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      09/08/2017 | CCLA - Homenagem à Eustáquio Gomes

      HOMENAGEM DO CCLA RELEMBRA EUSTÁQUIO GOMES

      O Centro de Ciências, Letras e Artes (CCLA) promove, dia 16 de agosto, quarta-feira, a partir das 18 horas, evento em homenagem ao jornalista e escritor Eustáquio Gomes (1952-2014), que inclui a abertura de exposição de fotos e produção desse autor, desaparecido prematuramente há três anos, na galeria da entidade (rua Bernardino de Campos, 989, Centro, tel. 3231-2567). A exposição tem a curadoria de João Antônio Buhrer. Em seguida, às 19 horas, acontecerá mesa redonda intitulada “Confraria”, trazendo depoimentos sobre Eustáquio por pessoas de seu relacionamento e convívio, como Sérgio Castanho, Gustavo Mazzola, Regis de Morais, Roberto Goto e Alcides Acosta. Ingresso gratuito.


      Quem foi Eustáquio Gomes

      Segundo comenta Luiz Carlos R. Borges, membro da Academia Campinense de Letras e secretário geral do CCLA, o escritor Eustáquio Gomes nasceu no interior de Minas Gerais, em Campo Alegre e definia-se, essencialmente, como um escritor de Campinas. Aqui ocorreu a sua formação na arte de escrever, aqui ocorreram a sua consolidação e a sua plenitude como escritor. Conta Borges: “Já no primeiro volume de sua obra ficcional, “A Mulher que Virou Canoa” (publicado em 1978, quando já radicado na cidade), ainda que pontuada por narrativas marcadas pela temática rural, reminiscência de suas origens, apresentam-se outras transcorridas em ambiente urbano, com expressas referências a espaços geográficos situados em Campinas. Ainda mais expressamente associado à cidade seria o seu “romance bandalho” de 1984, “A Febre Amorosa” (parte do qual já havia sido divulgada sob o formato de folhetim na imprensa local). Nele, a Campinas de 1889 seria o palco de uma paixão amorosa desenvolvida em plena epidemia de febre amarela, no curso da qual são evocados personagens históricas, ruas e monumentos da cidade imperial”.

      Na avaliação de Borges “se os romances posteriores (“Jonas Blau”, “O Mapa da Austrália”), passam-se em cenários diversos, em muitas outras atividades literárias, nos anos seguintes Eustáquio destaca seu apreço pela cidade que escolheu para viver e escrever. Assim, em 1992, voltou sua atenção e suas pesquisas para um grupo de jornalistas, poetas e intelectuais que na década de 1920 difundiu na cidade o ideário estético do Modernismo, através das páginas da revista “A Onda”. Assim, em “Os Rapazes d’A Onda (e Outros Rapazes)”, de 1992,  promoveu o resgate do que pensavam e do que escreveram os jovens integrantes daquela geração”.

      Borges relembra que, integrado à Universidade Estadual de Campinas, Eustáquio registraria os anos heroicos da instituição em “O Mandarim – História da Infância da Unicamp”. E, através da revista semanal “Metrópole”, do jornal “Correio Popular”, por vários anos escreveu crônicas que abordaram os temas mais diversos, especialmente aqueles vinculados à cidade e seus habitantes. Nas páginas do próprio diário manteve por algum tempo uma coluna literária. Que não tardou, já atuando como verdadeiro agitador cultural, para alcançar espaços mais amplos e mais ousados: ao lado de Roberto Goto, Eustáquio foi responsável pela criação e articulação de um memorável suplemento literário, entre os anos de 1982 e 1983: “Domingo Cultura”. Concebido inicialmente como uma página dominical, o suplemento logo assumiu a forma de um tabloide, de um encarte de oito páginas. O “Domingo Cultura” manteve-se ativo por cinquenta edições semanais, no curso das quais Eustáquio e Goto conseguiram aglutinar, em torno de temas literários e culturais de um modo geral, diversas cabeças pensantes da cidade, proporcionando um livre debate de ideias e conceitos, algumas vezes até mesmo polêmicos e controvertidos – a sinalizar a ótica aberta e democrática de seus idealizadores. Numa de suas edições, Eustáquio chegou a formular um “Mapa” identificando os diversos nichos culturais de onde provinham seus variados colaboradores, desde as Universidades até a área central da cidade.

      Enfatiza Borges que “todos estes são exemplos do amor que Eustáquio dedicou à “sua” cidade, numa obra extensa e diversificada, que clama por permanente leitura e revisão. Seus ensaios, seus romances merecem ser apreciados pelas novas gerações de leitores. Seu próprio esforço de resgatar a memória cultural da cidade, ao fazer o registro do que fizeram aqueles rapazes de 1920, comporta ser retomado, para que, passados trinta e cinco anos, seja igualmente resgatado o gesto criador e aglutinador daquele animador cultural de 1982/1983 e dos outros “rapazes” que uniu ao seu redor. Se, enfim, Eustáquio escolheu Campinas como sua cidade de eleição, Campinas deve, por sua vez, adotá-lo como o seu escritor por excelência: Eustáquio Gomes, Escritor de Campinas”, conclui.





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