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CCLA LEMBRA O COMBATE DA VENDA GRANDE
No dia 07 de junho, quarta-feira, às 10 horas, comemora-se em Campinas mais um aniversário do Combate da Venda Grande, episódio histórico ocorrido em 1842, na localidade situada nas imediações do atual Campos dos Amarais, em Campinas. O Centro de Ciências, Letras e Artes edificou, naquele local, monumento comemorativo onde, anualmente, é realizado ato cívico para relembrar a heroica resistência do grupo de liberais campineiros, que lá tombaram, entre eles, o jovem tenente Boaventura Soares do Amaral. O monumento aos combatentes de Venda Grande situa-se na rua Dario Freire Meirelles, no canteiro central frente à casa de n⁰ 22, bairro Chácaras Campo dos Amarais.
O programa do evento está assim organizado: 10:00 h, Concentração no local (Autoridades e representações), 10:15 h – Abertura – Hino Nacional; 10:20 h - Palavra do Presidente do CCLA – Deposição de Flores; 10:25 h – Retrospecto Histórico do Combate de Venda Grande, pelo orador Prof. Reinaldo Rigitano; 10:35 h – Apresentação da Banda dos Patrulheiros de Campinas; 10:45 h – Encerramento.
Hoje, poucos conhecem a história do combate da Venda Grande, onde as tropas imperiais derrotaram as forças rebeladas organizadas pelo Partido Liberal, comandadas pelo brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar. Esse acontecimento marcou o ponto derradeiro da revolução Liberal, a partir de Sorocaba, que tinha como um de seus líderes o Padre Diogo Antônio Feijó. O Barão de Caxias comandou o ataque contra os paulistas em armas. Na refrega, o tenente Boaventura Soares do Amaral tombou morto sob o assédio e o fogo dos comandados pelo coronel Amorim Bezerra juntamente com outros cinquenta e poucos rebeldes.
Quem pretender conhecer onde fica o "cemitério da guerra", lamentavelmente, não encontrará muita coisa, hoje constituindo mera referência porque, na verdade, houve mortos sepultados em torno da Venda Grande, posteriormente removidos para cemitérios não identificados. O movimento liberal ergueu-se contra os conservadores, que estavam no poder, em 1842. Os motivos, segundo Washington Luis, também um notável historiador, assim se resume: "As leis da reforma judiciária, criadora do Conselho de Estado, atentavam contra a Constituição do País, violando o Ato Adicional. O golpe de estado de "maio de 1842, que dissolveu a Câmara dos Deputados, em sua maioria contrária ao governo, amputara à oposição o recurso legal". Os conservadores estavam no poder desde março de 1841, sendo presidente da Província de São Paulo, o baiano Barão de Monte Alegre. Os liberais estavam exasperados e, em São Paulo, projetaram depor o presidente, e aclamar o brigadeiro Rafael Tobias Barreto para o cargo. O movimento foi chefiado pelo senador Feijó, já muito idoso e doente.
Instalado no canteiro central da avenida, rodeado de flores e arbustos, o monumento é mantido diariamente pelos próprios moradores da área. Erigido em 1956 pelo Departamento de História, do Centro de Ciências Letras e Artes de Campinas, o monumento assinala, com a data gravada e breves dizeres ("Combate de Venda Grande - 7-6-1842") a luta que, naquele tempo, estremeceu os paulistas e ceifou muitas vidas dentre as famílias campineiras.