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COMO GERENCIAR O ESTRESSE
Vida corrida, excesso de trabalho ou desemprego e falta de sono podem levar ao estresse, que gera fadiga, aumento de peso e outros desequilíbrios.
Médica afirma que o estresse aumenta a produção do hormônio cortisol, o que é ruim para o organismo.
A médica endocrinologista, Suzikelli Souza, estuda há muito tempo as reações das pessoas que a procuram, principalmente querendo ter um rendimento melhor no seu dia-a-dia, desde a atividade profissional à prática esportiva. Com essa experiência em consultório, ela tem verificado que vem crescendo as “queixas” de dificuldades para perder peso e dormir. A falta de sono, já se sabe, que induz a inúmeros problemas de saúde, incluindo a irritabilidade, perda de concentração e muita dificuldade para memorizar coisas e fixar essa informação na memória.
Conforme a médica, que é formada pela UniRio, fez residência na Unicamp e é especialista em avaliação hormonal e metabólica, em situações de estresse agudo – pode ser uma forte contrariedade no trabalho ou uma batida com o carro, o coração acelera rapidamente, aumenta o bombeamento de sangue, inclusive em nível cerebral. Isso faz com que o organismo para se adaptar a essa situação repentina, aumente a produção do hormônio cortisol. Se esse quadro não se reverte rapidamente, o nível de cortisol se mantém alto, evoluindo para um quadro de fadiga, que por sua vez compromete o raciocínio e prejudica a concentração. Suzikelli explica que as pessoas nesse estágio não conseguem dormir e nem relaxar, gerando mais fadiga. “Sabemos que um corpo fadigado, não consegue liberar gordura, ao contrário, ocorre o acúmulo, com mais aumento de peso, o que leva a mais fadiga. Então temos como resultado, um efeito bola de neve na pessoa”, acrescenta.
Mapeamento do Hormônio - “Através de exames laboratoriais, podemos mapear a produção de cortisol pelo organismo. O cortisol é um hormônio tão inteligente, que ele começa a ser produzido pelo organismo, entre cinco e seis horas da manhã – ele é o responsável pelo nosso despertar. A sua produção atinge o ápice no decorrer do dia e volta a cair por volta das 16 horas, porque o corpo sabiamente já começa a se preparar para o sono. Diante de um quadro de estresse, o corpo não consegue diminuir a produção desse hormônio. A pessoa acorda no meio da noite, não consegue mais dormir, mantendo esse processo durante muito tempo. Dessa forma, configuramos clinicamente nessas pessoas, situações de fadiga, cansaço, irritabilidade, ganho de peso e compulsão alimentar”, resume a médica.
A médica Suzikelli Souza afirma que as pessoas têm dificuldade para dormir e acham isso normal. Se não ocorrer uma interferência, esse quadro poderá evoluir para o estresse crônico, onde a pessoa entra em um processo denominado “sem reação, em que ela fica totalmente parada, ou seja inerte”. Nessa fase, ocorrem elevação do colesterol, pressão alta, diabetes e até doenças cardiovasculares.
“Percebemos pela prática profissional, que se os adultos, em razão da carga de trabalho ou problemas familiares, acabam desenvolvendo um quadro de estresse, o mesmo está ocorrendo com as crianças em idade escolar, que também são afetadas, na maioria das vezes, pela excessiva carga de atividades educacionais e paralelas, impostas pelos pais”, alerta a especialista.
A endocrinologista também relata o aumento de casos de jovens universitários em início de carreira, que quando submetidos a pesados testes profissionais, entram em uma situação de estresse, a ponto de necessitarem de acompanhamento profissional adequado.
Suzikelli Souza explica que a modulação do estresse procura evitar que a doença se instale no organismo. Para ela, as pessoas precisam buscar o equilíbrio nas suas relações e dessa forma, percebendo isso, podem agir no sentido de melhorar a qualidade de vida, com todos os benefícios que isso traz para a saúde.
Foto: Roncon & Graça Comunicações