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Com foco no Encanto das Águas, profissionais apresentam sugestões de como usar os mais diversos tipos de flores e plantas ornamentais na Mostra de paisagismo e jardinagem, uma das atrações da Expoflora, que começa no dia 30 de agosto, em Holambra, interior de São Paulo
O desafio dos profissionais que participam da Mostra de paisagismo e jardinagem da Expoflora na edição de 2013 foi destacar em seus projetos o uso da água, integrando o design, o conforto e a praticidade à sustentabilidade, como o uso racional ou o reuso desse recurso natural. O resultado pode ser visto nos 25 ambientes, criados por paisagistas, agrônomos, arquitetos, designers, decoradores e outros profissionais da área. A Mostra de paisagismo e jardinagem é uma das atrações da Expoflora, maior evento de flores e plantas ornamentais da América Latina que, este ano, será realizado de 30 de agosto a 29 de setembro, de sexta-feira a domingo, das 9h às 19h, em Holambra, antiga colônia holandesa localizada a 140km da capital paulista. A 32ª Expoflora conta com os patrocínios da Ypê, Chopp Kremer e Banco do Brasil, e com o apoio da Ultragaz e Prefeitura Municipal da Estância Turística de Holambra.
O tema da Expoflora 2013 será Flores, contos e lendas, resgatando as tradições e o folclore do Brasil e da Holanda. Inserido nesse mundo de sonhos, a mostra de paisagismo terá como foco o Encanto das Águas. Os projetos consideraram propostas que podem ser colocadas em prática em residências ou em ambientes corporativos.
“Não há jardim bonito e bem cuidado que não necessite de água. Porém, a abordagem da mostra é muito mais do que a importância estética de seu uso em jardins e está relacionada ao impacto do bom uso da água a nível doméstico e corporativo. O uso correto da água é uma obrigação de toda a sociedade e a conscientização contra o desperdício é primordial”, explica a engenheira agrônoma Ana Rita Gimenes, que coordena a mostra de paisagismo da Expoflora juntamente com Ralph Gerardus Dekker.
Descrição dos ambientes
Ambiente 1 - Entrada das águas
Mateus Caffaro Piccinini (engenheiro agrícola)
Para este espaço, as românticas celósias com seu vermelho aveludado dão as boas vindas aos visitantes da Mostra de paisagismo e jardinagem. Plantadas em belos vasos negros e, também, em maciços no jardim, elas levam até a ponte que permite a travessia do lago por onde deslizam lindas carpas. Os bancos rústicos nos trazem uma linguagem mais moderna com seus pedaços de troncos retorcidos, ao mesmo tempo em que contam sua historia na natureza, em contraste com as flores da celósia que, com o seu vermelho, nos remete ao romantismo dos jardins. O belo gramado recebeu um sistema de irrigação que funciona de forma automática para que não haja excesso ou falta de água, gerando economia e facilidade no manejo. Trata-se de um benefício da tecnologia moderna cada vez mais acessível.
Ambientes 2 e 3 - Nosso Condomínio
Cléia Moura da Silva Thomazini Daneluzzi e Orpheu Thomazini Daneluzzi (arquiteto e urbanista)
Os hibiscos, de diversas cores, dão as boas-vindas na forma de um corredor de acesso a um pequeno lago ornamentado com palmeiras Sagu do Imperador. Recobrindo as paredes, painéis de cimento coloridos. A sequência de hibiscos leva até uma cozinha de fazenda, especialmente construída para ser usada comunitariamente. O colorido dos kalanchoes realça o fogão antigo, caldeirões e panelas de ferro, dispostos em móveis rústicos. Destaque para a charmosa ducha italiana, na cor laranja, parte de um verdadeiro oásis, composto por palmeira nolina azul, árvore do dragão e rabo de dragão, que trazem o frescor ideal a um ambiente de convívio. Descansa-se, ainda, na rede tecida manualmente, colocada em área sombreada. Para o relax, uma fonte rasa, com luzes verdes, que solta água sincronizadamente para refrescar os pés em dias de calor. O pergolado foi estrategicamente instalado à frente de palmeiras e construído com troncos de eucalipto rústico e móveis de raízes. Na lateral da sala de estar, arbustos como a nolina folha longa oferecem sombra em diversos níveis de altura. As zamias formam um renque menor, cujo efeito é praticamente o mesmo. O jardim de suculentas e kalanchoes cor de rosa adornado por uma cortina de voil pérola dão um toque delicado ao ambiente, apesar de sua rusticidade. Um painel de rabos de raposas, além de seu aspecto imponente, funciona como isolador pela sensação de frescor que oferece. Toda a iluminação do espaço conta com energia solar.
