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1º de outubro Dia Internacional do Idoso
Treino de força salva vidas
Fisioterapeuta dá dicas e alertas para qualidade de vida do público de Terceira e Quarta Idades às vésperas do Dia Internacional do Idoso
O envelhecimento populacional é um fenômeno atual que precisa urgente de um olhar mais apurado da sociedade. Na década de 1960, apenas 5% da população atingia os 65 anos ou a terceira idade. Entretanto, os avanços científicos e a melhora da qualidade de vida aumentaram a longevidade e hoje a população chega e até ultrapassa a “quarta idade”, que engloba pessoas de 80 anos ou mais.
Às vésperas de 1º de outubro, Dia Internacional do Idoso, a fisioterapeuta Márcia Viana, da Clínica que leva o seu nome, alerta que a prevenção é a melhor arma para evitar um proporcional aumento da população de doentes ou de demanda por suporte assistencial aos dependentes.
A maneira mais eficiente para garantir que o idoso mantenha seus ossos e músculos em plena atividade, com postura sadia e amplitude de movimentos é praticar exercícios de força como prevenção. O quanto antes iniciar, melhor. “Alterações do aparelho locomotor são as que mais interferem na qualidade de vida dos idosos. Embora os problemas circulatórios gerem, nesta faixa etária, o maior índice de mortalidade, as defasagens em ossos e músculos são, sem dúvida, as que mais interferem nas atividades do dia a dia”, observa Márcia.
O treinamento de força ou treinamento resistido para quem tem acima de 60 anos evidencia, logo nos primeiros dois meses, um ganho de 200% de força muscular. Segundo Márcia, o treino é feito em aparelhos com cargas específicos, que funcionam com sistema de alavancas proporcionando eficiência e segurança na sua realização.
“Agachar e levantar de uma cadeira ou vaso sanitário, subir e descer escadas, banhar-se e vestir-se, levantar objetos, caminhar, evitar quedas nas situações de desequilíbrio, ou brincar com os netos, são situações limitantes para o idoso sedentário, que podem ser revertidas pelos efeitos do treinamento de força orientado”, ressalta a fisioterapeuta.
Márcia salienta que todo idoso ou pessoa com alguma limitação pode praticar exercícios de força desde que não haja contra indicação absoluta para atividade física. “Não tem problema se ele é ativo ou sedentário de longa data, se tem outras doenças, se possui prótese de joelhos ou quadril, se já fez cirurgia de coluna, tem hérnia disco, tendinites ou outras situações”, afirma.
De acordo com a fisioterapeuta, é de extrema importância que o programa de exercícios tenha base em evidências científicas e seja realizado com regras de segurança. A amplitude dos movimentos, a carga utilizada e o tempo de repouso devem ser controladas e compatíveis com cada pessoa.
Sobre Dra. Márcia Viana
Dra. Márcia Regina Delbel Viana é fisioterapeuta, tem especialização em Fisiologia do Exercício pela Escola Paulista de Medicina-UNIFESP e especialização em Fisiologia do Exercício e Treinamento Resistido na Saúde, na Doença e no Envelhecimento pela CECAFI-USP.
Alterações do aparelho locomotor que acompanham o envelhecimento
Degeneração das articulações ou artroses, normalmente acompanhadas de dor e ou instabilidades articulares;
Redução dos movimentos;
Perda de flexibilidade;
Perda da massa óssea ou osteoporose, principalmente entre as mulheres, que perdem 3 vezes mais massa óssea que os homens;
Sarcopenia (perda da massa muscular), facilitando as quedas e aumentando a fragilidade;
Aumento da gordura abdominal, que pode causar diabetes, hipertensão, aterosclerose e outras doenças que acompanham a velhice;
Benefícios do treinamento de força no idoso:
Aumento da mobilidade articular;
Diminuição da probabilidade de fraturas;
Facilita a redução de gordura, reduz a glicose quando aumentada, prevenindo ou controlando o diabetes;
Proteção de articulações, diminuindo as dores crônicas de ombros, joelhos e lombar;
Reduz a possibilidade de quedas por recuperar a postura nas situações de desequilíbrio do corpo;
Melhora a capacidade para caminhar;
Melhora a qualidade do sono;
Ajuda no combate à depressão;
Evita morte súbita ou uma intercorrência como um infarto, acidente vascular cerebral ou trombose;
Melhora a disposição;
Diminui a hipertensão;
Diminuição dores;
Diminui uso de medicamentos;
Diminui visitas a médicos;
Reduz internações;
Reduz necessidade de acompanhantes e ou cuidadores;
Reduz gastos com saúde;
Você sabia?
No Egito (2800 A.C.), o hieróglifo que correspondia à palavra “velho” mostrava um homem curvado e apoiado em um bastão. É a mesma imagem usada 5000 anos depois para sinalizar a preferência para idosos!