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Fatores climáticos afetam preços nos supermercados
Redução da oferta de commodities e de produtos agrícolas provoca alta nos preços ao consumidor
O Índice de Preços dos Supermercados (IPS/APAS), calculado pela APAS/FIPE, apresentou em agosto alta de 1,39% quando comparado a julho. Esta é a maior variação mensal de preços desde outubro de 2010 e a maior elevação para o mês de agosto desde agosto de 2000. Em 12 meses, alta dos preços nos supermercados é de 7% e no acumulado do ano foi registrada elevação de 3,93%.
As categorias que mais impactaram a elevação dos preços neste mês foram os produtos industrializados, responsáveis por 40% da elevação, e os produtos in natura, representando 26% da alta nos preços em agosto.
A alta nos preços foi em decorrência de fatores climáticos. A seca impactou de maneira significativa os preços de commodities e produtos agrícolas, refletindo em toda a cadeia de alimentos. “Esse reflexo se dá principalmente nos produtos industrializados, que se utilizam destes insumos para produção. Aliado a isto, o elevado preço das commodities internacionais ampliam os custos de produção”, explica o diretor do Departamento de Economia da APAS, Martinho Paiva Moreira.
Semielaborados - O grupo de Carnes, Cereais e Leite apresentou alta de 1,21% em agosto, impactado pelos preços de aves (8,41%), carnes suínas (1,38%), carnes bovinas (0,94%) e leite (0,57%). Em 12 meses, a alta é de 6,37% nos preços dos semielaborados e no acumulado do ano (janeiro a agosto) há queda de 0,53%. A seca nos EUA, maior produtor de milho do mundo, prejudica a oferta do produto, que é insumo para a ração animal, impactando nos preços das carnes e de seus derivados.
Produtos industrializados - Apresentaram alta de 1,34%, influenciada diretamente pelos preços em Derivados de Leite (1,67%) e Panificados (2,47%). Os produtos com destaque de alta foram: leite em pó (2,25%), margarina (7,02%) e pão francês (4,78%). A elevação de preços nos produtos industrializados é reflexo do aumento dos preços de insumos básicos na fabricação dos produtos, como leite, milho, trigo, soja, entre outros. Em 12 meses a alta nos preços dos produtos industrializados é de 5,87% e no acumulado do ano (janeiro a agosto) a elevação é de 3,31%.
Produtos In Natura - Os preços desses produtos registraram elevação de 3,71%, impactados pelo aumento em legumes (18,10%), frutas (1,40%) e tubérculos (1,13%), enquanto isso, verduras apresentou queda de 3,40%. De modo geral, a elevação dos preços na categoria FLV (frutas, legumes e verduras) ocorre devido ao período em que as condições climáticas são desfavoráveis para diversas culturas agrícolas, como, por exemplo, o tomate (alta de 22,81%), cenoura (26,63%) e pimentão (64,20%). Em 12 meses a alta nos preços dos produtos in natura é de 13,20% e no acumulado do ano (janeiro a agosto) a elevação é de 16,98%.
Bebidas alcoólicas – Os preços apresentaram alta de 0,60%, diante da elevação no preço da aguardente (3,56%) e do vinho (2,44%). Em 12 meses a alta nos preços é de 10,95% e no acumulado do ano (janeiro a agosto) a elevação é de 6,64%.
Bebidas não alcoólicas - Registram alta de 1,27%, diante da elevação, principalmente, do refrigerante (1,19%) e do suco de frutas (1,34%). Em 12 meses a alta nos preços é de 6,06% e no acumulado do ano (janeiro a agosto) a elevação é de 3,88%. Ao longo deste ano a indústria vem reajustando seus preços diante do repasse da inflação em 2011 e diante do descompasso entre a oferta e a demanda que pressiona os preços para cima.
Produtos de limpeza - Apresentaram elevação de 0,56% impactados pelo aumento no preço do sabão em pó (1,89%) e concentrado de limpeza (1,85%). Os artigos de higiene e beleza apontaram alta de 0,65% impactados pela elevação do creme dental (1,68%), e xampu (0,52%). Os preços nestas categorias têm apresentando comportamento relativamente estável, com variações positivas de maneira pontual, refletindo ajustes entre a oferta e demanda destes produtos, o que deve ser a tendência nos próximos meses.
Inflação - Na avaliação desde a criação do Plano Real, em 1994, o IPS/APAS apresenta variação acumulada de 127%, o IPCA/IBGE (São Paulo) - Alimentos e Bebidas tem alta de, aproximadamente 263%, já o IPCA/IBGE (Brasil) - Alimentos e Bebidas tem alta de, aproximadamente 275%, o IPC-FIPE tem aumento de 236% e o IPA/FGV tem variação de 469%. Assim, a evolução dos preços ao longo dos anos, aponta uma elevação mais moderada no setor supermercadista, diante de sua característica de concorrência, onde o os ganhos de eficiência e produtividade possibilitam preços mais competitivos.
Nota Metodológica
O Índice de Preços dos Supermercados tem como objetivo acompanhar as variações relativas de preços praticados no setor supermercadista ao longo do tempo. O Índice de Preços dos Supermercados é composto por 225 itens pesquisados mensalmente em 6 categorias: i) Semielaborados (Carnes Bovinas, Carnes Suínas, Aves, Pescados, Leite, Cereais); ii) Industrializados (Derivados do Leite, Derivados da Carne, Panificados, Café, Achocolatado em Pó e Chás, Adoçantes, Doces, Biscoitos e Salgadinhos, Óleos, Massas, Farinha e Féculas, Condimentos e Sopa, Enlatados e Conservas, Alimentos prontos,); iii) Produto In Natura (Frutas, Legumes, Tubérculos, Ovos, Verduras); iv) Bebidas (Bebidas Alcoólicas, Bebidas Não Alcoólicas); v) Artigos de Limpeza; vi) Artigos de Higiene e Beleza. Assim, o IPS se apresenta como instrumento útil aos empresários do setor na tomada de decisões com relação a preços e custos dos mais diversos produtos. No que diz respeito à indústria, de maneira análoga, possibilita a tomada de decisão com relação a preços e custos dos produtos destinados aos supermercados. Ao mercado e aos consumidores é útil para a análise da variação de preços ao longo do tempo possibilitando o acompanhamento da evolução dos custos ao consumidor do setor supermercadista.
Sobre a APAS – A Associação Paulista de Supermercados representa o setor supermercadista no Estado de São Paulo e busca integrar toda a cadeia de abastecimento. A entidade conta com 1.200 associados, que somam 2.700 lojas.
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