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Alfabetização além das salas de aula
Empresa cria aplicativo que ajuda crianças a estudar enquanto brincam
O processo de aprendizagem não deve se restringir ao ambiente escolar. Para aprender a ler e escrever com mais eficiência, é importante a prática de exercícios também em casa. Para ajudar nessa atividade nem sempre atraente para os pequenos, a IES2, empresa desenvolvedora do programa de alfabetização Palma, criou a plataforma Palma ABC. Diferentemente do Palma Escola, que é destinado para instituições de ensino e pode ser usado também por jovens e adultos, o ABC é destinado apenas a familiares que querem apoiar o aprendizado de crianças, enquanto elas brincam.
O aplicativo pode ser uma boa saída, inclusive, para quem mora fora do Brasil, como a corretora de imóveis Sara Wineski. Sara vive nos Estados Unidos há quase dez anos e tem uma filha de 5, Alexia, que sempre foi estimulada a falar português e o aprendeu antes mesmo do inglês. A pequena prodígio começou a ler no idioma americano aos 4 anos de idade e recebeu homenagem na escolinha por conta disso, mas pela falta de materiais brasileiros Sara conta que era muito difícil alfabetizá-la na língua que conversavam desde que estava dentro da barriga.
“Quando soube que estava grávida, eu já falava com ela em português e, aos 19 meses, ela começou a pronunciar as primeiras palavras. Para estimular a alfabetização, comprei alguns livros vendidos por aqui, mas minha filha não se interessou. Como aplicativos em inglês já tinham gerado ótimo resultado com ela, resolvi tentar o Palma ABC e funcionou. Hoje ela já se interessa mais em aprender a escrever no nosso idioma”, revela a mãe, orgulhosa.
Para Sara, o principal diferencial do app da IES2 é a interatividade que ele promove. “Para as crianças, é como qualquer outro joguinho que elas tanto gostam, nem percebem que estão estudando. Aprendem brincando!”.
Estrutura
Todo conteúdo é dividido em 25 cards com jogos e atividades de caligrafia. No primeiro, a criança aprende as vogais e, para assimilar as novidades, tem um jogo da memória. Do terceiro ao quinto, a brincadeira se repete ensinando cinco consoantes por vez. As sílabas simples começam a ser trabalhadas no card 6 sendo que no 10 as palavras têm S, R e X no meio. Nessa fase, o responsável por ajudar no aprendizado é o Jogo de Compras, como se o pequeno jogador estivesse num supermercado.
A partir do card 11, as sílabas complexas entram, deixando a brincadeira mais difícil! São palavras de LH, QU, GU, RR, SS, Ç, Ã entre outras que vão exigir um pouco mais de atenção. Para estas, o jogo é o Bingo de Sílabas. Dos cards 16 ao 20 a criança vai jogar Caça-palavras, enquanto amplia seu vocabulário, tudo separado por temas. Do 21 ao 25 é possível praticar frases e pequenos textos com tudo o que aprendeu num jogo chamado Construindo Paredes.
Criando educação mobile
Histórias como esta deixam o matemático José Luis Poli mais convencido de que está no caminho certo. Seguindo recomendação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) de utilizar tecnologia móvel para obter melhores resultados na escola, o professor Poli – cofundador da Instituição de Ensino Superior Anhanguera Educacional – reuniu uma equipe de acadêmicos na área de educação, analistas de sistemas e designers digitais e criou o Palma Escola, um programa para tablets e smartphones com plataforma Android desenvolvido para estimular e complementar as habilidades de leitura, escrita e compreensão de textos.
A inciativa deu origem à empresa IES2 – Inovação, Educação e Soluções Tecnológicas – e a todo o Programa de Alfabetização na Língua Materna que conta hoje com quatro diferentes aplicativos, cada um direcionado a um público. Tem os já citados ABC, desenvolvido para crianças praticarem em casa, e o Escola, para também jovens e adultos usarem nas salas de aula. Criaram também o Palma Kids, para os que estão bem no comecinho da alfabetização e o Palma Pro, destinado aos profissionais da área de fonoaudiologia, psicopedagogia, pedagogia e professores particulares. Todos os apps estão disponíveis para o sistema Android.
E a ideia de unir tecnologia com educação funciona! Além do exemplo da pequena Alexia com o Palma ABC, o Palma Escola foi testado em uma escola de Itatiba-SP e os professores constataram uma melhora de 30% no aprendizado e uma redução de 50% na evasão escolar em um ano de uso da ferramenta, tanto no Ensino Fundamental I, quanto nas turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA), público que abandona do curso com mais facilidade.
Sobre o idealizador – Prof. José Luís Poli
José Luís Poli, 60 anos, é matemático com mestrado pela Universidade de São Paulo-USP, tem licenciatura e especialização pela Universidade São Francisco-USF e aperfeiçoamento em Controladoria pela Fundação Getúlio Vargas-FGV, São Paulo/SP. Prof. Poli tem experiência docente de 15 anos como professor da educação básica e educação superior, em escolas públicas e privadas. É co-fundador da faculdade Anhanguera Educacional S/A em meados dos anos 1990, onde atuou como Diretor Administrativo e Vice-Presidente Acadêmico. Prof. Poli deixou o grupo em 2009 para fundar uma nova empresa, Inovação, Educação e Soluções Tecnológicas Ltda (IES2), por meio da qual criou o programa PALMA-Programa de Alfabetização na Língua Materna, que utiliza telefones celulares smartphones e tablets como ferramenta acomplementar na alfabetização de crianças, jovens e adultos.