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Prezados irmãos e irmãs
Tenho acompanhado a Copa do Mundo que está sendo realizada na África do Sul, como a grande maioria do povo brasileiro. O que mais tem me chamado a atenção é o comportamento das torcidas. As câmeras da TV têm mostrado sempre pessoas felizes, sorrindo, a harmonia e a confraternização entre os diversos países que participam da Copa.
Aqui no Brasil, também, as pessoas têm se reunido nas casas de amigos e parentes para, juntos, assistirem ao jogo, aproveitando para organizar uma festinha e um bate-papo onde, o que importa é o resultado da partida e a partilha de vida.
É um clima de felicidade e paz, que deve nortear o nosso comportamento não só na época da Copa do Mundo, mas sempre, em todas as circunstâncias.
Esse ambiente de paz e serenidade, porém, não é uma unanimidade. O ser humano, muitas vezes, deixa aflorar o seu instinto animal e protagoniza situações ridículas e lastimáveis. Muitos dos nossos jovens têm procurado seu espaço social através da violência e truculência, mostrando seu lado mais irracional. Alguns exemplos nos deixam preocupados.
No último jogo do Brasil, contra a Costa do Marfim, alguns torcedores (se podem ser assim chamados) da Ponte e do Guarani planejaram um encontro de pancadaria, através da internet, para depois da partida, na arena organizada no Centro de Convivência de Campinas. Várias famílias, com seus filhos, têm se dirigido a essa Arena com o objetivo de participar da festa. Como pode um ser humano pensar em organizar uma briga, por qual motivo seja, em um local como esse? A Ponte e o Guarani não podem ser motivo para divisão ou ódio. São dois clubes que têm tradição de conquistas e que atraem a paixão pelo futebol e nunca pela violência. Certamente estes pseudo-torcedores apenas usam do nome do clube para satisfazer seus mais violentos instintos selvagens. O que poderia ter acontecido se uma briga sem proporções acontecesse na Arena do Centro de Convivência lotado?
Os jornais noticiaram, também, uma briga em Paulínia, com a morte de uma pessoa e o ferimento de outras três. Segundo a notícia, mais de mil pessoas estavam comemorando a vitória do Brasil quando ouve o assassinato, por vingança. Também três dos nossos seminaristas foram agredidos quando voltavam de um encontro da Arquidiocese, na noite de terça-feira, aparentemente por cinco jovens exaltados.
A nossa esperança é que a grande maioria da população tem procurado a felicidade e o bem-estar, através de uma convivência pacífica, pautada no amor e no respeito ao próximo e que, mesmo os animais mais violentos conseguem ser “domesticados”, transferindo a sua brutalidade para fins pacíficos.
É preciso, com urgência, rompermos o círculo do ódio, com a propagação da tolerância, do perdão e, principalmente, do amor. Ódio atrai mais ódio e morte. O amor gera a vida, a Vida anunciada por Jesus Cristo, de doação e entrega, carinho e amizade, ternura e compreensão.
Peço a você, que lê este artigo, que seja esse discípulo missionário de Jesus Cristo na propagação do verdadeiro amor e na luta contra o ódio. Independente de seu time de coração, da sua religião ou crença, pratique a tolerância, construa a paz, perdoe as ofensas e não se deixe cair em tentação. Assim, Deus, que é Pai, vai livrá-lo de todo o mal.
Fiquemos todos com os exemplos de alegria e felicidade que nos chegam pelas imagens de TV e busquemos sempre e mais a Paz e o Amor, legados de nosso Senhor Jesus Cristo.
Dom Bruno Gamberini
Arcebispo Metropolitano de Campinas
http://www.arquidiocesecampinas.org.br