Rossi. É aprovado em 1866 no exame final de composição no Conservatório de Milão e recebe o título de Maestro. Compõe música para a revista “Se sa minga”, com texto de Antônio Scalvini. Executa, em 1867, no Teatro Fossati, o Coro das Máscaras, da canção Fuzil em Agulha. Enquanto inicia seus trabalhos, em 1868, para a ópera Il Guarany, compõe várias peças de música de câmara, com textos de Scalvini. Escreve as músicas Nella Luna e La Moda. É recebido nos salões da Condessa Maffei, que lhe abrirá portas para sua apresentação no Scalla, estreando Il Guarany, em 1870. Em 1871 escreve a opereta “Telégrafo Elétrico” e começa a trabalhar na ópera “Os Mosqueteiros do Rei”, que deixa inacabada. Carlos Gomes é convidado para preparar a apresentação de Il Guarany no Teatro Apollo, em Roma. Em 16 de dezembro casa-se com a pianista Adelina Peri. Contando com a ajuda de seu amigo André Rebouças, apresenta-se no circuito dos grandes teatros com Il Guarany: La Pergola (Florença); Carlo Felice (Gênova) Covent Garden (Londres); Teatro Municipal de Ferrara; Teatro Municipal de Bolonha; Teatro Eretenio (Vicenza); Teatro Social de Treviso. Termina de compor Fosca e encarrega Antônio Ghislanzoni de escrever-lhe o libreto Marinella, mas abandona o projeto. Verdi assiste à récita de Il Guarany. Em 1873 ocorre o nascimento do filho Carlos André e morte dos filhos Carlotta Maria e Manoel José. Estreia da Fosca no Scalla. A ópera foi duramente criticada na imprensa italiana, que a julgava impregnada do leitmotiv wagneriano. Começa a compor Salvador Rosa, vendendo os direitos ao editor Giullio Ricordi. A primeira apresentação de Salvador Rosa no Carlo Felice de Gênova se dá em 1874. Começa a trabalhar em Maria Tudor, com libreto de Arrigo Boito e Emílio Praga. Estreia de Salvador Rosa . Nasce o filho Mário. Em 1876, a pedido do Imperador Pedro II compõe Saudação do Brasil, para ser apresentada nas comemorações do Primeiro Centenário da Independência dos Estados Unidos. Inicia uma nova ópera com libreto de Ghislanzoni, “A Máscara”, mas logo abandona o projeto. Apresenta Fosca no Teatro Colón de Buenos Aires, seguindo depois para apresentações no Rio de Janeiro. É nomeado Acadêmico do Instituto Musical de Florença. Em 1878 inicia a construção da Villa Brasília, em Lecco. Escreve, para o Álbum musical do Trovador, a romança Corrida de Amor. A ópera Maria Tudor, encenada pela primeira vez no Scalla em 1878, é um fracasso. Começa a escrever a música para a ópera cômica em três atos, Ninon de Lenclos, que logo abandona, devido a uma forte depressão que o acomete após a morte de seu filho Mário. Muda-se para Gênova.
      Conhece Hariclé Darclée, tornando-se amantes. "Mário, subindo ao céu, aos cinco anos, me deixou na terra infeliz para toda a vida." A ópera Il Guarany começa a rodar o mundo: Livorno, Milão, Turim, Moscou e Pittsburgh. Em dezembro, começa uma nova ópera, Palma, mais um projeto inacabado. 1880, retorna ao Brasil na Excursão Lírica de Tomás Passini, visitando Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Belém. A companhia encena Salvador Rosa, Il Guarany e Fosca. Compõe na Bahia o Hino do Centenário de Camões. 1882 Publica Álbuns de Música de Câmara. Trabalha em dois libretos: Emma de Catania e Leona. Nenhum será terminada. Volta ao Brasil para participar da Estação Lírica do Pará. Nasce a filha Itala.  1883, organiza, em Milão, uma Companhia Lírica, e realiza nova temporada no Brasil. Em 1884 o Imperador lhe pede uma marcha para comemorar a libertação dos escravos no Ceará: Ao Ceará Livre. De volta a Lecco, compõe a modinha Conselhos. Trabalha em dois libretos de Ghislanzoni, Os ciganos e Oldrada, também projetos inacabados. 1885, separa-se de Adelina Peri. Passa por graves dificuldades financeiras. A manutenção de Villa Brasília se torna onerosa. Sofre de grave crise nervosa, somente aliviada com ópio. Promessas para encenar Fosca, mas nenhum teatro concretiza o convite. Para pagar dívidas, vende a Villa Brasília com todos os móveis e objetos. Muda-se para um pequeno apartamento em Milão. Escreve Madrigal para a revista Cena Ilustrada. Morre Adelina e sua filha Ítala vem morar com ele. Começa a trabalhar na ópera Morena, que também fica inacabada. 1888, termina de compor O Escravo com argumento de Visconde de Taunay e libreto de Paravicini. Em 1889, de volta ao Brasil, apresenta O Escravo no Teatro Lírico, em homenagem à Princesa Isabel e à Lei Áurea. D Pedro II promete-lhe a direção do Conservatório do Rio de Janeiro; no entanto, a República é proclamada, não se realizando a promessa. 1890, Carlos Gomes volta à Milão e vai morar no apartamento de propriedade da Condessa Cavalini, sua amante. Inicia a composição da ópera Cântico dos Cânticos, não concluída. Em 1891, a ópera O Condor é encenada no Scalla. Faz parte, juntamente com Arrigo Boito, Bazzini e Catalani, da comissão julgadora para escolher o diretor de orquestra do Scalla. D. Pedro II morre em Paris. 1892, compõe o oratório Colombo em homenagem ao IV Centenário do Descobrimento da América. Solicita ao governo ajuda financeira para representar o Brasil na Exposição Universal Colombiana de Chicago. Viaja para Chicago, mas apresenta somente trechos de suas óperas, uma vez que as subvenções do governo não cobrem o custo das apresentações. Retorna à Milão com o filho Carlos doente. A apresentação de Il Guarany em Chicago foi por água abaixo, pois o governo brasileiro não concedeu a subvenção esperada. Em 1893 representa Condor no Teatro Carlo Felice em Gênova. Em 1894 concorre à cadeira de diretor do Liceu Musical Rossini, perdendo para Carlo Pedrotti. Trabalha em duas óperas, Kaila e Cântico dos cânticos. Assiste em Turim à estreia da ópera Manon Lescaut, de Puccini. Em 1895 encena Il Guarany em Lisboa e recebe, das mãos do Rei de Portugal, a Comenda de San Tiago. Recebe convites para dirigir a Escola de Música de Veneza e o Conservatório do Pará. Doente e disposto a livrar seu filho Carlos do serviço militar italiano, prefere partir para o Brasil. Em 1896, já muito doente, chega ao Pará em abril. Morre em 16 de setembro de 1896.

