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40 alunos da Cia Athletica Campinas encaram o desafio dos 140 km de corrida na Volta à Ilha, em Floripa
Uma das mais difíceis provas de revezamento será disputada no próximo dia 12 de abril
Um percurso de 140 km que contorna toda a Ilha de Santa Catarina com trechos de trilhas, morros, areias e asfalto. Desafio é o que não faltará aos participantes da 19ª edição da Volta à Ilha de Santa Catarina, uma das mais tradicionais provas de corrida de revezamento do país, a ser disputada no próximo dia 12 de abril. E é com objetivo de superar este desafio que um grupo de 40 alunos da Cia Athletica Campinas, com perfis heterogêneos, vai encarar a prova de mais de 12 horas de duração, tendo como meta superar os obstáculos e completar o percurso.
Os corredores de Campinas, que realizam seus treinamentos tanto nas ruas como nas esteiras da academia, formarão quatro equipes com perfis totalmente diferentes em se tratando de ritmo de corrida, mesclando atletas velozes e outros mais lentos. “Não há objetivo de terminar nas primeiras colocações, mas sim de superar dificuldades e estimular cada um ao seu máximo, dentro de seu limite”, explica Fabrício Andrade, professor e responsável pela equipe de corridas da Cia Athletica Campinas. Como exemplo, ele cita que entre os atletas que disputarão a prova deste ano tem aluno que passou a treinar com regularidade há um ano, após iniciar regime, e decidiu encarar este desafio.
A largada será ainda com o dia escuro, a partir das 4h30 da manhã do dia 12, com as equipes mais lentas, sendo que as mais velozes partirão a partir das 7h da manhã. “É uma prova difícil, com vários tipos de terrenos, além de longa”, conta o professor. “A corrida deve terminar por volta das 19h30, com uma média de 11h a 13h de prova, divididos em dois trechos de 6 a 12 quilômetros cada um”, completa.
“Acho importante incentivar nossos alunos a participarem desses eventos, pois gera meta, meta gera disciplina e também forma um vínculo intenso de amizade entre eles e funcionários, o que favorece um bom nível de relacionamento e amizade”, pontua Andrade.
PERCURSO
O percurso da Volta à Ilha passa por 25 das 41 praias de Florianópolis. Ao longo de 19 edições, foi sendo adaptado para fugir de rodovias movimentadas e ficar mais fiel ao contorno da Ilha. No início eram 150 km e mais de 20 pontos de troca, que diminuíram para 140 e 18. Cada um deles foi escolhido de forma estratégica para que a corrida flua e conte um pouco da história de Florianópolis. “A seleção dos pontos de troca foi algo que adaptamos ao longo das edições para que fosse o local certo não só para o revezamento entre os atletas, mas também entre os diferentes espaços e histórias que compõem a nossa ilha”, conta o idealizador da prova e diretor-presidente da Eco Floripa Eventos Esportivos, Carlos Duarte.
Logo no começo da prova, depois de 25 km no sentido Norte no asfalto da SC-401, o percurso passa no lugar em que foi construída a primeira rua calçada do Estado: os tradicionais bairros de colonização portuguesa Santo Antônio de Lisboa e Sambaqui. “É um retiro onde os atletas podem descansar de tanta fumaça de escapamento, e repousar a vista com uma bela paisagem”, destaca o estudante de gastronomia e morador do bairro, Thálion Mibielli, que já acompanhou a prova muitas vezes. Os corredores têm mesmo 10 minutos de descanso ao terminar este trecho. Para chegar no próximo ponto da corrida, no Pontal da praia Daniela, os participantes fazem uma travessia de barco ou de banana boat. O tempo é descontado do total da prova, ou seja, não é cronometrado.
Ao desembarcar na praia da Daniela, o percurso segue no sentido Oeste e passa pela Praia do Forte, Jurerê Internacional, Canasvieiras, Cachoeira do Bom Jesus, até alcançar a Ponta das Canas, no extremo Norte da Ilha. Ao chegar na Lagoinha de Ponta das Canas, o atleta enfrenta uma trilha de 3,5 km, com 180 metros de altitude, que o leva até a praia Brava. Em seguida, há outra trilha, entre a praia Brava e os Ingleses. "Já vi atletas passarem muito concentrados aqui na areia da praia. Dá para perceber que estão participando de uma competição séria, e isso incentiva o esporte na região", diz a empresária e moradora de Canasvieiras, Sandra Mayer.
A corrida segue no sentido Sul, contornando as praias do Leste da Capital: Santinho, Moçambique, Barra da Lagoa, Joaquina, Campeche, Armação e Pântano do Sul. Os trechos variam entre dunas, asfalto e areia. Depois da praia dos Açores, chega o ponto mais difícil do percurso: a estrada de terra do Morro do Sertão. São 15 km, sendo 6 km de subida do morro de 250 metros de altitude. A prova continua no sentido Norte, passando pelo Ribeirão da Ilha, aeroporto, rodoviária e voltando para a avenida Beira-Mar Norte, até finalmente cruzar a linha de chegada.