Ambientes 4, 5 e 6 - Verde e Cristalino – A magia da transformação
Nivaldo Dellagostini da Silva (paisagista) e João Eleno de Oliveira Junior (projetista luminotécnico)
Um lago, de 11 metros de comprimento, é formado por sete cascatas de água cristalina. O outro lago, de 6 metros de comprimento, possui duas cascatas. Em ambos temos a presença de carpas colorindo a água. Além dos impatiens, mais conhecidos como Maria-sem-vergonha, o paisagismo conta com veitchias montgomeryana e arecas locuba (espécies de palmeiras), clusias (arbusto) e pândanus racemosos (arbusto) entre outras. Arecas bambu compõem o verde invadido pelo colorido das gardênias e azaléias. A grama preta compõe dois canteiros dividindo o espaço com kaizukas, buxus, seixos e uma iluminação graciosa. No paisagismo ainda temos bromélias, ráfias e pequenos podocarpus (pinheiros). Os dois lagos receberam iluminação especial que garantiu à água uma tonalidade quase prateada, tornando o ambiente mágico. As palmeiras e plantas receberam cores variadas de iluminação. Ao lado dos lagos foram criados mosaicos de lajes de pedras com tons amarelos com seixos entre elas de onde o visitante pode apreciar as carpas que parecem brincar na água com o jogo de luzes. A proposta foi criar um ambiente acessível ao visitante. Por isso, a opção por lagos de tamanhos distintos e plantas comuns no paisagismo. Membros do Greenpeace estarão presentes neste ambiente, no primeiro final de semana do evento, para coletar assinaturas pelo Desmatamento Zero na Amazônia e fazer silk do Desmatamento Zero nas camisetas que sejam levadas pelos visitantes.
Ambientes 7 e 8 - Home office Sustentável
Carol Costa (jornalista) e Mayra Guarnieri (arquiteta e paisagista)
As soluções criativas e sustentáveis driblam os problemas típicos de um ambiente de trabalho: a presença de ar condicionado, dificuldade de manutenção periódica, necessidade de economia de recursos e baixa luminosidade natural. Sobre o piso de restos de pneus reciclados, o mobiliário de escritório é simples e discreto para que a atenção recaia para as placas verdes na parede e para o aparador que suporta os dezenas terrários de vários tamanhos plantados com suculentas e microorquídeas (Fitônias, heras, micro orquídeas, Leea rubra, musgo-bola, Ficus pumila, confeti, Ludisia discolor, filodendros, xanadu, suculentas, avencas, rendas-portuguesas, peperômias e samambaias) mantendo-as úmidas por muitas semanas. Os arranjos de rosas, peônias e miguets trazem leveza ao ambiente, destacando os locais de baixa iluminação. Os arbustos e plantas de tamanhos variados e folhas exóticas (Philodendron “Xanadu”, Zamia furfuracea e Croton híbrido) filtram o ar e se desenvolvem bem em ambientes fechados. Plantados em vários vasos espalhados em todo o ambiente, proporcionam maior umidade do ar e ajudam a combater o ressecamento causado pelo ar condicionado. Um agradável deck oferece a possibilidade de uma pausa no dia a dia corrido sob o pergolado coberto por orquídeas. Várias espécies de orquídeas epífitas (que vivem sobre outras plantas) foram escolhidas como uma forma de diminuir a quantidade de água usada nas regas (Phalaenopsis, Oncidium e Dendrobium). Nas floreiras as orquídeas são terrestres e, também, de baixa manutenção, como a Spatoglottis unguiculata (orquídea-grapete).Em frente, do outro lado do passeio, foi criado um espaço educativo destinado para as palestras que ocorrerão durante os dias de funcionamento da Expoflora. Os temas são variados: Horta caseira; Tai Chi Chuam para jardineiros; Orquídeas; Bonsais; Plantas que atraem pássaros; Terrários; Árvores nativas brasileiras; e Ervas medicinais entre outros. Não haverá inscrição antecipada. Destaque para os 40m² de parede de samambaias.
