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Como defensor da liberdade de imprensa, jamais contestaria o ato de qualquer pessoa dizer o que pensa sobre minha atividade política, ainda mais quando feito por pessoas com as quais me relaciono, como é o caso do Prof. Manoel Carlos Cardoso.
E, justamente, por saber que esse articulista acompanha a vida pública daqueles que se elegeram por Campinas e região é que, confesso, não esperava dele o tratamento que me fora dado em seu artigo de 16 de março.
É certo que não tenho estado em Campinas tanto quanto gostaria, mas não menos certo é que, como Deputado Federal, tenho o dever de estar em Brasília. Aliás, o próprio Prof. Manoel Carlos já reconheceu a importância de um Deputado Federal permanecer na Capital Federal, quando, em artigo publicado em 01/01/08, neste jornal, escreveu: “Alguns críticos dizem que ele sumiu de Campinas, mas lembro a eles que a critica é totalmente descabida, pois Carlão foi eleito para permanecer em Brasília e permaneceu onde devia ter permanecido”.
As pessoas que me conhecem sabem que estando em Campinas, Brasília ou em qualquer outro lugar, levo comigo os ideais da região que represento, bem como a honradez e a retidão de caráter que esperam de mim. Essa minha convicção é que gerou a minha indignação para com o fato do Prof. Manoel Carlos ter-se referido a mim como “defunto”, numa suposta explicação, dada a seus alunos, sobre o conceito de espólio.
Certamente, não é esse “espólio” que deixarei a Campinas se um dia pensar em me retirar da política para retomar o cargo de Promotor de Justiça do Estado de São Paulo, o que, por ora, sequer passa pela minha cabeça.
Orgulho-me de, em ocasiões distintas, ter sido escolhido pela imprensa nacional, como sendo um dos cinqüenta deputados federais mais respeitados do país e de ver meu nome sendo citado pelo DIAP como um dos 100 parlamentares que exerce maior influência dentro do Congresso Nacional. Afinal, estamos falando de um universo de pessoas que engloba 513 deputados federais e 81 senadores da República.
Honra-me saber que pude levar para Brasília a indignação da minha cidade para com a corrupção quando, na condição de Sub-Relator das CPI’s do Mensalão, dos Correios, dos Sanguessugas e dos Cartões Corporativos, não abdiquei, mesmo me indispondo com centenas de parlamentares, do meu dever de mostrar quem eram aqueles bandidos que, travestidos de deputados, apropriavam-se de dinheiro público.
Orgulho-me, também, de ter sido o primeiro Deputado, quando se discutia a reforma do Judiciário em 2005, a apresentar uma Emenda Constitucional acabando com o foro privilegiado, prerrogativa vergonhosa que impede que parlamentares sejam julgados pela Justiça comum, como, aliás, são julgados todos os cidadãos brasileiros.
Tenho certeza que foi essa minha história de defesa incondicional da sociedade que fez com que, mesmo sendo do PSDB, um partido de oposição, tivesse sido indicado como Ouvidor Geral da Câmara (biênio 2007/2008), pelo então Presidente da Casa, Deputado Arlindo Chinaglia, do Partido dos Trabalhadores (PT). Aliás, estou convencido de que, pela mesma razão, fui indicado em 2009 pelo Presidente da Câmara, Deputado Michel Temer, como Procurador de Integração e Cidadania, função esta que, dentre outras atividades, busca a integração do Parlamento com o Poder Judiciário e o Ministério Público.
Para demonstrar que a postura, e não a presença física, deve ser o norte para diferenciar os “vivos” dos “defuntos”, registro que, dos 513 Deputados Federais, apenas 33, dentre os quais me incluo, subscreveram o Projeto de Lei denominado “Ficha Limpa” que proíbe pessoas condenadas por crimes ou desvio de dinheiro público de se candidatarem. Uma luta difícil, pois sabemos que centenas de parlamentares são contrários a esse nosso Projeto de Lei que começou como uma iniciativa popular. Essa nossa luta está sendo travada em conjunto com a CNBB e com a OAB e, em sendo vitoriosa no próximo dia 07 de abril (data da votação), será, sem dúvida, um marco na história política do Brasil.
Esse conjunto de ações, caro leitor, que representa parte do que realizei como Deputado Federal é que tenho o orgulho de exibir em minha biografia. É esse “espólio” que colocarei em julgamento no próximo pleito eleitoral. Acima de tudo, o que submeterei ao voto popular é a minha atuação na Câmara Federal que, longe de simplesmente almejar popularidade e os holofotes da mídia, busca restaurar a credibilidade nos homens públicos e no Parlamento do qual faço parte.
Carlos Sampaio é Deputado Federal pelo PSDB de São Paulo e Procurador de Integração e Cidadania da Câmara dos Deputados.
http://www.depcarlossampaio.com.br/