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Tudo a favor de Campinas
Sobre a pergunta formulada pelo editorial “O que Goldman tem contra Campinas?”, publicado pelo Correio Popular em 18/7/2010, respondo: tudo a favor de Campinas. É evidente que o jornal tem todo o direito de discordar do Governo e do governador. Mas não é correto desconsiderar todos os esforços e investimentos que o Estado tem feito na Região Metropolitana de Campinas e em todo o Estado.
Na área da Segurança Pública, a criminalidade teve uma acentuada queda de 74% no Município desde 2001. As estatísticas da Secretaria Estadual de Segurança Pública, atualizadas até junho deste ano, mostram que os índices gerais de criminalidade estão em queda consistente em todo o Estado de São Paulo e na RMC. Depois de uma elevação nas ocorrências gerais, reflexo da crise econômica mundial, a normalidade felizmente está sendo retomada. São Paulo atingiu em junho deste ano o mais baixo índice de homicídios desde que o ex-governador Mário Covas instituiu o que ainda hoje é uma marca de pioneirismo, ética e transparência do nosso Estado: a lei que obriga a divulgação trimestral dos números da criminalidade. Em junho, foram registrados em São Paulo 8,84 homicídios dolosos para 100 mil habitantes — índice abaixo do que a Organização Mundial da Saúde considera aceitável: 10 homicídios para 100 mil pessoas. Em Campinas, observamos queda nos latrocínios (roubos seguidos de morte) de 14%. Caíram os roubos (17%), roubos de veículos (18%) e os furtos de veículos (23%). A redução dos homicídios dolosos foi de 3%. No período de um ano, entre janeiro de 2009 e janeiro de 2010, as apreensões de drogas aumentaram significativamente na região: 52%.
O editorial afirma que não estou sendo claro e franco. Ora, o que talvez esteja incomodando muita gente, contrariando muitos interesses, é justamente a minha clareza, a minha franqueza.
Quero deixar bem claro que não sou contra o trem de alta velocidade ligando Campinas a São Paulo e Rio de Janeiro. Aprovo a sua construção, vamos ajudar a fazer os licenciamentos e colaborar em seu projeto. Mas com uma condição: sua construção, prevista para atender apenas 50 mil pessoas por dia, deve ser realizada com recursos privados. Porque se for para colocar dinheiro público, melhor será utilizá-lo para resolver os problemas de mobilidade urbana nas Regiões Metropolitanas de São Paulo, Campinas, Vale do Paraíba, Rio de Janeiro e tantas outras. Com os recursos estimados para a sua construção, algo próximo a R$ 35 bilhões, será possível melhorar a mobilidade de milhões de pessoas que vivem nas Regiões Metropolitanas e têm cada vez mais dificuldade para se locomover. Elas precisam de mais ônibus, trens e metrô.
Quanto a Viracopos, também quero deixar claro que é um aeroporto importante para São Paulo. É o segundo maior terminal aéreo de cargas do País e importante terminal de passageiros. Viracopos precisa crescer, e as obras para a construção da segunda pista já deveriam ter sido realizadas. Por absoluta inépcia do governo federal, as obras ainda não saíram do papel e milhares de passageiros sofrem com filas e atrasos, situação que não se reduz apenas a Campinas e não elimina a necessidade de ampliar a oferta na Região Metropolitana de São Paulo.
Por fim — para fazer justiça ao Governo do Estado — mostro por que a região de Campinas foi amplamente beneficiada na atual gestão. O Ensino Técnico e Tecnológico profissionalizante gratuito ampliou o número de vagas e oportunidades para os jovens, abrindo três novas Faculdades de Tecnologia (Fatecs) e dez novas Escolas Técnicas (Etecs). Hoje existem trinta Etecs e sete Fatecs na região. A Universidade Estadual de Campinas ganhou um novo campus, em Limeira.
Na área da Saúde, a região de Campinas conquistou 11 dos 40 AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades) implantados até o final deste ano em todo o Estado. Também ganhou uma unidade da Rede de Reabilitação Lucy Montoro, voltada exclusivamente para o tratamento e recuperação de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.
E temos ainda importantes obras viárias, como a recuperação de 129 trechos de estradas vicinais, numa extensão total de 1.238 quilômetros; a Estrada Velha de Campinas; a concessão da rodovia D. Pedro I, com investimento de 2,4 bilhões de reais aplicado em parte no prolongamento do anel viário de Campinas até Viracopos, duplicação de 53 quilômetros e manutenção de 81 quilômetros de vicinais; sem contar também a concessão da Rondon Leste, com duplicação de 100 quilômetros e manutenção de 202 quilômetros de vicinais. E o Corredor Noroeste da EMTU, que carrega todos os dias milhares de passageiros entre Campinas e Sumaré.
Não há dúvida de que o Governo de São Paulo tem tudo a favor da Região Metropolitana de Campinas. E quando se quer o bem de uma pessoa ou de uma cidade ou região, é muito importante que se diga a verdade, mesmo que no primeiro momento possa doer um pouco. Sinceridade, clareza e franqueza: isso sim é fundamental para fazer política com dignidade e melhorar o nosso futuro.
Alberto Goldman é governador do Estado de S. Paulo