Ambiente 09 - Quintal funcional
Isabella Notaro (arquiteta e urbanista)
A manutenção deste pequeno quintal torna-se muito simples com a rega programada, deixando as plantas sempre saudáveis. Neste caso, a profissional uniu o sistema de rega de todas as plantas do jardim com a manutenção e funcionamento da fonte, proporcionando racionamento no uso da água. Já o paisagismo foi pensado de modo a proporcionar praticidade à rotina corrida das famílias modernas com a escolha de plantas e flores que possuam manutenção simples, exigindo de adubo apenas duas vezes ao ano, apesar da rega constante. É o caso do muro verde junto ao lago organizando-se de maneira harmônica com suas plantas pendentes de crescimento rápido. Para tanto, foram mesclados alguns tipos de aspargos com peixinho. As orquídeas levam colorido à mesa do convívio e ao aparador que também serve de base para a churrasqueira. As petúnias ganharam diversos vasos de chão. Elas foram escolhidas por apresentarem maior de floração. As celósias vermelhas, cujas flores parecem de veludo são muito resistentes e fáceis de cuidar. Elas foram plantadas em vasos altos com o objetivo de mesclar o verde do muro com as flores do chão.
Ambiente 10 - Jardim Africano
Marisa trippia (artista plástico), Glauco Pansiete Zia (artista plástico) e Antônio Aparecido Bueno da Silva (jardineiro)
A arte e o paisagismo são integrados para destacar os aspectos selvagens através da leveza das obras contemporâneas, como a pintura e escultura, mesclando rusticidade e requinte numa grande savana. A natureza como provedora da vida aparece nos materiais reutilizados e integrados ao paisagismo, como a canoa feita de tronco de árvore, mesclando o marrom café e o amarelo, e nos animais de lata que integram a decoração, como o chimpanzé e o jacaré que protege o ambiente na beira do rio. Os mandacarus ladeiam as dunas de areia na forma de ondas, esculpidas pelo vento. Os kalanchoes laranja representam o calor do Sol. Nesse ateliê aberto, demarcado pelos cactus bola amarela com seus obstáculos naturais de espinhos, os artistas retratam a natureza. Os elefantes caminham lentamente ao logo do rio no entardecer. A beaucarnea, que remete aos penachos dos cocares africanos, destaca-se ao lado de um totem no semiárido onde foram plantados os agaves dragão e palito, além de zamioculcas. Sobre o piso das cascas de pino, o vaso com água para matar a sede da girafa que parece ter sido expulsa de seu paraíso no processo de urbanização.
Ambiente 11 - Refúgio da família
Marcelle Gobetti Hergert (designer de interiores e paisagista)
Em um espaço criado com materiais simples e reaproveitados as plantas e flores parecem responder com encantamento e beleza. Com baixo custo e a utilização de espécies de fácil manutenção, este é um ambiente para a família. O pergolado começa a ser escalado por sapatinhos de judia em tons amarelo e marrom, com as inflorescências. Atrás dele, palmeiras ciaforte trazem elegância e imponência ao jardim. A estrutura é em eucalipto e o piso e os móveis construídos com pallets, convidam o visitante para um pequeno repouso em dias quentes. O tapete de grama permite que a água escoe para o lençol freático e nos leva até o muro onde ervas e verduras estão plantadas em caixotes de frutas. Os impatiens forram o jardim vertical também feito com pallets. O frescor do ambiente é assegurado pelo pequeno lago, margeado por pedras. No muro, os quadros de pneus se apropriam do colorido de petúnias e violetas. A proposta é usar a água da chuva para manter tanto o jardim quanto o lago por meio de um sistema de captação que armazena a água que escorre do telhado e da calha para um tambor. Um minhocário construído em caixas de frutas permite a demonstração da reciclagem do lixo orgânico com a utilização de minhocas, transformando os restos de alimento em adubo.
