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Quatro pacientes do Boldrini farão provas do Enem no hospital
A. C. S., Y. S., E.R. e um quarto paciente que prefere não ter o seu nome divulgado farão as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), nos dias 24 e 25 no Centro Infantil Boldrini.
As provas chegarão ao Boldrini às 8 horas, em carro dos Correios, escoltado pela Polícia Militar. Membro da organização do Enem e a pedagoga do Boldrini Luciana A. R. S. Mello estarão no hospital para receber as provas, que serão aplicadas na Sala de Apoio Pedagógico do Boldrini.
Uma equipe do Centro de Seleção de Candidatos ao Ensino Superior do Grande Rio (Cesgranrio), fundação que auxilia o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela organização do Enem, e a pedagoga Luciana A. R. S. Mello estarão no Boldrini para o acompanhamento das provas.
As notas do Enem são usadas para selecionar alunos para as vagas em universidades federais e outras instituições de ensino. As universidades podem usar o Enem como único método de seleção, pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), ou fazer uma combinação entre as notas do Enem e seu vestibular próprio. O Sisu já recebeu a adesão da maioria das universidades e institutos federais e, na última edição, ofereceu mais de 205 mil vagas.
Uma das pacientes do Enem
A. C. S. S. trata leucemia mieloide aguda no Boldrini desde 2004, quando tinha 16 anos. Hoje tem 28. Teve duas reicidivas, uma em 2012 e outra agora em 2015. Concluiu o ensino médio no hospital com apoio das professoras da classe hospitalar. O objetivo dela é fazer engenharia civil.
Ela tem paixão por música. Quando começou o tratamento já frequentava rodas de samba há dois anos. No término do primeiro tratamento, comemorou o final das quimioterapias em uma roda de samba. A cada alta do hospital ela ia comemorar nas rodas de samba. Segundo ela, a música está na genética. O pai Zé Bicudo é forrozeiro e toca em um bar chamado Azulzinho, em Recife.
Ela toca há mais de 14 anos pandeiro, rebolo, tamborim e tantan. Faz batuque em tudo o que para nas mãos dela. Cresceu admirando Jorge Aragão e um dia ainda quer tocar com ele. No primeiro domingo de cada mês ela participa de um projeto de samba chamado Sipipiruna, em Barão Geraldo. Costuma dizer que o samba a mantém viva. Ela está em tratamento novamente e aguarda o resultado de uma análise genética que foi enviada para os EUA, para que ela possa iniciar uma nova terapia alvo, com medicação importada.
BOLDRINI - maior hospital especializado na América Latina na área da oncohematologia pediátrica - localizado em Campinas (SP), é referência latino-americana e há 37 anos trata crianças e adolescentes com câncer e doenças do sangue. Atualmente, o Boldrini atende cerca de 10 mil pacientes, a maioria (80%) pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Um dos centros mais avançados do país, o Boldrini reúne alta tecnologia em diagnóstico e tratamento clínico especializado, com índice de cura de 70% a 80% em alguns tipos de câncer − comparáveis ao Primeiro Mundo −, disponibilidade de leitos e atendimento humanitário às crianças portadoras dessas doenças.
