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ABAL traz recital do tenor Roberto Tortorelli e soprano Nádia Zanotello
A voz do cantor lírico é exaustivamente treinada para interpretar o repertório operístico mas, também, pode recriar com acentuação própria as páginas do cancioneiro popular e semierudito, como provam no recital que a ABAL Campinas oferece na próxima sexta-feira, às 20 horas, no auditório da Associação Campineira de Imprensa (ACI), reunindo a soprano Nádia Zanotello, premiada no último Concurso Estímulo para Cantores Líricos (CCLA) e o aplaudido tenor Roberto Tortorelli. No evento artístico, que tem ainda a participação ao piano de Chiquinho Costa, o repertório é eclético e mostrará interpretações de Tortorelli em peças como La Golondrina (de Manuel Del Rio, versos de José Fortuna), Santa Lucia Luntana (letra e música de E. A. Mario), I Milioni d`Arlecchino (letra de E.A. Mario e música de Richard Drigo), Ave Maria (Intermezzo da Cavalleria Rusticana, de Pietro Mascagni, versos de P. Mazzoni), Violetas Imperiais (música de Francis Lopez, versos de J.M. Arozamena), Pequeña Flor (Sidney Bechet e versos de Joselito), Amapola (Joseph M. Lacalle e versos de Luiz Roldan), Ella (José Alfredo Gimenez) e Cielito Lindo (Carlos Fernandez). Já a soprano Nádia Zanotello escolheu para o público obras como Mon Bonheur (de Antonio Carlos Gomes), Zueignung (R. Strauss), Song to the Moon (da ópera Rusalka, de A. Dvorak), Valsa di Musetta (La Boheme, de G. Puccini), Addio senza rancor, aria di Mimi (da ópera La Bohème, de G. Puccini), Oh Dieu, que de bijoux, (da ópera Faust, de C. Gounod).
Nádia Zanotello é bacharel em música pela UNICAMP, onde teve orientação das professoras Mariana Cioromila e Adriana Giarola Kayama. Atualmente se aprimora sob orientação de Lenine Santos. Foi solista do Messias, de G. F. Haendel, junto à Orquestra da UNICAMP e do Te Deum, composição do Padre José Mauricio Nunes Garcia, sob regência de Lincoln Andrade, no encerramento do 28° Festival de Música de Londrina. Cantou a estréia nacional da ópera A jornada do Peregrino, de Vaughan Williams, no papel de Senhora Interesse. Participou do opera workshop com a Profa. Kathryn Hartgrove, As Faces do amor, quando executou trechos das óperas Die Fledermaus, Don Giovanni e La Traviata. Foi integrante do Coro Contemporâneo de Campinas, sob regência de Ângelo Fernandes. Participou ainda das óperas Dido e Eneas, de H. Purcell, sob direção de Luís Otávio Santos; Utopia, Limited, de Gilbret & Sullivan e Iolanthe, de Gilbert & Sullivan. Atuou em festivais e masterclass com os professores Inácio de Nonno, Maryann Kyle (EUA ), Niza de Castro Tank, Denise Sartori, Marília Vargas, Bartira Bilego, Neyde Thomas e Regina Elena Mesquita. Atualmente integra o NUO (Núcleo Universitário de Ópera), sob a regência de Paulo Maron.
O tenor Roberto Tortorelli descobriu sua vocação de cantor lírico ainda menino, na pequena Viradouro, SP, onde nasceu. Roberto morava na proximidade da igreja principal do povoado. Nos finais de tarde, na hora do Ângelus, ou às 6 horas da tarde, o padre da paróquia costumava reverenciar o cair da noite com Ave Marias interpretadas pelos grandes tenores Beniamino Gigli, Tito Schipa ou Giuseppe Di Stefano. Roberto Tortorelli lembra-se que ouvia o Panis Angelicus, de Cesar Franck, e se enchia de emoção. Também o Agnus Dei, de Bizet. Não demorou para que procurasse imitar principalmente o tenor Gigli, de quem admirava a voz timbrada, afinada e vibrante. A pianista Nélia Azambuja da Cunha, que gostava muito de música lírica, ouviu o pequeno Roberto e sentenciou que sua voz era própria de um cantor de ópera. Incentivado, Roberto Tortorelli educou sua voz em Campinas, com a saudosa Profa. Tiana Amarante. Convidado pela profa. Olga Rizzardo Normanha apresentou-se em inúmeros recitais em Campinas, cidades do interior e até em outros Estados. Eram seus inesquecíveis companheiros de concertos os saudosos baixo Alberto Medaljon, o tenor Henrique Rocha, Marcellino José do Carmo, Aluísio Edgar Buratto, Milton Vida da Silva, entre outros. Foi como cantor em casamentos, vibrante nas Ave Marias e Panis Angelicus, que Roberto Tortorelli se tornou mais conhecido. Perdeu a conta das cerimônias religiosas que abrilhantou com sua voz personalíssima, de timbre cristalino e nobre, com extrema facilidade nos superagudos. Roberto Tortorelli canta todos os estilos musicais com a mesma facilidade, da seresta à MPB, da música internacional às canções dos musicais hollywoodianos.
José Francisco da Costa, ou Chiquinho Costa, como é mais conhecido, é bacharel em Piano e Doutor em Música pela UNICAMP. Especializado na área de acompanhamento de cantores líricos, participou de cinco edições do Festival Nacional de Canto, em Piracicaba (2002 a 2005, e em 2007), e do 25º ao 32º Festival de Música de Londrina, PR, na classe de Ópera Studio. Foi pianista assistente dos professores Niza de Castro Tank, Neyde Thomas, Inácio de Nonno, Denise Sartori, Francisco Frias e Lenine Santos, entre outros. Pianista convidado em concertos oficiais da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, Orquestra Sinfônica de São José dos Campos e da Orquestra Jovem de Campinas, UNICAMP. Em 2010 fez sua estreia internacional apresentando-se em Osaka, Japão, acompanhando o renomado tenor japonês Kohdo Tanaka, no recital dos seus 50 anos de carreira artística. Estagiou no Departamento de Música da UNICAMP como parte do Programa de Estágio Docente (PDE), sob orientação da professora Adriana Giarolla Kayama.
Entrada franca.