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Recital Verdiano é a atração da ABAL Campinas no palco da ACI
Giuseppe Verdi (1813-1901) foi talvez o compositor italiano que mais contribuiu para a consolidação da ópera, como espetáculo atemporal, com elementos musicais e de enredo, capazes de agradar tanto a gostos refinados quanto a ouvintes totalmente leigos. A música de Verdi, ontem como hoje, está presente e frequenta todos os grandes teatros de ópera e salas de concerto do mundo. Por exemplo, algumas de suas árias se tornaram tão populares que poucos desconhecem os alegres acordes de “La donna è mobile” (Rigoletto), o coro “Va, Pensiero” (Nabucco) ou a nostálgica introdução orquestral de “La Traviata”, gravada por inúmeras sinfônicas. Em 10 de outubro de 2013 completam-se 200 anos do nascimento desse gênio musical na localidade de Roncole, na Itália, que inspirou o próprio adolescente Antonio Carlos Gomes a desejar tornar-se um “compositor de óperas como as do autor de Il Trovatore”. Amado por cantores líricos e maestros operísticos, Verdi merecerá mais um recital neste seu Bicentenário na próxima sexta-feira, dia 11/10, às 20 horas, no auditório da ACI (rua Barreto Leme, 1479, Centro, tel. 3234-2591), produzido pela ABAL Campinas, com participação dos tenores Kohdo Tanaka (Osaka – Japão), Nunno Dellalio e Alcides Acosta; barítonos José Luiz Águedo-Silva e Nelson Nicola Dimarzio e o soprano Marina Gabetta, com Chiquinho Costa ao piano.
Do repertório a ser apresentado o público ouvirá árias e duetos das óperas Nabucco, Oberto – Conte di San Bonifacio, La Traviata, Il Trovatore, Aida, La Forza del Destino, Un Ballo in Maschera e Macbeth, além de canções escritas por Verdi como In Solitaria Stanza e L’esule, encerrando-se o recital com todos os participantes e o público cantando o apreciado “Brindisi”, da Traviata.
200 Anos de Giuseppe Verdi
Giuseppe Fortunino Francesco Verdi nasceu em Roncoli, perto de Busseto (Parma), a 10 de outubro de 1813 e morreu em Milão a 27 de janeiro de 1901. De família humilde, o menino aprendeu a tocar órgão. O comerciante Barezzi possibilitou-lhe estudar música em Milão, e Verdi casou-se com a jovem Margherita, filha do mecenas. Em 1840 morreram seus dois filhos e, logo depois, a esposa. Recomeçando a vida, o compositor colheu grandes êxitos com as óperas Nabuco (1842) e I Lombardi Alla prima crociata (1842). O sucesso nacional e internacional de Rigoletto (1851), Il Trovatore (1853) e La Traviata (1853) tornaram Verdi no mais famoso compositor italiano da época.
Durante muitos anos, as óperas de Verdi só foram representadas na Itália. Por volta de 1920 surgiu, sobretudo na Alemanha, uma “renascença de Verdi”, que descobriu Ernani (1844), libreto tirado do Hernani, de Victor Hugo; Macbeth (1847), com libreto baseado em Shakespeare; I Masnadieri (1847) e Luisa Miller (1849), com libretos baseados em dramas de Schiller. Com essas obras Verdi se torna o maior representante italiano do Romantismo musical.
Seguem-se Rigoletto (1851), Il Trovatore (1853) e La Traviata (1853), que foram os maiores sucessos de Verdi e até hoje são as óperas mais representadas no mundo inteiro. O romantismo das óperas de Verdi não é trivial. Os libretos, nos quais o compositor sempre colaborou, revelam ao espectador menos musical os ideais de Verdi, não menos elevados que os de um Wagner: a fé na capacidade redentora do amor, a simpatia pelos humilhados e ofendidos, o protesto contra a injustiça do mundo; e é inegável a tragicidade dos grandes finais.
Todas essas qualidades também se encontram nas obras de transição para a última fase de Verdi: nas óperas fortemente melodramáticas Un ballo in maschera (1859) e La Forza Del Destino (1862); na sombria “grande ópera” histórica Don Carlo (1867) e sobretudo na grandiosa Aida (1871), que devido ao seu acompanhamento orquestral mais elaborado, costuma ser apontada como o começo da última fase.
Na verdade, a fase da velhice de Verdi começa com o Réquiem (1874), escrito para o primeiro aniversário da morte do grande romancista Manzoni. O Réquiem foi, na época, criticado por ser mais música teatral e operística do que sacra; hoje ninguém contesta a essa música, meio apaixonada e meio mística, com lugar ao lado do Réquiem alemão de Brahms. Depois de longa pausa Verdi escreveu o Otello (1887), a mais dramática e trágica de suas óperas, e enfim, o octagenário produziu sua primeira e única ópera cômica, Falstaff (1893). As últimas obras de Verdi são as quatro nobres pezzi sacri (peças sacras): Ave Maria (1889), Stabat Mater (1898), Laudi (1898) e Te Deum (1898). O enorme sucesso popular, que acompanhou toda vida de Verdi, persiste até hoje. Principalmente mudou a atitude, inicialmente hostil, da exigente crítica musical graças, sobretudo, aos esforços do maestro Arturo Toscanini, do musicólogo inglês Francis Toye e do romancista austríaco Franz Werfel. Em seu testamento, o octogenário deixou sua grande fortuna a uma fundação para ajudar jovens músicos pobres. (Fonte – Enciclopédia Mirador Internacional)
Entrada franca.