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(Nádia Zanotello, Kohdo Tanaka, Marina Gabetta, José Luiz Águedo-Silva; na fila de baixo, Nelson Nicola Dimarzio, Ana Carolina Marchi, Vicente Montero e Chiquinho Costa)
O primeiro recital de gala, que a ABAL Campinas preparou para as homenagens do Mês de Carlos Gomes, irá apresentar os sopranos Nádia Zanotello, Ana Carolina Marchi e Marina Gabetta, os barítonos Nelson Nicola Dimarzio e José Luiz Águedo-Silva e o tenor Vicente Montero, bem como o tenor japonês de carreira internacional, Kohdo Tanaka que, pelo nono ano consecutivo, vem a Campinas para as comemorações gomesianas. Kohdo Tanaka é hoje o grande divulgador da obra musical de Carlos Gomes no Japão e China e sua primeira visita a Campinas foi em 2006, quando recebeu a Medalha Carlos Gomes por indicação do então vereador Paulo Oya. O recital será realizado no auditório da ACI (Associação Campineira de Imprensa, rua Barreto Leme, 1479, Centro, tel. 3234-2591). O acompanhamento ao piano é de Chiquinho Costa.
Nestas festividades de setembro, a ABAL programou quatro recitais, sempre às 20 horas, com entrada franca: dois no auditório da ACI, nos dias 5 e 19; um no Centro de Ciências, Letras e Artes (CCLA), no dia 12, quando traz a Campinas um elenco de renomados solistas, como Elayne Casehr e Laura Duarte (sopranos), Miguel Geraldi (tenor) e Eduardo Janho-Abumrad (baixo), além do pianista João Moreira Reis, para lembrar os 140 anos de estreia da ópera “Salvator Rosa”, (1874) e, finalmente, dia 23, no plenário da Câmara Municipal de Campinas, estará na homenagem da nossa Edilidade, ao lado do Coral Pio XI, regido pelo maestro Oswaldo Antônio Urban.
O público ouvirá no recital desta sexta-feira canções e árias das óperas A Noite do Castelo, Joanna de Flandres, Il Guarany, Fosca, Lo Schiavo, Salvador Rosa e Colombo, além das modinhas e canções Conselhos, Ave Maria, Quem sabe?! e uma prosopopeia com temas de “Il Guarany”, de autoria de Pedro de Melo e Fabiano Lozano.
118 Anos da Morte de Carlos Gomes
Antonio Carlos Gomes nasceu em Campinas, na época, Vila São Carlos, aos 11 de junho de 1836. Seu pai, Manoel José Gomes, professor de piano, canto, órgão e violino na vila, era conhecido por Maneco Músico. Nosso Tonico de Campinas cedo revelou sua vocação musical. Entrou para a Banda Marcial de seu pai, onde também tocava seu irmão de sangue, José Pedro de Sant´Anna Gomes. Aos onze anos começou a estudar música. Iniciou pela clarineta, logo mudando para piano e violino. Em 1848, deu récitas de piano onde figuravam suas primeiras obras musicais: solos para piano e modinhas.
Em 1856 escreveu a ¨Missa de São Sebastião¨, dedicada ao Maestro Henrique Luiz Levy. Em 1859, em concerto organizado com o músico Ernest Maneille no Teatro São Carlos, em Campinas, apresentou a obra ¨Variações para clarineta¨ sobre o romance ¨Alta Noite¨. Nesse mesmo ano, abriu um curso de piano, canto e música. Foi viver em S. Paulo com seu irmão hospedando-se em repúblicas de estudantes. Tocava na época em concertos particulares, juntamente com Henrique Luiz Levy. Compôs então (1859) o ¨Hino Acadêmico¨ em homenagem aos estudantes da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, e a famosa modinha ¨Quem Sabe?!¨, em homenagem a Ambrosina Corrêa do Lago, seu primeiro amor. Nesse mesmo ano, mudou-se para o Rio de Janeiro onde matriculou-se no Conservatório de Música, na classe de contraponto de Gioacchino Gianinni.
Francisco Manuel da Silva, àquela época diretor do Conservatório, entusiasmado com o rápido avanço de Carlos Gomes encomendou-lhe uma cantata (¨Salve dia de ventura¨) para execução perante o Imperador Pedro II. Foi apresentada a 15 de março de 1860, com o próprio compositor regendo. Por essa obra de sucesso, o Imperador lhe ofereceu uma medalha de ouro. Pela composição da cantata ¨A última hora do Calvário¨, estreada em 15 de agosto de 1860, na Igreja Santa Cruz dos Militares foi nomeado ensaiador e regente da orquestra da Imperial Academia de Música e Ópera Nacional. Em 4 de setembro de 1861 foi à cena a primeira ópera ¨A Noite do Castelo¨, sob a regência dele próprio e versos de Antonio José Fernandes dos Reis, baseados no poema homônimo de Antonio Feliciano de Castilho. Em 15 de setembro de 1863 estreou a segunda ópera, ¨Joana de Flandres¨, no Teatro Lírico Nacional, sobre libreto original de Salvador de Mendonça. Agraciado pelo Imperador com a Ordem da Rosa, e após grande êxito, Carlos Gomes recebeu pensão para estudar na Europa. Em 8 de dezembro de 1863 partiu para a Itália. Cursou o Conservatório de Milão na classe do Maestro e compositor operístico, Lauro Rossi. Três anos depois, Carlos Gomes recebeu seu diploma de Maestro e Compositor. Ao longo de sua vida produziu as revistas musicais, “Se as minga” e “Nella Luna”, as óperas “Il Guarany”, “Fosca”, “Salvator Rosa”, “Maria Tudor”, “Lo Schiavo”, “Condor” e o Poema Vocal Sinfônico “Colombo”. Deixou várias óperas inacabadas ou apenas esboçadas, dezenas de modinhas e canções, peças para piano e a Sonata em Ré (Burrico de Pau). Faleceu em 16 de setembro de 1896, há 118 anos, em Belém, no Estado do Pará.
Entrada franca