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      19/06/2017 | ABAL-Campinas - Recital 23/06 no CCLA

      Recital de canções brasileiras no palco do CCLA

      O recital da ABAL-Campinas, na próxima sexta-feira, 23/06, às 20 horas, no auditório do Centro de Ciências, Letras e Artes (rua Bernardino de Campos, 989, Centro, tel. 3231-2567), conduzirá às canções brasileiras do século 20, resgatando obras de Chiquinha Gonzaga, Alberto Nepomuceno, Heitor Villa-Lobos, Waldemar Henrique, Félix Otero, Claudio Santoro, Camargo Guarnieri, entre outros. Estarão se apresentando as sopranos Ivany Pezzopane, Marina Gabetta, a mezzo-soprano Daisy Hilkner, os barítonos José Luiz Águedo-Silva e Aluisio Edgar Buratto, e os tenores João Gabriel Bertolini, Arthur Raymundo e Alcides Acosta, acompanhados ao piano por Guilherme Godoi. No programa estão clássicos de época como Waldemar Henrique - Minha terra, Alberto Nepomuceno - Trovas n⁰ 1, H. Villa Lobos - Lundu da Marquesa de Santos,  

      Murillo Santos - Canção de Amor, Felix Otero – Letra de Vicente de Carvalho – A Flor e a Fonte, Waldemar Henrique - Fiz da vida uma canção, Claudio Santoro – Amor em lágrimas, H. Villa-Lobos – Carnaval das Crianças (- O ginete de Pierrozinho, A manhã de Pierrete, As peripécias do trapeirozinho, As traquinices do mascarado mignon), Tom Jobim e Vinicius de Moraes – Eu sei que vou te amar, Oswaldo Santiago – Creio em Ti, Babi de Oliveira – Recomendação, H. Villa-Lobos – Melodia Sentimental, Chiquinha Gonzaga – Santa e Morena, morena, Claudio Santoro – Acalanto da rosa, M. Camargo Guarnieri – Vai, azulão e Ronaldo Miranda – Cantares.

      Além dos cantores, o destaque é o pianista Guilherme Godoi, que é de Campinas, formado pela UNICAMP em piano erudito e que reside, atualmente, nos Estados Unidos, onde cursa o Doutorado, na Flórida State University, na área de Piano Colaborador. Guilherme tem se apresentado nos Estados Unidos em concertos e recitais solo e de música de câmara. Guilherme Godoi reside em Tallahassee, Flórida, e se encontra em férias em nossa cidade.


      Nossa Canção de Câmara

      Gerada a partir da modinha imperial, a canção de câmara brasileira firmou-se, como gênero, a partir de Alberto Nepomuceno (1864-1920), um dos primeiros grandes músicos a compor sobre textos em vernáculo. Influenciados nessa vertente, outros compositores brasileiros aderiram ao gênero. A produção de canções em português atingiu patamares expressivos, impulsionada pelo nacionalismo musical e força do movimento modernista. Compositores como Chiquinha Gonzaga, Heitor Villa-Lobos, Lorenzo Fernandez, Camargo Guarnieri, Francisco Mignone, Waldemar Henrique, José Siqueira, Claudio Santoro, Villani-Côrtes, dentre outros, produziram centenas de canções. Não apenas a criação, mas a interpretação de canções foi intensa na primeira metade do Século XX. A Rádio MEC possui um acervo de cerca de mil gravações de canções (AZEVEDO, 2000), realizadas e transmitidas durante as décadas de 50 e 60, na interpretação dos mais importantes cantores da época. Este acervo de obras outrora divulgadas, ao qual se juntam inúmeras obras esquecidas em acervos públicos ou privados, permanece desconhecido da grande maioria dos intérpretes e do público de hoje. Pode-se afirmar que o estudo da canção de câmara configura item obrigatório nas ementas de disciplinas dos cursos de Canto do Brasil e do mundo. O "Lied" alemão e a "mélodie française", por exemplo, têm sido divulgados internacionalmente a partir de estabelecimentos acadêmicos, tornando-se objeto de gravações, recitais, artigos e dissertações. Entretanto, a canção de câmara brasileira encontra-se, atualmente, relegada a um segundo plano em nosso próprio país, a despeito da vastidão do repertório e notória necessidade de resgate.

       

      Entrada franca.



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