      Alcides Acosta
      Presidente da ABAL Campinas

      ABAL Campinas comemora o nascimento de Carlos Gomes

      Há 176 anos, em 11 de julho, nascia o maestro Antônio Carlos Gomes, considerado o maior compositor de óperas do século XIX, nas Américas, autor de 8 óperas e um poema vocal Sinfônico, em homenagem a Cristóvão Colombo. Em alusão à efeméride do maior herói de Campinas, a ABAL Campinas apresenta na próximasexta-feira, dia 13/7, às 20 horas, no auditório Carlos Tontoli, da Associação Campineira de Imprensa (rua Barreto Leme, 1474, Centro, tel. 3234-2591), o recital a Carlos Gomes com a participação dos sopranos Marina Gabetta e Regina Márcia Moura Tavares, tenores Nunno Dellalio e Alcides Acosta e barítonos Nelson Nicola Dimarzio e José Luiz Águedo-Silva, com o pianista Carlos Wiik no acompanhamento musical. O programa irá trazer as seguintes obras do Tonico de Campinas para o público campineiro: Noces d’ Argent, Mon Bonheur,  Sospetano di me... Sogni d’amore (Lo Schiavo); Era un tramonto d’oro (Colombo); Sempre Teco; Lontana; Conselhos e Ave Maria; dueto “Sento una forza indomita”, da ópera Il Guarany; Suspiro d’alma; ária de Ilara – Come Serenamente – da ópera Lo Schiavo; Ária do Cavaleiro Negro – Nestes sítios que viram... – da ópera A Noite do Castelo; Sublime cor... Forma sublime, da ópera Salvator Rosa; Notturno; e a ária de Raimundo, Era alta noite, da ópera A Noite do Castelo. Entrada franca.

       





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