Ambiente 12 - Paraíso das Águas
Cileni Maria da Silva Alves (empresária), Caroline Batista Arantes (vendedora) e Paula Rejane de Amor (vendedora)
Trata-se de um ambiente de meditação. Dividido em três partes, o projeto contempla espécies que necessitam de pouca manutenção e que tenham relação com a cura e a terapia. O paisagismo destaca bambus mossô, dracenas e bonsais como elementos essenciais para momentos de reflexão. Antigos bancos de praça, em cimento e madeira, convidam o visitante a recarregar as energias e a relaxar neste jardim colorido por azaléias e hortências, arrematado com podocarpos e kaizukas. No meio do ambiente, um espaço ocupado por plantas nobres, como a dracena e o cipreste italiano, cultivadas em vasos chineses. Orquídeas ludisia, vanda, phalaenopsis, chocolate, catteya, colmanara, cymbidium e celogine destacam-se nos painéis fixados no jardim vertical. Cascas de pinos e pedriscos forram o piso. Uma outra fonte, feita em madeira, produz sonoridade para a atração dos pássaros e traz paz e harmonia ao ambiente. A parede foi ornamentada por um painel vertical com plantas pendentes, como a abutilon, columeia e gynura. Árvores frutíferas, como lixia, pitanga e nectarina, estão em vasos de cimento perfilados na forma de um pequeno pomar.
Ambiente 13 - Magia das Águas
Cintia Rua (engenheira agrônoma e paisagista) e Natália Salcedo (Arquiteta e urbanista)
Do pergolado de ferro sobre as floreiras saem jatos d’água que caem em um espelho, Dali, a água é novamente bombeada com precisão para retomar a queda. O movimento contínuo oferece frescor e conforto ao ambiente. O projeto pretende mostrar como é possível aproveitar ideias de arquitetura, decoração e paisagismo para construir uma extensão da casa com criatividade. Bromélias, kalanchoes e orquídeas enfeitam o jardim que possui, também, uma sala de estar com sofá e poltronas em fibra sintética. Samambaias e orquídeas parecem brotar da parede que ganhou um charmoso painel vertical feitos com tubos PVC. A curiosidade está na iluminação, feita através de um braço do pergolado.
Ambientes 14 e 15 - Água, projeto de viver
Daniel Cruz (paisagista e designer) e Luciana Tavares (arquiteta e urbanista)
Dois jardins, transformados em um só. Inspirados pelo poema "Paisagem: como se faz", de Carlos Drummond de Andrade, que retrata a compreensão da paisagem, os profissionais trazem a proposta de integrar, de forma harmônica, aspectos estéticos e ecológicos. Entre as sugestões estão o reuso da água proveniente da captação pluvial, armazenada em cisternas sob o jardim e os pisos drenantes que auxiliam na manutenção dos recursos hídricos. Aproximadamente 30 bicas de água se incumbem de dar a merecida sonoridade a este ambiente. O piso drenante, feito com granilhas (restos de pedra) recobre, inclusive, os dois espelhos d’água margeados por Bambús-mossô, criando uma alameda que convida os visitantes à contemplação. As paredes recobertas por quatro jardins verticais de samambaias contrastam com pórticos construídos em drywall e revestidos com cimento queimado. Os móveis, como conchas, espreguiçadeiras, bancos e sofá, são em fibra sintética e decoram todo o ambiente para o desfrute do jardim. Em todo o espaço foram espalhados oito vasos de jabuticabeiras especialmente escolhidas por sua beleza e praticidade. O visitante pode entrar e percorrer o caminho construído em patchwork de grama e piso drenante, até mesmo sobre o espelho d'água. A alameda leva até uma espécie de pergola, obtida com o manejo dos galhos de uma árvore do ambiente vizinho. Sob os galhos, onde foram instaladas luminárias de metal, existe uma estante com plantas que compõe a ambientação aconchegante do espaço.
