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Dor de cabeça: a Osteopatia pode ajudar na redução das dores sem uso de remédios
Mais de 81% dos brasileiros desconhecem a origem dos problemas e tomam medicamentos sem precisar
Uma pesquisa feita pela da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), revela que 81% dos entrevistados se automedicam para tratar dor de cabeça. Também é comum que as pessoas (50%) aceitem a indicação de remédios feita por não profissionais. O auxílio de médicos para tratar o sintoma é uma opção para 61% dos entrevistados.
A pesquisa identifica que 87% dos entrevistados sofrem de enxaqueca. Este é um tipo primário da cefaleia – nome científico para a dor de cabeça – quando ela é a própria doença, e não o sintoma de outra, como ocorre em uma gripe, por exemplo. Entre as características clínicas da enxaqueca estão: dor em apenas um lado e de forma latejante; com intensidade moderada a forte; com intolerância a barulho e a luz; e associada a enjoo. Metade dos entrevistados sofre com doença de forma crônica, com ocorrência de dor por mais de 15 dias por mês.
Entre os que sofrem de enxaqueca episódica, 28% disseram estar desempregados. Para os que têm a doença crônica, o percentual sobe para 33%. As pessoas que sofrem de enxaqueca crônica são as que mais abusam de analgésicos. Mais de 70% dos entrevistados disseram tomar três ou mais doses semanais do medicamento.
Segundo o Fisioterapeuta e Osteopata Daniel Camilo, diretor do Instituto Camilo, de Campinas (SP), que desenvolve tratamentos para cefaleias e enxaquecas desde 1999, a Osteopatia, através de uma avaliação criteriosa da forma como as dores se apresentam, do histórico completo do paciente e de um exame físico minucioso, pode identificar as disfunções causadoras dos problemas. Com isso, as dores podem ser tratadas sem a necessidade do uso de remédios, evitando, dessa forma, os chamados efeitos colaterais nos pacientes. Dependendo do caso, os remédios prescritos pelos médicos continuam a ser administrados, e com o tempo podem ser retirados com a ajuda do médico.
De acordo com Camilo, dependendo da forma que se apresenta a dor, é possível identificar pistas muito importantes para encontrar as causas das dores. Se a dor é pulsátil, de forma rítmica, é possível que a dor seja de causa arterial. Quando a dor é constante, com sensação de "cabeça inchada" muitas vezes, a causa normalmente é venosa. Se tem característica mais pulsátil e esparsa, não ritmada, pode ser os nervos cervicais, ou por exemplo, o trigêmeo (um nervo craniano).
Em muitos casos, o paciente apresenta uma miscelânea, com um pouco de cada estrutura contribuindo para as dores. Para cada tratamento, identifica-se a causa do sofrimento arterial, venoso, nervoso. Algumas vezes as dores também têm relação com a ATM (articulação têmporo-mandibular), ou com os músculos cervicais, e então as causas são encontradas para que um tratamento eficaz possa ser atingido. Um bom tratamento vem sempre precedido por um bom diagnóstico.
DOR GENERALIZADA
Camilo conta que também existe a dor característica, conhecida por dor de cabeça generalizada constante. Ela apresenta uma sensação de cabeça inchada. "Normalmente isso está relacionado à dor venosa. Existe um forame, chamado forame jugular, que drena quase todo o sangue da cabeça, que é vital para a drenagem venosa. Um tensionamento nesse forame prejudica a saída do sangue, onde passa uma série de músculos potentes do pescoço".
As principais causas da dor de cabeça generalizada, explica Camilo, vêm da forte tensão no trapézio superior, decorrente do uso do computador, celular e direção do veículo. Isso pode fechar o forame e dificultar a saída do sangue da cabeça e gerar dor constante, de fundo de olho, na parte frontal superior, lateral, posterior da cabeça, entre outros.
Existem alguns nervos como o nervo trigêmeo: (origem oftálmica), maxilar (osso próximo ao nariz e dentes superiores) e mandibular (dentes inferiores), de onde podem ser irradiadas as dores. "Existem algumas situações tensionais, principalmente nas membranas do osso atrás do olho e temporal (que aloja o ouvido), que é a origem do nervo trigêmeo. Tensões nesta membrana) podem afetar o nervo trigêmeo e a pessoa pode ter dores e pontadas nas três ramas".
Camilo conta que o tratamento de Osteopatia, apenas com o uso das mãos e sem remédios, pode reduzir drasticamente as dores de cabeça, devolvendo ao paciente uma qualidade de vida importante para o seu dia a dia. "Na maioria dos casos, as pessoas não fazem idéia de onde pode estar sendo originada a dor, usando remédios para aliviar o incômodo. Com o trabalho de Osteopatia vamos ao centro do problema para atacar as causas. O tratamento osteopático adequado pode fazer o paciente sentir uma redução das dores e voltar a viver com qualidade de vida", completa.