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Procura por cursos de engenharia civil cresce em 2010
Perspectiva de novas obras para programas do governo e eventos como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 atrai a atenção de estudantes pela profissão.
A procura pelo curso de engenharia civil cresceu nos principais vestibulares do país em 2010. O aumento ainda é pequeno, mas relevante para o setor que vem sofrendo com a escassez cada vez maior de mão de obra.
Na USP São Carlos, a relação candidato/vaga subiu mais de 30% em relação ao último vestibular. Já no Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana), onde a opção pela habilitação em Engenharia Civil ocorre no final do segundo período do curso, o incremento na procura pelo curso no início desse ano foi de quase 80% em comparação ao semestre passado. Em relação com o mesmo período de 2009, o crescimento mais do que dobrou.
O mesmo vem acontecendo no Instituto Mauá de Tecnologia, onde a opção pela habilitação em Engenharia Civil também acontece na passagem do primeiro para o segundo ano. Segundo o instituto, entre os anos 2000 e 2005 a opção por essa carreira reduziu cerca de 50%. De 2005 até 2009, em compensação, foi registrado um aumento de cerca de 140% na procura pela habilitação.
Entre as justificativas para esse crescimento, a principal é a perspectiva de novas obras motivadas pela realização de grandes eventos, como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, e por programas federais como o Minha Casa, Minha Vida e o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Vale lembrar, no entanto, que apesar do número de ingressantes nos cursos de engenharia ter aumentado, a porcentagem de desistentes até o final da graduação ainda é alta. De acordo com estatísticas do Confea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), o Brasil tem cerca de 1.500 cursos de engenharia que recebem, a cada ano, aproximadamente 300 mil alunos matriculados. Desses, cerca de 60% desistem ainda no quarto trimestre e apenas uma pequena fração chega ao diploma.
Para a FNE (Federação Nacional de Engenheiros), somente o pré-sal deverá gerar 200 mil novos postos de trabalho, sendo que atualmente apenas cerca de 30 mil engenheiros são formados por ano nas mais diferentes modalidades. A federação vem promovendo uma série de iniciativas para tentar atrair o interesse de estudantes pela engenharia, como a divulgação da profissão em escolas de ensino médio por meio de apresentações e até mesmo um vídeo recém-lançado.
Ana Paula Rocha