Ambiente 16 - Paisagens da alma
Raquel Nopper Alves (arquiteta e paisagista)
O jardim é personalizado, como extensão da casa para usufruto dos membros de uma família. Ao mesmo tempo, a arquiteta presta uma homenagem ao seu pai, o escritor Rubem Alves, dedicando este jardim a ele pelos seus 80 anos. Numa era onde as famílias estão cada vez mais ocupadas e distantes, cada um com o seu próprio aparelho de TV e tablet, um jardim como espaço de uso comum oferece o convívio e busca resgatar o eixo familiar que vem se perdendo. O balanço instalado em uma estrutura de eucalipto faz alusão a uma crônica do escritor, que diz: o "Balançar é o melhor remédio para depressão. Quem balança vira criança de novo. Razão por que eu acho um crime que, nas praças públicas, só haja balancinhos para crianças pequenas. Há de haver balanços grandes para os grandes! Já imaginaram o pai e a mãe, o avô e a avó, balançando?”. Bancos rodeiam uma frondosa jaboticabeira que divide o espaço com palmeiras carpentaria e fênix e com pleomeles plantados nas extremidades. Um pergolado com ripas de eucalipto oferece sombreamento imediato e acomoda um estar com namoradeira e poltronas para o descanso. Gardênias e kalanchoes colorem o jardim, juntamente com bromélias. Sobre o piso de concreto drenante foi criado o espaço para refeição que ganha mais naturalidade com os painéis de bambu. Mesa e cadeiras feitas com madeira de demolição esperam os familiares para o lanche ao ar livre. O cantinho para descanso e leitura, ornamentado com uma estante com plantas e objetos de decoração, convida àqueles que gostam de ler e meditar. As pessoas podem curtir seu hobby, tendo um espaço reservado a ele, ao lado da família.
Ambiente 17 - Água & Vida
Paulo Yugo kai (empresário e consultor no ramo de lagos e aquários), Rogério Luiz de Oliveira (paisagista e montador de lagos) e Raphael Conti Oliveira (montador de lagos)
A natureza traz harmonia para os ambientes, tanto internos como externos. Bromélias dos mais diversos formatos e cores margeiam um maravilhoso lago construído com dois tipos de pedras: crosta de mármore e esculturas. A crosta de mármore é encontrada em diversos formatos. São descartes da mineração e conhecidas como rochas cavernas por serem esculpidas pela ação do vento. Já as esculturas são rochas sedimentares e ganham interessantes formatos com a constante ação da água. Destaque para a utilização do método de impermeabilização do lago com manta de polietileno de alta densidade. Esse método apresenta excelente custo beneficio pela rapidez na montagem e dispensa de qualquer tipo de alvenaria. As plantas tropicais de excelente efeito paisagístico permitem a composição de um ambiente deslumbrante. Além das bromélias, as pleomeles, palmeiras raphis, clusias, podocarpus makki, avencas, murtas, samambaias de folhas largas e dracenas. As selecionadas carpas Koi, muito coloridas, complementam e desfrutam deste ambiente.
