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Carnes, cereais e leite aceleram inflação em setembro, aponta índice IPS APAS
O Índice de Preços dos Supermercados (IPS/APAS), calculado pela APAS/FIPE, apresentou em setembro alta de 2,01% em relação a agosto. Esta é a maior variação mensal de preços desde outubro de 2010 (2,43%). No que diz respeito ao mês de agosto, esta é a maior elevação em toda série histórica, iniciada em 1994. Em 12 meses, alta dos preços nos supermercados foi de 8,32% e no acumulado do ano, de janeiro a setembro, foi registrada elevação de 6,02%.
A inflação em 2012 vem sendo pressionada, principalmente, pelos alimentos. As categorias que mais contribuíram para a elevação dos preços neste mês foram os produtos semielaborados (carnes, cereais e leite) com alta de 4,82%, correspondente a 55% da elevação nos preços dos alimentos. Só esta categoria foi responsável por 1,11 ponto percentual da elevação de 2,01% nos preços verificada neste mês. Já em 12 meses os produtos semielaborados subiram 4,26%, o que corresponde a 24% da elevação de preços. No acumulado do ano (janeiro a setembro), responderam por 16%. Os produtos industrializados, com alta de 1,40% em setembro, foram responsáveis por, aproximadamente, 29% da elevação dos preços de alimentos neste mês, o que corresponde a 0,58 ponto percentual da elevação de 2,01% nos preços.
Este movimento não é uma exclusividade no Brasil e ocorre em nível mundial. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), os preços dos alimentos no mundo registraram alta de 1,4% em setembro em relação a agosto.
Quebra da safra – O fator preponderante para este aumento decorre da seca severa nos Estados Unidos, que gerou a quebra da safra de milho naquele país e afetou a produção de soja e trigo, comprometendo a oferta mundial de cereais no mundo. Aliado a isto, o clima desfavorável no Brasil também afetou algumas culturas agrícolas, pressionando os preços de diversos produtos.
Diante da evolução dos preços nos últimos meses a expectativa é que os preços apresentem elevação de, aproximadamente, 6% no fechamento de 2012 em relação a 2011.
Confira abaixo os principais reajustes:
A alta mais expressiva dos semielaborados (Carnes, Cereais e Leite) foi verificada nas aves (7,68%), carnes suínas (7,77%), carnes bovinas (5,05%) e leite (2,78%).
Os preços dos produtos industrializados apresentaram alta de 1,40% influenciada diretamente pelos preços em derivados da carne (5%) e panificados (3,56%). Os produtos com destaque de alta foram linguiça (5,92%), salsicha (7,28%) e pão francês (6,59%). Em 12 meses a alta nos preços dos produtos industrializados foi de 6,98% e no acumulado do ano (janeiro a setembro) a elevação foi de 4,75%.
Os preços dos produtos hortifrutigranjeiros (produtos in natura) registraram elevação de 0,95%, devido à alta nas frutas (3,27%) e tubérculos (21,31%). Enquanto isso, o preço das verduras apresentou queda de 9,44% e legumes queda de 15,18%. De modo geral, a elevação dos preços na categoria FLV (frutas, legumes e verduras) ocorre devido à redução da oferta de alguns produtos, como limão, maracujá e melancia, por exemplo. Em 12 meses a alta nos preços dos produtos in natura é de 15,29% e no acumulado do ano (janeiro a setembro) a elevação é de 18,09%.
Os preços das bebidas alcoólicas apresentaram alta de 1,90%, diante da elevação no preço da cerveja (2,13%) e do vinho (1%). Em 12 meses a alta nos preços é de 11,86% e no acumulado do ano (janeiro a setembro) a elevação é de 8,65%. Do mesmo modo as bebidas não alcoólicas registram alta de 1,21%, diante da elevação, principalmente, do refrigerante (1,76%) e da água mineral (0,74%). Em 12 meses a alta nos preços é de 6,93% e no acumulado do ano (janeiro a setembro) a elevação é de 5,12%.
Os preços dos produtos de limpeza apresentaram elevação de 0,30%, com destaque para o sabão em barra (1,70%) e concentrado de limpeza (0,56%). Os artigos de higiene e beleza apontaram alta de 1,01%, o sabonete (0,57%) e o xampu (1,13%). Os preços nestas categorias têm apresentando comportamento relativamente estável, com variações positivas de maneira pontual, refletindo ajustes entre a oferta e demanda destes produtos, o que deve ser a tendência nos próximos meses.
No que diz respeito aos preços nos supermercados, no mês de agosto as elevações mais expressivas foram verificadas no limão (60,56%), batata (44,22%), maracujá (27%), pernil com osso (15,59%), cebola (10,40%), peru (9,52%), arroz (8,58%), presunto (8,42%), contrafilé (8,30%), chuchu (8,13%). Por outro lado, as maiores quedas em setembro foram verificadas no pimentão (-40,01%), cenoura (-17,68%), tomate (-17,25%), couve (-15,76%), jiló (-14,91%), berinjela (-14,87%), beterraba (-14,50%), alface (-13,99%), vagem (-11,28%), melão (-9,84%).
Plano Real - Na avaliação desde a criação do Plano Real, em 1994, o IPS/APAS apresenta variação acumulada de 131%, o IPCA/IBGE (São Paulo) - Alimentos e Bebidas tem alta de, aproximadamente, 266%; já o IPCA/IBGE (Brasil) - Alimentos e Bebidas tem alta de 279%; o IPC-FIPE tem aumento de 238% e o IPA/FGV tem variação de 475%.
Nota Metodológica
O Índice de Preços dos Supermercados tem como objetivo acompanhar as variações relativas de preços praticados no setor supermercadista ao longo do tempo. O Índice de Preços dos Supermercados é composto por 225 itens pesquisados mensalmente em 6 categorias: i) Semielaborados (Carnes Bovinas, Carnes Suínas, Aves, Pescados, Leite, Cereais); ii) Industrializados (Derivados do Leite, Derivados da Carne, Panificados, Café, Achocolatado em Pó e Chás, Adoçantes, Doces, Biscoitos e Salgadinhos, Óleos, Massas, Farinha e Féculas, Condimentos e Sopa, Enlatados e Conservas, Alimentos prontos,); iii) Produto In Natura (Frutas, Legumes, Tubérculos, Ovos, Verduras); iv) Bebidas (Bebidas Alcoólicas, Bebidas Não Alcoólicas); v) Artigos de Limpeza; vi) Artigos de Higiene e Beleza. Assim, o IPS se apresenta como instrumento útil aos empresários do setor na tomada de decisões com relação a preços e custos dos mais diversos produtos. No que diz respeito à indústria, de maneira análoga, possibilita a tomada de decisão com relação a preços e custos dos produtos destinados aos supermercados. Ao mercado e aos consumidores é útil para a análise da variação de preços ao longo do tempo possibilitando o acompanhamento da evolução dos custos ao consumidor do setor supermercadista.
Sobre a APAS – A Associação Paulista de Supermercados representa o setor supermercadista no Estado de São Paulo e busca integrar toda a cadeia de abastecimento. A entidade conta com 1.200 associados, que somam 2.700 lojas.
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