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Jovens preparam a Praça das Águas para esporte radical
Local é propriedade da Sanasa, que autorizou obra
Moradores do bairro Ponte Preta, em Campinas, arregaçaram as mangas para revitalizar a Praça das Águas, na Rua Abolição, com os próprios recursos. As obras, que iniciaram no final de 2009, consistem na construção de corrimões, rampas 45 graus, palcos e roller para a prática de radicais como skates e bicicross. Ontem, garotos do bairro colocaram a mão na massa para levantar os obstáculos sem o apoio financeiro da Sociedade de Abastecimento de Água e Abastecimento S.A. (Sanasa), proprietária do local. De acordo com o gerente de comunicação da empresa, Sílvio Marques, o projeto tem o conhecimento e a autorização para ser feito. “Fazemos a manutenção periódica como a limpeza e a jardinagem”, disse.
As associações Amigos do Skate e dos Bicicleteiros BMX Free Style, que estão envolvidas na logística do empreendimento, ambicionam que a praça faça parte do circuito de campeonatos das modalidade. A primeira disputa está programada para o final de julho “Existe um projeto aprovado para construção de uma área de lazer e pistas para as crianças aqui, mas alegam não ter recursos disponíveis. Por isso, resolvemos fazer por conta própria”, conta Pablo Navero Rodrigues, da Associação dos Bicicleteiros. “A vaquinha é feita entre os usuários, cada um dá o que pode”, completa Mário Sergio, integrante dos Amigos do Skate.
Segundo Lucimara Carneiro, moradora do bairro e grande incentivadora da obra, parte da verba vem também dos comerciantes. “Os tijolos e a ferragem foram doações do Colégio Adventista”, afirma. Mães de três filhos, ela tem uma motivação a mais para participar ativamente do projeto, depois que o filho mais velho, hoje com 16 anos, foi atropelado na linha ferroviária e perder uma perna, em 2008. “Ele era muito triste e depressivo, depois que conheceu esses dois esportes, voltou a ser um adolescente feliz. Tenho muito que agradecer a esses meninos, o que eu puder fazer por eles, vou fazer”, disse.
Por outro lado, uma moradora, que não quis se identificar, tem muitas críticas sobre o novo público da praça. “É uma garotada que não pertence ao bairro. Agora, tenho medo de trazer meus filhos para cá e não me sinto mais a vontade Quem costumava frequentar tem procurado outros lugares como o Parque Ecológico e a Nova Europa”, disse. Ela garante já ter visto adultos oferecendo drogas para crianças de dez anos, garrafas de bebida quebradas e facas no local. “Não sou contra o esporte, mas sim o que ele está atraindo”, afirmou.
Publicada em 17/5/2010
Jornal Correio Popular
Cidades
Marita Siqueira
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
marita.siqueira@ rac.com.br