Ambiente 18 - Show Room Consciente
Jaíce Di Prospero Blasques (paisagista e designer floral) e Marina Arakaki (paisagista)
Alternativas simples e viáveis com produtos facilmente encontrados no mercado. Trata-se do paisagista indo muito além dos aspectos estéticos. É o equilíbrio entre a satisfação das necessidades pessoais e o impacto do seu consumo no meio ambiente. A mudança de hábitos começa com a prática de escolhas sustentáveis no dia a dia, encontradas nesse grande show room de ideias ecológicas. Aqui os temperos a serem utilizados na casa, como o alecrim e a hortelã, são plantados em canos de PVC com 30 cm de diâmetro e pintados de vermelho, com alturas variadas entre 1,50m a 2,30m de altura, adaptados para receber os vasinhos; ou, em vasos plantados no chão intercalados com piso cimentício como se fizessem parte de um tabuleiro de xadrez. As fitas de sinalização vermelhas na parede foram usadas para atrair a atenção. Os pisos drenantes fazem pilhas esculturais no espelho d´água para demonstrar como a água da chuva é absorvida por esse tipo de material, contribuindo para a permeabilidade do solo. Trata-se de um benefício ambiental e paisagístico. As bromélias vermelhas decoram o espelho d´água. A arborização é feita com a formação de um bosque de Tataré, espécie vegetal nativa de pequeno porte e baixa manutenção, que atinge, no máximo, 10 m de altura, plantado sobre grama. O aspecto retorcido dos troncos e galhos é de uma beleza singular e torna o paisagismo mais decorativo. Essa espécie é indicada para plantios mistos em áreas degradadas de preservação permanente. No jardim vertical, plantas pendentes capazes de produzir efeito rápido, como as samambaias. Essa alternativa auxilia na umidificação do ar e na diminuição da temperatura ambiente, além de contribuir para a captura de carbono atmosférico. Uma composteira doméstica ajuda a diminuir e a reaproveitar o lixo urbano, gerando adubo para o jardim. Sobre a mesa de vidro rodeada por cadeiras de fibra sintética, um lindo arranjo com três terrários sobre uma charmosa toalha de suculentas iluminadas por vasos invertidos plantados com orquídeas pendentes.
Ambiente 19 - O mundo mágico das lendas encantadas
Mauro Contesini (engenheiro agrônomo e paisagista)
Um jardim mágico habitado por sapos, duendes, fadas e bruxas é o lugar perfeito para as crianças brincarem, lerem e, até mesmo, descansarem. Este mundo de fantasia pode ser conferido não apenas pelos pequeninos, mas por pessoas de todas as idades. As histórias que permeiam a infância, bem como as lendas e costumes, estão presentes neste sedutor e agradável jardim, ambientado com pufs coloridos em forma de gota, pequenas coleções de lírios da linha Brasil e repleto do trevo de 4 folhas. Os personagens mágicos e seus amuletos estão representados por meio de duendes e cogumelos grafitados nas paredes pelos artistas Gabriel Siqueira, Marcio Silva e Lucas Cocato do Studio 019. A ideia é integrá-los à paisagem e incentivar a criatividade das crianças que passarem pelo local. Pedras em forma de vasos exibem lírios que parecem brotar da natureza. Um fícus florido divide espaço com mini bambus. O trevo de 4 folhas, que se transformou em um poderoso amuleto dos antigos magos da Inglaterra por ser capaz de conceder ao seu dono os poderes da floresta, serve como forração de uma grande área. Uma pequena fonte de vidro, que neste mundo mágico pode bem ser um poço encantado, jorra água para o “sapo lavar o pé”. Para fugir do Sol nos dias quentes um ombrelone de duas cabeças oferece sombra suficiente e condizente ao ambiente. Embalado por músicas infantis o jardim pode ser explorado de diferentes formas, seja para um encontro entre amigos, uma festa ou, simplesmente, para curtir o mundo encantado da magia.
