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Campinas tem um dos três médicos que mais operam com robô no Brasil
Entre os pioneiros em cirurgia robótica no País, o urologista Sandro Faria já fez mais de 2 mil procedimentos usando a técnica; especialista divide o seu atendimento entre os hospitais Albert Einstein e Vera Cruz
A cirurgia robótica é o que há de mais moderno no campo da medicina. Por ser menos invasiva, possibilita inúmeras vantagens ao paciente: menos dor, traumas ou complicações, sangramento reduzido, alta precoce e retorno às atividades normais antecipadamente são alguns dos benefícios comparados às cirurgias convencionais.
O urologista Sandro Faria, que atende e opera em Campinas e em São Paulo, está entre os três médicos que mais usam o robô no Brasil. Com mais de 2 mil cirurgias robóticas na carreira, realizadas em diversas partes do País, Dr. Sandro opera exclusivamente com a ferramenta desde 2008.
Um mês depois que o primeiro robô chegou ao Brasil, em 30 de março de 2008, no Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Sandro, que tem consultório no Einstein, fez duas cirurgias de próstata na capital paulista no mesmo dia: 25 de abril de 2008, uma no Einstein e outra no Hospital Sírio-Libanês, que a esta altura havia adquirido o robô Da Vinci também. Além destas duas renomadas instituições em São Paulo, o urologista opera ainda no Hospital Vera Cruz, em Campinas.
Precisão
Segundo o médico, os benefícios da cirurgia robótica derivam da precisão dos movimentos. Para a retirada de câncer de próstata (prostatectomia), por exemplo, são necessárias apenas quatro incisões medindo 1cm cada um, enquanto na forma convencional o corte mede 20cm. "A cirurgia robótica pode ser comparada à assertividade de uma videolaparoscopia, só que conduzida por robô. Por isso, com este método a recuperação do paciente é muito mais rápida em todos os tipos de cirurgia", compara.
Na prostatectomia robótica ainda aumenta o índice de sucesso em relação à manutenção da continência urinária e da potência sexual: a contenção da urina apresenta praticamente 0% de alteração e, no que se refere à preservação dos nervos responsáveis pela ereção, o êxito gira em torno de 80% a 90%, contra bons resultados entre 20% e 30% na cirurgia tradicional.
Por ter sido um dos pioneiros no uso de robô em procedimentos cirúrgicos, Dr. Sandro, que especializou-se na técnica na Emory University (EUA), é convidado pela fabricante do Da Vinci e por hospitais de todo o País para capacitar médicos iniciantes na prática em intervenções relacionadas a câncer de próstata, tumor renal e hiperplasia prostática benigna.
Dr. Sandro explica que os cursos compreendem os médicos acompanharem cirurgias robóticas conduzidas por ele; numa segunda etapa ele orienta os médicos em operações feitas em simuladores e, na terceira fase, ele fica junto com a equipe que está operando "só para olhar". "Em média, acompanho dez cirurgias de cada médico, até ele sentir-se apto a comandar sozinho", conta o cirurgião.
Foto: Matheus Campos