Ambientes 20 e 21 - Trecos e cacarecos
Paulo T. Van den Broek (engenheiro Agrônomo e paisagista) Maristela Monfardini Van den Broek (administradora e paisagista)
Os materiais descartados devidamente ornamentados com flores e plantas resultaram em objetos funcionais. Em dois ambientes, um em frente ao outro, materiais de demolição de antigas residências e descarte do próprio paisagismo foram as principais matérias-primas utilizadas neste ambiente. Com criatividade e habilidade, pias e banheiras foram transformadas em pequenos lagos enfeitado por dormideiras, plantas que se encolhem ao serem tocadas e de arbustos de barlérias com suas florzinhas lilás. Charmosas floreiras feitas com pneus foram fixadas nos muros revestidos por ladrilhos hidráulicos resultantes de demolições. Diversas flores foram plantadas em um antigo sofá que virou objeto de arte. Uma cama feita com madeira de demolição exibe um travesseiro feito com flores de periquito e cobertor de grama. Flores colorem a jardineira feita em calha no meio de uma mesa de madeira. A horta é plantada em pallets. Pequenas espadas de São Jorge ornamentam cantos e dividem pequenos espaços. O reaproveitamento da água da chuva é demonstrado por um sistema de bomba que permite a manutenção do jardim, lagos e fontes.
Ambientes 22, 23 e 24 - Natureza para todos
Vaner da Silva (empresário) e Eliane da Silva (bióloga) – Ecojardim Franquias
O destaque é o telhado ecológico, que requer pouca água e traz conforto térmico e sonoro ao ambiente. A proposta é mostrar que essa inovação pode ser adaptada a qualquer tipo de telhado, com ou sem telhas, inclusive em um pergolado por meio de uma bolacha orgânica feita de fibras e extratos vegetais e ainda adubos organominerais, especialmente elaborada para este fim. O conceito de jardinagem sustentável também é observado no jardim vertical de columéia batom, montado também com a bolacha orgânica para a nutrição das plantas. Nos grandes canteiros de sunpatiens, a nova espécie de impatiens para áreas de sol pleno e lançadas nesta edição da Expoflora, foram utilizados substrato 100% orgânico que retém até 40% da água no solo. No gramado foi aplicado um condicionador de solo que detém a mesma tecnologia do substrato. A beleza dos 1.000 vasos de sunpatiens lilás, roxo, laranja e rosa em dois tons lembram os desenhos geométricos feitos com as tulipas nos jardins do Parque Keunkenhof, em Lisse, na Holanda. Novamente a bolacha orgânica é usada, porém, no formato de vasos, desta vez para fixar as flores, já que tem capacidade para reter 40% da água de chuva e reduzir significativamente a manutenção e evitar o desperdício. O interessante é que o substrato que forma a bolacha orgânica pode ser moído a qualquer tempo e usado como um eficiente adubo. No espaço também é demonstrada a captação da água de chuva através de uma cisterna, que pode ser utilizada para a irrigação de toda a área verde. Os bancos de madeira de demolição estão espalhados por toda a área e enfeitados com hemigrafis, petúnia, pata de elefante, palmeira seafortia, cica, bambuza, ipês e eugenia americana.
Ambiente 25 - Droge Garage
Orpheu Thomazini Daneluzzi (arquiteto e urbanista) e Cléia Thomazini (arquiteta e urbanista)
A proposta é demonstrar como economizar água na limpeza de veículos. Trata-se de uma garagem na qual a limpeza dos carros e motos é feita a seco. Além do piso e revestimento cimentício de fácil manutenção e limpeza. A ideia é mostrar como as atividades do cotidiano podem e devem estar atreladas as ações de sustentabilidade. Neste espaço, a água em abundância é apenas para ser contemplada em uma cascada de aço inox, com reuso, ornamentada por impatiens, kalanchoes e dioon de sombra, iluminada por luz de led verde. Na entrada duas Oliveiras dão as boas vindas aos visitantes. Além da forração de pedrisco e lascas de cascas de árvores, as rosas do deserto, agaves palito e Xanthorrhoea azul ganham status como elemento decorador. Rabos de raposa e sagu do imperador com um “toque” de impatiens e kalanchoes entre bancos de madeira rústica ornamentam o espaço de contemplação e descanso.
Serviço:
32ª Expoflora
Data: de 30 de agosto a 29 de setembro, de sexta-feira a domingo
Horário: das 9h às 19h
Localização: Holambra, SP 340, rodovia Campinas-Mogi Mirim, saída 140.
Ingressos: R$ 32 na bilheteria
Informações para o público: (19) 3802-1421 e expoflora@expoflora.com.br